Nada Será Como Antes...

Capítulo Quinze: Laços...

Tristan Dalgliesh...

- Acho que você tem muitas perguntas a fazer! – Exclamou o homem a minha frente. Levantei o rosto olhando para as câmeras que pareciam estar ligadas. O que tinha acontecido de fato aqui?

- Por que tudo isso? – Perguntei curioso.

- Pensei que já soubesse a resposta. Tenho certeza que o Edgar te contou tudo.Principalmente da Carol. Acertei? – Perguntou tranqüilo.

- Não tirei sua família de você. Suas escolhas a tiraram, como o homem que diz ser deveria saber disso e não ficar colocando culpas em terceiros. – Comentei sentando em uma espreguiçadeira. Olhei para o relógio e tinha mais tempo do que imaginava.

- Sabe Tristan, você é bem jovem e acha que a lei deve ser seguida. Também pensava assim. Só que acontece coisas que mudam o caráter de qualquer pessoa e sabe que não esta imune a isso. Matou um homem e isso é crime. O que acontece com o seu cargo? – Perguntou irônico. – Imagino que quando viu o Toyota de seu brinquedo em pedaços deve ter sentido tanto ódio a ponto de burlar algumas regras!

- Não cometi crime algum.E caráter ou você tem ou não tem, não é uma coisa que muda com acontecimentos por mais horríveis que possam ser. E como Juiz te aconselho a fazer uma denuncia e provar, claro se puder. – Respondi. – Temos vinte minutos para conversar tenho um compromisso inadiável. – Completei.

- Acha mesmo que é você que dá as cartas aqui hoje? Seu pai esta comigo, tenho seguranças espalhados pela casa. Enquanto você esta aqui sozinho. – Esclareceu ele.

- Ate onde eu sei ainda não sou seu alvo. Você quer que eu sofra com perdas. Tentou com a Mia e agora com o meu pai. Tem certeza que esta mesmo dando as cartas? – Perguntei afrouxando a gravata.

- Você esta aqui não esta? Esta aqui por eu arquitetei que estivesse. – Indagou orgulhoso. Sorrir. Isso estava ficando interessante.

- Não. Acho que você não entendeu. Talvez quem esteja aqui por que eu quero seja você. Bem na minha frente se gabando de coisas das quais não pensou. E nem ira fazer. – Contei.

- Admiro sua coragem. Antes de qualquer coisa eu te estudei. Sei que estudou em escolas militares foi preparado a vida toda. Com dez anos de idade enquanto algumas crianças brincavam, você foi obrigado a aprender a tirar. Depois vários treinamentos em lutas. Só conseguiu se livrar quando foi para um colégio comum graças a sua mãe. Como você não enlouqueceu? – Perguntou sentando a minha frente.

- Por que nunca foi uma obrigação pra mim. Tinha consciência que como filho de um juiz tinha que ter como me defender. De todas ocasiões. Sei que parece uma carga pesada para uma criança de dez anos. Mais tem pessoas que amadurecem bem mais rápidas que outras não acha? – Perguntei.

- Sabia que a Sophia se culpava por isso. Ela queria ter sido uma mãe melhor. Ver o único filho passar por tantas coisas só por que ela se apaixonou por um Juiz. Imagina a dor que ela sentiu quando soube que você escolheu o mesmo caminho. – Disse.

- Eu tenho uma outra historia para contar. Minha mãe foi fantástica e não falhou nunca. Ela sabia disso por que admirávamos o Brad. Ele sempre foi o meu herói. E nunca teve sequer uma culpa em ambas partes. Meu sonho era ser como ele e consegui. É uma pena que minha mãe gastou tanto com um charlatão com você. – Contei.

- Charlatão? Minhas consultas eram a melhor parte do dia dela. A gente conversava bastante e sabe o que ela pensava da vida que levava? – Perguntou.

- Estou vendo que esta tentando me desestabilizar. Mas vai ficar na tentativa. – Respondi.

- Não sou homem de tentar sou homem de conseguir. – Informou ele.