•46➼ Despedida de namoro?•

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  ♔Noel♔   

Quando Alison começou a falar, achei-a completamente doida. Estava pronto para implora-la que parasse, querendo explicar que afastei Travis por causa que ela estava descobrindo sobre Melissa ser sua irmã e a mesma era mãe dele, além da data de seu nascimento e a descoberta da gravidez serem durante o luto, ainda contínuo, de Travis. Não queria Alison pensando que sua irmã tinha um filho e ela perdera um.

Não que o medo não residisse em mim, o medo de Alison ser impulsiva e acontecer algo para o menino que eu tanto cuidava. E foi por este que eu a ouvi, foi por este que concordei e foi por este que agi com a cabeça, decidindo para o nosso namoro o tempo que eu não imaginava o porquê das pessoas tanto usarem. O tempo era necessário em alguns casos, pois vi.

 O pior de tudo era que Alison tinha razão em casa palavra. Nós estávamos nos machucando e nosso relacionamento talvez não devesse continuar, não por enquanto. Isso doía. Eu sabia que seria difícil e que não a te-la do meu lado seria dolorido, mas eu precisava fazer isso, por ela, por nós.

Estava pronto para dar àquela despedida o toque de memorável, para ser saciado todo o tempo que ficaríamos nos recuperando.

Porra, Alison me doou um órgão, eu sabia que voltaríamos e que eu a amava e era grato. Mas algumas pulsações não controlamos e o sentimento que ela me trazia em relação a Noah ainda não apagara-se.

E  havia... havia seu olhar. Havia o que eu fiz a ela. Alison estava disposta a morrer naquele dia. A deixar a bala tirar sua vida, como se assim tudo desaparecesse. Ela estava desistindo aos poucos e ver como sua coragem de morrer era simples, sem o empecilho do medo, me assustou —Seu olhar de divida, a forma com ela se entregou a -A, culpando-se por Noah e me fazendo um "favor".

Alison morreria por mim para se redimir, porque eu continuava a acusando com o olhar. 

Eu estava destruindo Alison, tentando faze-la sofrer. Mas era involuntário, eu me pegava tentando parar aquilo enquanto a olhava repassando a dor da perca de Noah. E Alison sabia daquilo, ela guardava em si a dor já, minha presença apenas tornara sua dor em culpa, não a permitindo sentir por completo e torna-la uma... suicida desinibida. 

Alguém que não pensa antes de doar um órgão ou fazer algo para mim.

Ela estava certa, precisávamos nos curar longe um do outro. Ela precisava superar e se eu não conseguia o mesmo, não estávamos bem. Não estávamos prontos para curar um ao outro. Estávamos deixando nossas feridas maiores enquanto nos esforçávamos para ignora-las  — gastando ATP com isso e não sobrando para cicatrização.

Mas a aceitação não quer dizer que não doa.

  "Oh, I don't know  " 

E aqui estávamos, deixando a atração, a tensão sexual, nos consumir. Minhas mãos queriam devora-la, sentir cada pedacinho de seu ser e não me seguro, pegando sua cintura fina e trazendo para meu corpo com brutalidade, sem deixar duvidas do que eu queria.

  ''Why you're not there" 

Eu queria faze-la sentir-se bem uma última vez. Deixar-lhe saber que meu amor por ela transpassava tudo. Meu amor não era um cicatrizante, mas eu poderia ser seu curativo, algo para ela não fitar o machucado e conduzir seu cérebro a relembrar a dor. Eu a amava como amiga antes de ama-la como mulher. A amava como humana antes de ama-la como namorada. E precisamos cuidar desse amor raro.

" I give you my love, but you don't care"

Desço as mãos de sua cintura até mais embaixo, adentrando por suas coxas e caminhando para dentro de seu vestido, minhas mãos raspando naquela pele morna e macia, puxando junto o vestido que sobe a cada movimento. E enquanto tiro aquele pano lentamente, revelando aos poucos o banho de pele que eu receberia logo, vou acalentando o pescoço de Alison com beijos, a fazendo arrepiar como aconteceria em um dia frio a espera da água aquecer por completo.

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