Faziam umas quatro horas que eu estava trancada naquele quarto de hotel. O almofadinha do Leonard ligou para meu pai lhe dando um relatório completo de tudo o que eu fiz, e tudo resultou no meu pai querendo me dar bronca e eu o ignorando. Traduzindo: ele não liberou dinheiro algum e fez eu ficar nesse hotel até aquele mala sem alça do Leonard voltar de um compromisso.
Chad deve estar do lado de fora da minha porta. Vi quando Leonard lhe disse algo e minha vontade de pular em cima daquele cara e lhe dar uns tapas só aumentavam. Era bom não nos colocarmos no mesmo vôo ou eu realmente lhe jogaria de lá.
Peguei meu celular e chequei as horas. Já eram cinco da tarde, logo iria escurecer e eu realmente estou tão feliz por dentro que queria me divertir um pouco.
Ver o sorriso daquelas crianças criou um sentimento dentro de mim que eu nunca senti. Eu nunca tive um bom relacionamento com criança alguma, na verdade eu nunca tive contato direto dessa maneira. Ver aquelas pequenas criaturas, com olhos brilhantes e sorrisos inocentes e ver o quanto já sofreram com ausência dos pais me machuca. Eu me sinto como eles, de alguma forma. Meu pai não se importa comigo, minha mãe está morta. Eu sou basicamente órfã.
Quando eu conseguir minha conta bancária de volta, a primeira coisa que irei fazer é ajudar aquele orfanato e entre outros. Eu não faço nada relevante com todo aquele dinheiro mesmo.
Meu celular vibra avisando sobre uma nova chamada.
Mack!
— Salvador da minha vida, como tem passado? – perguntei ao atender.
— O que você quer de mim agora? – soltei uma risada.
— Foi você quem ligou!
— Liguei para saber como está, só isso.
— Estou bem, bem trancada em um quarto de hotel. – revirei os olhos. — Eu estou em Nova York, vim fazer umas coisas por aqui.
— Precisa de dinheiro?
— Preciso!
— Eu não tenho. – diz e começa a rir me fazendo bufar em frustração. — Estou brincando. Recebi um dinheiro que estou lhe devendo, tem caneta para anotar ai?
— Você está falando sério? – me sentei na cama.
— Sim, estou. Com essa grana eu estou indo para o Canadá. – corri até a cômoda pegando um bloco de notas e uma caneta.
— Vai fazer o que lá?
— Procurar o amor da minha vida. Quero deixar tudo pago antes de ir.
— Já pode passar.
— Vá ao metrô, corredor doze dos armários e armário número trinta e dois. A chave vai estar atrás do lixo na lateral esquerda. Lá dentro tem uma caixa com mil dólares. – arregalei meus olhos.
— Você me deve tudo isso?
— Na verdade eu te devo quinhentos dólares. A outra metade é por sua amizade, confiança e companhia.
— Mas esse dinheiro, como ele está aqui em Nova York?
— Era onde eu guardava meu dinheiro de emergência. Como recebi o dobro, não vou precisar mais.
— Você é um grande amigo.
— Eu sei. – soltei uma risada. — Tenho que ir.
— Vou sentir saudades.
— Também vou. Até mais!
— Até. Faça ela feliz!
— Quem disse que é 'Ela'? – riu e finalizou a chamada.
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Suspeita Parceria
AléatoireAmalia McKean nunca teve uma vida muito fácil. Após sua mãe vir a falecer, tudo se complicou ainda mais. O recente cargo de seu pai tem causado bastante alvoroço em sua vida junto com sua nova "família". A vida da garota não parece mais ter sentido...