Capítulo 1

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"Ela estava ali e sorria como sempre. Como eu senti saudades desse sorriso. Eu podia ficar o dia todo vendo ela sorrir e... "

Senhorita, acorde por favor! Senhorita! – alguém insistia em me chamar.

Tudo o que eu queria naquele momento era dormir. Dormir por alguns dias talvez, ou quem sabe por uma eternidade.

— Não estou. – resmunguei sem abrir os olhos ou me mover.

— Senhorita, seu pai lhe espera lá em baixo. – ele insiste. 

— Diga a ele que eu morri. – cobri minha cabeça com o travesseiro.

— Se eu fosse a senhorita, eu descia agora mesmo. – suspirei e joguei o travesseiro para o lado me sentando na cama. Abri os olhos e encarei o senhor trajado formalmente a minha frente.

— É realmente tão sério assim? – questionei e ele afirmou com um aceno de cabeça. Puxei levemente os fios do meu cabelo em frustração e joguei o travesseiro longe.

Me coloquei de pé e já ia saíndo batendo o pé de raiva quando August, me chamou de volta:

— A senhorita vai descer dessa maneira? – apontou para minha roupa. Ou melhor, para a falta de boa parte delas.

Revirei os olhos e peguei uma camiseta minha jogada no chão e vesti.

— Não há nada aqui que vocês já não tenham visto. – resmunguei.

Sai do quarto e desci as escadas indo ao escritório do meu pai no andar de baixo.

Invadi seu escritório sem bater e ele me olhou com a cara feia.

— O que é? Precisa de alguma ajuda para colocar as fraldas geriátricas? – perguntei debochada. Ele nada respondeu e apenas atirou três revistas em minha direção me fazendo segurar uma delas. Encaro a capa e meus olhos se arregalam.

— Só quero saber o que é que a sua vagina está fazendo estampando a capa dessas revistas. – perguntou com falsa calma.

— C-como sabe que é minha mesmo? Tem uma tarja preta de censura na frente. – argumento e ele me olha mais furioso ainda.

A foto era minha sim. Eu estava chapada na noite passada em uma boate em Madrid, enquanto dançava em cima de uma mesa. Colocar a calcinha nunca foi prioridade, pelo menos não no meu mudo sem noção. Parece que dessa vez eu fui pega.

— Amalia, eu não me importo com o que você faz ou deixa de fazer fora dessa casa. O que me importa é você sujando o meu nome. – ele diz e reviro os olhos. – Quer fazer suas merdas, faça. Mas faça sem fazer escândalo. Tem noção do que estão dizendo na internet? Os tabloides ligando o tempo todo? Eu tenho uma imagem a zelar!

— Uma imagem bem falsa você quis dizer, não é mesmo?

— Quem liga? – afrouxa a gravata e se senta em sua cadeira de couro voltando a me encarar. – Seja um pouco como as idiotas das suas irmãs.

— Elas não são minhas irmãs, e a última coisa na vida que eu quero é ficar agindo como uma boneca vudu por ai. – respondo me colocando de pé. – Isso não vai voltar a acontecer querido pai.

— Não vai mesmo, acabei de bloquear seus cartões de crédito e sua conta bancária. – lhe olho incrédula. – Quem sabe você toma um pouco mais de jeito?

— Você está louco! – altero meu tom de voz.

— E vou tratar de arrumar outro segurança para você, o que fez com o que Beckett lhe arrumou?

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