I - Marco Zero

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Brooklin, NY

Griff viu toda a briga antes que o primeiro golpe fosse desferido.

-Viado!

Um grito atravessou a festa. Ele odiava aquela maldita palavra. - "Aqui? Não é possível." - Griff pegou sua cerveja e deu um passo mais perto de sua equipe. Ele estava de pé no Stone Bone usando seu kilt porque Dante e os outros caras do posto de bombeiros o arrastaram até ali.

Ele não queria sair nessa noite. Normalmente ele vinha ao Bone aos domingos, mas esta noite era 11 de setembro, então ele não estava trabalhando. Uma noite importante para muitos bares no Brooklyn. Todos os anos desde que as Torres Gêmeas caíram, bares da vizinhança ofereciam bebida grátis aos bombeiros nesta noite.

Assim, a turma toda tinha vindo de Estação para conferir os talentos e a gratidão feminina. O melhor amigo de Griff estava sentado no bar cantando no jukebox, seu sorriso torto brilhava branco no neon das prateleiras de bebidas.

Dante tinha o tipo de queixo talhado e o barítono suave que as garotas amavam. No momento, ele estava cantando um dueto com Dean Martin.

“O mundo... ainda é o mesmo... você nunca vai mudá-lo...”

Esta era a maneira de Dante garantir que nenhum de seus amigos ficasse sozinho hoje à
noite. Jogando o charme italiano como se fosse noite das senhoras. E meio que era.

“Tão certo… como as estrelas... brilham no céeeu;”

Seguindo o apelo popular da canção, Dante estava atraindo a atenção mais do que todos os seus amigos sendo o melhor amigo na festa para as garotas.

“Você não é ninguém até que alguém o ameeee...”

Griff esgueirou um olhar, e com certeza, um aglomerado de garotas estavam flutuando em direção ao seu melhor amigo, claro, candidatas à uma noite de sexo à caminho.

“Você não é niiiinguém até que alguém se importe...”

Griff ouviu outro grito zangado vindo da parte de trás, perto do banheiro.

- Seu viado fodido!

Não era uma brincadeira. Desta vez Griff se virou para olhar por cima das cabeças. Outra dupla de bombeiros estava cantando junto com Dante. Eles não tinham percebido o problema ganhar forma, mas se as coisas ficassem muito feias, o bar perderia dinheiro.

Griff não queria problemas. Ele somente agia quando estava de folga e pelo pagamento do serviço extra. Com um e noventa e oito de altura, Griff tinha um palmo e meio acima de praticamente todo mundo. Grande como era, tinha sido cuidadoso a vida inteira.

Era extremamente prático como bombeiro para salvar vidas e ajudando seu chefe a economizar uma fortuna em reparações e multas por danos eventuais causados em suas ações.

Ele abaixou sua cerveja. Os gritos de “viado” tinham vindo de trás perto das máquinas de fliperama, e levou apenas dez segundos de varredura da suada e barulhenta multidão para Griff detectar a fonte. - "Ali."

Um musculoso porto-riquenho com um corte de cabelo moicano estava puxando sua aparente namorada atrás dele e olhando para um cara mais velho com a cabeça raspada. Griff apertou os olhos, tentando ler a cena por cima da multidão na noite de domingo.

A garota, uma bela mestiça, parecia orgulhosa de seu namorado furioso. - "Vamos lá, idiota. Hoje não." - Griff colocou sua cerveja no bar e lançou um olhar para a porta. A segurança estava presa checando as identidades de quem chegava, mas era uma pena que além da idade os documentos não revelassem o grau de babaquice de seus donos.

Cabeça QuenteOnde histórias criam vida. Descubra agora