III - Rota de Fuga

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NA manhã seguinte à festa, Griff acordou com roncos de barítono e seu rosto pressionado contra pele aveludada.

Era cedo o bastante para ainda estar escuro lá fora. E escuro o suficiente para ele estar em sua própria maldita cama. Griff congelou. - "Puta merda."

Com cuidado meticuloso, Griff levantou sua despenteada cabeça de cobre para olhar de soslaio no quarto. O quarto de Dante. - "Como é que nós acabamos caindo na cama juntos?" - Ele nunca dormiu na casa de Dante porque não sabia se podia confiar em si mesmo tarde da noite com muitas bebidas brincando com seu discernimento.

Ele se lembrou de ter dançado em um clube ou de ter brigado em uma festa em algum lugar. Em Staten Island? Não, o Stone Bone. Aniversário do World Trade, dez anos. -  "Por favor, Deus, por favor, não me deixe ter feito algo estúpido!"

Ele abriu os olhos para ver qual era o dano. Estava nu, parecia que Dante estava usando algo lá embaixo, mas de modo algum ele iria correr o risco de verificar. Griff podia sentir sua pele pálida corando, a cor rosa o cobrindo.

A boca de Griff estava amarga e seca. Ele podia sentir o cheiro do suor e de álcool nos lençóis. O grande bíceps de Dante estava enganchado em volta do seu pescoço. Encaracolados pêlos negros, os mamilos como moedas antigas de um centavo contra o bronzeado.

O estômago sulcado borbulhou por um segundo, subindo e descendo diante de seus olhos quando Griff se preparou para se mover. - "Eu sou um idiota. Que diabos fizemos na noite passada? Espere..." - Ele se lembrava de sair do Stone Bone para ficar longe de idiotas do 11 de
setembro.

Lembrou de Dante se livrar de sua morena nos próximos três passos. Graças a Deus eles tinham ido para um jantar tardio... - "Pizza?" - Mas tinha havido tequila, obviamente, e muita. E ele tinha voltado para ajudar Dante com alguma coisa.

"Não, não foi isso."

Dante não deixaria Griff ajudar, mas eles tinham compartilhado a cama. Como é que ele ficou nú? Sua boca tinha gosto de um cinzeiro de puteiro. Tinha sido 11 de setembro. Sair com os rapazes. Então...? Sua cabeça parecia como se besouros estivessem tentando cavar um túnel através de sua cavidade ocular.

Eles deviam ter bebido até três horas, enquanto comiam. Dante era tão maluco; Griff não podia evitar se loucura era contagiosa quando eles se reuniram. Deveria existir uma vacina.

- 05h17min. - disse o relógio.

“Consiga seu traseiro longe daqui!” - disse sua consciência. - “Volte para a cama.” - dizia a pele quente de Dante. - "Será que nós realmente?! De jeito nenhum. A cueca de Dante significa que nada aconteceu, certo?"

Griff levantou seu braço em câmera lenta, observando o rosto de Dante a espera de qualquer alteração. - "O Lucali!" - Eles tinham ido para a Pizzaria do Lucali e comeram uma pizza com alcachofra e lingüiça e pimentão. Mas não havia mesas, porque todo mundo estava na rua, festejando com os fantasmas.

Dante tinha sido evasivo sobre o que o estava incomodando, esquivando-se da questão enquanto eles esperavam o pedido sair do forno. Em algum momento eles devem ter transportado a caixa fumegante de volta para casa de Dante, mas Griff não conseguia se lembrar dessa parte.

Eles devem ter comido. Eles devem ter conversado. - "Algo sobre dinheiro?" - Ele não conseguia encontrar na memória; seu crânio estava muito cheio de cacos de vidro. Dante deve ter encontrado uma garota no restaurante, ele sempre encontrava uma garota.

"Merda! Se eles tivessem trazido a morena para casa afinal?" - E se Dante agora tivesse visto alguma coisa que revelava o que Griff realmente sentia? Dante poderia não notar, mas de modo algum uma garota não deixaria de perceber uma vibração homossexual.

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