•13➼ Aceitar é viver•

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Noel♔ 

21:00horas

A beleza de Alison até ao acordar era uma das coisas que mais me fascinava nela. Eu havia acabado de estacionar o carro em um estacionamento pago próximo ao cassino de meu pai —um dos muito negócios dele pelo mundo — e tirara meu cinto, me debruçando sobre o painel e enchendo o rosto de Alison com beijinhos. Ela preferira dormir um pouco e aproveitar a madrugada, caso chegássemos antes desta —em momento algum mencionara ou pegara o celular e ele parecia pegar fogo me atraindo ali no painel, mas eu me distraia olhando-a. A lua brilhava lá fora, jogando os reflexos de luz  em uma parte do rosto da loira, a outra ocultada pela sombra. Ela estava virada para janela, os braços cruzados e as pernas em cima do banco, parecia desconfortável, mas seu rosto estava sereno.

Após ver sua fragilidade, me senti bobo por recusar meus sentimentos. Me senti bobo por me preocupar em amar uma garota quando eu já a amava e ela precisava de amor. Me senti bobo de criar empecilhos, de achar que era apenas sexo quando nunca foi isso. De me deixar levar pela atração física quando meu coração já era atraído por ela a muito tempo.

Eu não sabia se contaria, ou se ela corresponderia —apesar de ver algo em seus olhos sempre que estávamos juntos, apesar de saber o quanto eu significava para ela e o quanto era difícil para ela confiar em alguém como se permitira fazer comigo. Mas, eu continha comigo a certeza de que me permitiria sentir e lutaria para que fosse bom, para nós dois.

—Chegamos? —Alison abre seus olhos vagarosamente, estranhando a luz lunar e descruzando os braços para esticar as mãos a cima da cabeça, me endireito no banco a observando enquanto estralo meus dedos. A loira olha pela janela assim que desperta, vendo a noite escura sendo iluminada por todas as luzes neon de Vegas— Minha Lolita, eu dormi demais, sou uma péssima companhia de viagem. —ela se sobrepões, mostrando o lado mais meigo dela. Algo que era mais visível após nossas últimas conversas. Me sentia quebrando barreiras.

—Pensei que havia virado a bela adormecida —solto um riso e abro a porta saindo do carro para esticar meu corpo quase atrofiado pelas horas sentado. Arrumo o casaco de couro e ergo os braços a cima da cabeça, a camisa e o casaco subindo dois dedos e deixando exposta uma parte de pele pega pelo vento frio noturno, mesmo mais ameno desse lado do país.

—Antes eu achava que Rosewood era o lugar certo para uma menina misteriosa, mudei de ideia agora. —diz Alison ao descer do carro e fechar a porta, me olhando sobre o carro. Seu sorriso me pega desprevenido e novamente eu reafirmo: Eu amava aquela garota-mulher.

E eu queria gritar aquilo para os quatro ventos desde que descobri.

Eu queria refazer minha reputação de canalha e ser visto como um cara de uma só. Eu queria avisar para todos que Alison me mudara, que ela me mostrara a vida e me dera um propósito, que me fizera ver o quanto eu não vivi nos últimos anos sem ser os momentos com ela.

Eu me sentia uma ameba por não ter percebido antes e perdido a chance de sentir isso claramente antes, a chance de ter a chance de conquista-la antes. 

Mas eu não faria nada disso, eu esperaria por ela, eu a apoiaria e aos poucos iria conquista-la se ela permitisse. Eu era um Kahn, eu sentia que ninguém mais poderia ser o que ela precisasse além de mim. Eu sentia que poderia ser alguém com ela e talvez tirar Alison daquela vida louca dela na época certa, eu queria planejar aquelas merdas românticas com ela —filhos, casa, casamento, tudo.

Ela me disse "melhores amigos", eu consegui um "melhor amigo colorido" e fiz ela sentir pelo menos alguma coisa, ela tem que ter sentido para não ter chutado minha bunda fora quando transei com ela naquele réveillon. 

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