Chegámos a casa e eram 18:00, tenho que começar a fazer o jantar.
- Vai ver desenhos animados. – Disse e poisei o casaco dela no cabide que temos na entrada.
- Não quero!
- Emma, não fales assim comigo se faz favor…
- Desculpa… - Suspirei e baixei-me.
- Então o que queres fazer?
- Quero que me mostres o álbum teu e do papá. Quando é que ele volta? – Ela começou a deitar pequenas lágrimas.
Peguei-a ao colo e levei-a até ao sofá da sala onde me sentei com ela ao meu colo.
- É assim, ainda não sei quanto tempo mais o papá vai estar fora, mas de certeza que ele está a olhar por ti. Sabes que o papá estará contigo sempre aqui. – Apontei para o seu coraçãozinho. Ela sorriu.
- Mas ele vai voltar? – Perguntou preocupada.
- Eu espero que sim. – Pus a sua cabeça no meu peito e embalei-a um pouco.
Passado algum tempo parei de a embalar e reparei que ela estava a dormir. Sorri ao vê-la. Estava mesmo fofinha. Deitei-a delicadamente no sofá e tapei-a com a manta que tinha num dos braços do mesmo. Pus uma almofada na sua cabeça e saí dali apagando a luz. Segui para a cozinha e não fiz comida já que a Emma está a dormir e eu não tenho fome. Peguei numa maçã e fui até ao quarto da Emma, é melhor pô-la na sua cama. Abri a cama dela e fui até à sala busca-la. Ela está a ficar cada vez mais pesada e é difícil de a transportar. Coloquei-a na cama com cuidado para não a acordar. Tapei-a e beijei a sua testa. Peguei na maçã que tinha estado presa aos meus dentes enquanto transportava Emma, e fui para o meu quarto. Também estou cansada mas como ainda é cedo decido vestir o pijama e sentei-me na cama com os lençóis nas minhas pernas e liguei a televisão. Estava às escuras, apenas a luz do televisor invadia o meu quarto. Passado algum tempo oiço alguém a correr até ao meu quarto.
- Mamã, mamã. – Saltou para cima da cama e eu fiquei logo preocupada apesar de ela estar com um sorriso.
- O que foi Emma?
- Mamã, sonhei que o pai voltava. – Fiquei especada a olhar para ela, não sabia o que dizer. Ela sentia mesmo a falta dele, conseguia ver isso nos seus olhinhos. Fico contente que ela queira conhecer o pai, mas é pena que isso não vá acontecer. O Niall abandonou-nos de vez e não havia volta a dar. – Mamã… - Disse com a sua doce voz. – Não dizes nada?
- Emma… - Disse calma. – Eu não sei se o papá irá voltar, por isso eu não te quero dar esperanças, está bem? – Ela assentiu com a cabeça e sorriu. – Agora vamos dormir. – Ela pôs-se dentro dos lençóis e deitou-se numa das almofadas que eu tinha ali.
Aconcheguei-a e beijei-lhe a testa. Apaguei a televisão e deitei-me. Puxei-a mais para ao pé de mim e mantive o meu braço à sua volta e assim permanece-mos até adormecermos.