#21- Maria Neuma

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Não houve em mim qualquer arrependimento de poupar a vida de Adrian, e deixar que ele fosse com Olga, e minha serenidade não tinha nenhuma relação como fato de ter mais quatro pessoas a minha espera. Simplesmente eu não fazia isso com crianças, e lhe dei uma chance de me mostrar que merecia a vida que lhe fora ofertada.

Logo após eles terem saído, retornei ao porão, e novamente usei a passagem subterrânea para buscar os corpos. Eles ainda dormiam calmamente, e não tive problemas em fazer o transporte. Para não perder tempo deixei uma preparada na mesa cirúrgica, afinal toda aquela encenação de mais cedo, tinha me deixou bem tenso. Achei justo que a primeira pessoa a encontrar o pai de Adrian, fosse sua esposa, juntos pela eternidade, como todos românticos dizem. Além de que seria melhor me livrar logo dos pais do garoto, mesmo que não esperando qualquer complicação referente a tutela de Adrian, pelo instituto, eu não achei prudente arriscar deixar a mãe viva.

Deixei a mulher presa na mesa cirúrgica, enquanto cuidava de alguns detalhes com o instituto, ao telefone no andar principal. Eu queria ela bem desperta quando chegasse a hora, e ainda tinha algum tempo para o sonífero perder o efeito. O diretor do instituto disse que seria um prazer ter Adrian, como interno do lugar, e que eles cuidariam para que ele tivesse a melhor adaptação possível. Em outras palavras ele não poderia negar um pedido do maior benfeitor do lugar. Terminei a conversa, e retornei ao porão.

-O que...O que está acontecendo? - A mulher disse semi desperta.

-Fique tranquila, e me diga seu nome - Pedi

-Maria...Neuma...Maria Neuma - seus olhos ainda pesavam- Porque estou assim...Porque estou presa?

-Você precisa despertar Maria, precisa cuidar do seu filhinho.

-Meu filho...Adrian...Cadê meu Adrian.

-Espere vou te ajudar a despertar - Eu disse enquanto pegava um balde, e me dirigia a torneira - Um minuto só, e você vai tomar total consciência do que está acontecendo.

-Eu não...não entendo meu senhor. - A mulher parecia grogue demais.

Após encher o balde de água, peguei um pano fino dentro da gaveta, e me aproximei da mulher. Mergulhei o pano na água do balde, e coloquei o tecido ensopado sobre o rosto dela. Quando ela ia começar a protestar, eu ergui o balde de lentamente comecei a despejar água sobre seu rosto coberto pelo tecido. Efetivamente a água não era suficiente para submergi-la, mas por conta do fluxo contínuo, lhe dava a sensação de afogamento. O que fazia com ela se debatesse freneticamente, embora com o corpo preso na maca. A mulher tossia sem parar, e tentava falar algo, mas era impedida pela falta do ar ocasionada pelo tecido molhado fechando suas vias aéreas. Quando a água do balde acabou, ela estava ofegante, com os olhos vermelhos, e sem conseguir emitir palavras.

-Acho que agora você já está desperta - Eu disse, enquanto colocava o balde no chão- Então agora preste muita atenção ao que vou falar. O mundo mudou desde que você foi dormir, pelo menos a parte dele que diz respeito a você. O seu esposo morreu. - Ela fez menção de falar algo, mas eu continue - Isso deve ser bem trágico para você, mas garanto que a morte dele foi muito prazerosa, e até divertida. Digo isso de meu ponto de vista, é claro, já que eu mesmo tratei de matar ele, e isso me deu prazer. Mas imagino que não tenha sido muito divertido para ele. Você pode perguntar quando se encontrar com ele, isso será logo. Eu por outro lado não vou saber disso por um longo tempo, mas não tenho pressa. Apenas diga que mandei lembranças.

-Você vai me matar? Matou meu marido - A mulher parecia estar processando muito devagar as informações. Cheguei a pensar que talvez o sonífero tivesse reagido mal em seu organismo, e ela tivesse ficado lesada.

- É, geralmente é isso que ocorre com as pessoas que trago a esse porão. Mas fique tranquila, pois seus amigos estarão logo contigo, e com seu marido. Todos os três, pois tenho coisas especiais para cada um deles. Pode sentir minha ansiedade?

-Adrian...Meu filho Adrian…

-Ele está bem, é contra minha politica matar crianças. Não sou um monstro, ou um maluco pra sair matando criancinhas. Ele ficará bem, e logo nem mesmo se lembrará de vocês, ou da vida miserável que levavam. Acredite, ficar longe de vocês é o melhor pra ele.

-Ele vai nos procurar, nos ama. - Ela disse com os olhos marejados.

-Seu esposo cuidou disso pra mim, escreveu uma carta comovente, dizendo pra Adrian ficar comigo, e não procurar vocês, pois foram embora para que ele tivesse uma vida melhor.

-Porque Manuel fez isso?

- Porque eu pedi, e porque a outra opção era seu filho também morrer. Você escolheria que ele morresse?

-Não, eu jamais iria querer que ele morresse.

-Então ele escolheu certo, não acha? -Eu disse com ar pedante.

-Sim...Escolheu.

-Agora vamos deixar de papo, e ir ao que realmente interessa. Você vai morrer, e isso começa agora.

-Porque o senhor está fazendo isso - Ela disse com desespero na voz

-Você, e os milhares de imundos que habitam o mundo, faz dele um lugar triste,  horrível, cheio de podridão, então é meu papel ajudar o mundo a se purificar de vocês.

Não esperei que ela respondesse, para penetrar sua coxa com uma de minhas longas agulhas de metal, alguns centímetros acima do joelho esquerdo. A mulher soltou um grito agudo, e longo, que foi aumentando de intensidade, quando outra agulha rasgou a carne de sua coxa, um pouco acima da primeira. Varios gritos, e apelos se seguiram enquanto eu espetava todas as vinte agulhas em suas coxas. Logo eu não entendia as palavras que ela emitia, pois estavam misturadas com choro, gemidos de dor, e soluços. Mas aquilo não era para ser uma conversa animada entre amigos, então tudo estava bem.

Deixei que ela se acostumasse com a dor, para então começar a terceira fase. Com o bisturi fiz sulcos nas solas de seus pés, com várias profundidades, sem me procurar muito com formas, e simetria, apenas me divertindo em ver o sangue aflorar dos cortes. Nessa altura, ela tentava se contorcer de dor, mas era impedida por estar amarrada na maca.

A fase quatro consistiu em fazer uma espécie de mastectomia, mas sem retirar por completo os seios. Infelizmente ela não resistiu a dor, perdeu os sentidos, perdendo toda a graça de ver eu abrindo seu abdômen, mas de qualquer forma ela, já estava quase morta quando desmaiou, então não fez grande diferença para o processo.

Terminado o serviço, retirei seu corpo inerte da maca, coloquei sobre o carrinho, juntei as partes de seu corpo que tinham se desprendido dele, e coloquei sobre seu dorso, e segui para o corredor. Antes de me dirigir a passagem, liguei os esguichos no teto para que água com cloro, fosse lançada sobre a parte principal do porão. Assim boa parte do sangue já teria teria ido para o ralo quando eu retornasse de desovar o corpo no cemitério.

Quando retornei desliguei os esguichos, e continuei a limpeza com a mangueira de pressão, para que nenhum resquício de sangue ficasse. E assim continuei a limpeza do lugar até que todos indícios fossem eliminados.

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2 capítulos e o fim é inevitável...Quero saber sua opinião...Vote, por favor !

Histórias do Chalé - Relatos de Um Sádico [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora