XXVII - (Re)Adaptações

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BAR gay, a segunda rodada, começou com uma nota azeda, e a viagem de metrô inteiro tinha sido uns resmungos sem parar e caras e bocas de um italiano ciumento.

- Tinha que vestir o maldito kilt.

Dante tinha as mãos enfiadas nos bolsos de seu casaco. Ele parecia um marinheiro pecaminoso ao redor do East Village, numa noite fria de sexta-feira e estava encarando todo mundo que se atrevia olhar para Griff; homens, mulheres, não importavam. Griff esbarrou seus ombros com ele.

- Eu pensei que você gostava do meu kilt.

- Você está brincando? Eu adoro. Eu sonho com esse kilt. - Dante olhou para as pernas musculosas. - Mas o mesmo acontece com todo mundo, e eu não vou compartilhar. Aquele cara examinou você demais. Eu vou matar...

Dante se virou para desafiar quem quer que tenha ousado dar a Griff um olhar mais uma vez. Era como andar com um maníaco guarda-costas. Griff se virou, mas o seu admirador supostamente já havia se retirado ou se assustado. Ele puxou Dante para girá-lo de volta ao Pipe Room.

- Estamos ajudando Tommy. Ele está uma bagunça e nós temos que ajudá-lo. Podemos lhe pagar algumas cervejas. Conversar normalmente ou voltar para casa e foder como cães, me fazer tão seu como você quiser.

- Certo.

As sobrancelhas escuras de Dante estavam uma linha reta sobre uma careta.

- D, estou aqui com você. Eu estou saindo com você.

Eles estavam a meio quarteirão do Pipe Room quando Dante deu uma cotovelada nele.

- Olhe.

Griff olhou e viu Tommy do outro lado da rua sentado nos degraus que levavam a uma casa. Ele estava empacotado contra o frio e não pareci muito quente. Eles atravessaram a rua vazia em direção a ele. Dante passou uma mão através de seu cabelo enquanto caminharam até o homem menor.

- Hey, amigo.

- Rapazes.

Tommy olhou para cima, depois para o concreto. Seu gorro de malha estava puxado para baixo e seu colarinho virado para cima. Alguns de seus pontos estavam para fora, e os hematomas em seu rosto havia desaparecido, na maior parte. Seu nariz ainda estava um pouco torto. E um círculo cor de vinho permanecia ao lado dele, o resíduo teimoso de um olho roxo.

- E aí, Dobsky.

Griff se aproximou, batendo os pés como se estivesse mais frio do que era.

- Eu pensei que íamos tomar uma cerveja.

Dante pareceu questionar Griff, em seguida, se sentou ao lado do pequeno paramédico.

- Sim, Tommy. Estou com sede e eu estou pagando.

- Sim, não. Má idéia. - A voz de Tommy ainda estava abafada pelo seu nariz quebrado. - Eu não estou muito quente aqui fora.

Griff mudou seu peso. Talvez isso tivesse sido uma idéia idiota. Ele pensou que seria saudável: três amigos pegando uma cerveja, Tommy vendo que ser gay não tinha que colocar ninguém na UTI.

- Você está dolorido, garoto?

- Não. Mas a única forma de você conhecer alguém nesse lugar é se você parecer bem, e... eu não pareço.

Tommy parecia que estava prestes a entrar em colapso ali mesmo, em frente dos degraus de alguém.

- Os caras lá dentro vão ser legais com isso, hein? Eles vão ser amigáveis. Inferno, eles são amigáveis?

Cabeça QuenteOnde histórias criam vida. Descubra agora