•34➼Father now•

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Noel♔ 

01/02/2011

06:00 horas

Bato a porta do carro seguindo em direção ao mausoléu com porta lateral, meus pés pareciam-me estranhos, minhas memórias conflitavam com estar deitado em uma cama com Alison e estar ali ao seu pedido. Mas, sobre tudo isso, me dirijo ao mesmo modo para lá dentro, piscando diversas vezes para ajustar meus olhos a claridade estranha do lugar. Quando consigo uma digestão visual, olho em volta percebendo a ausência de janelas — além de uma no final do corredor, enorme e com vidraçaria colorida em mosaicos parecidos com imagens sagradas, dando ao lugar uma iluminação colorida. 

Abaixo a cabeça e contemplo o chão, me dirigindo até a recepção como Alison havia instruído, ela me mandou uma mensagem para pega-la ali, e olhando para freira, apenas para ela, levantando o olhar. Para me surpreender.

Mas que porra.

  — Alison? — seu rosto estava desfigurado, havia marcas de unhas, ou garras, que rasgavam sua pele. O sangue ainda parecia-me vivido e sua boca estava inchada quase estourando, a pele em volta dos olhos roxas. Mas os olhos eram dela, assim como o cabelo loiro e delicado caindo-lhe os ombros. 

— Você demorou, Noel. Demorou e -A me pegou. — uma risadinha escapa-lhe daqueles lábios, mas seu rosto não muda a expressão. — Mas tudo bem, eu gostei. Ele sabe o que faz. — ela completa deliberadamente. 

— Alison, do que está falando? Onde está nosso filho? Alison? — Ergo a sobrancelha e vou para porta tentando força-la, não abria. Dou um passo para trás e começo a dizer. — Ali, para trás, vou te pegar e vamos para o hospital. — sinto-me suar e lagrimas me veem, então quando a olho, antes de forçar a entrada com meu peso, havia uma figura masculina atrás dela, com o rosto oculto pelo capuz preto em sua cabeça, cabeça essa enfiada no pescoço de Alison, enquanto a minha garota dava risadinhas. — Porra.

  — Noel, vá embora. — sons agudos saem de sua garganta e vejo os lábios se elevarem, seu rosto mutando para o habitual, suas feições angelicais e sua pele macia e rosada. A expressão era de prazer, como eu bem conhecia, e ela inclinava a cabeça para trás no ombro do ser misteriosos, gemendo baixinho de excitação. — Hmmm, querido. — sua boca fica entreaberta e suas mãos se espalham no balcão, vejo suas unhas entrarem na superfície de mármore e arregalo os olhos com o sangue escorrendo e pingando aos meus pés. Parecia garras. 

Quando volto aos seus olhos, o ser estava com a cabeça virada para mim e, da escuridão de sua face oculta, surge um sorriso maniaco.

  — Onde está Noah, Alison? — minha voz sai com medo e miro os olhos somente nela, meu coração acelerado.

— Ele chorava demais, -A o levou para o quartinho da tortura, lá nos fundos. — Meus pés automaticamente saem em disparada para a porta da recepção, agora aberta e corro para o quartinho.

 Corro, corro, corro. 

Mas nunca me aproximo de fato do lugar, minha audição estoura, apenas ouço mais forte o choro intenso de criança e os gemidos de Alison, meus olhos nublam-se e começo a ver as paredes se distorcerem a minha volta, o som continua e me sinto atordoado até só ouvir o choro contínuo na escuridão de olhos fechados.

Pisco uma vez e não estou mais correndo, meus olhos encaram o lustre de cristais do teto do quarto de hotel na penumbre, apenas iluminado pelas poucas luzes que ultrapassam a cortina. Balanço a cabeça sentindo meu corpo dormente e meu coração desacelerando, como se estivesse realmente correndo, minha boca estava seca, ao contrário do restante de meu rosto, úmido pelas lágrimas ou pelo suor.

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