•05➼ Remember•

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Alison

08/01/2010
07:00hrs


Uma semana depois, acordo com meus pais brigando sobre minha irmã gêmea. Novamente sobre ela. A questão do último ano era se tornariam a encaixa-la em nossa família depois de sua súbita melhora.

Deixa eu facilitar, eu era gêmea de Courtney DiLaurentis. Uma louca varrida que estava em um sanatório -isso por minha causa e consequência e sem arrependimento algum- e fora o motivo de nos mudarmos para cá: meus pais não queriam raízes com uma louca. Eles diziam que não era isso, que apenas queriam ficar mais perto do sanatório e me dar a oportunidade de uma vida sem especulações. Mas era.

Ela havia me machucado a infância inteira e quando eu me machuquei para culpa-la, ela foi pega -eu era mais inteligente, apesar de só ver isso agora. Meus pais não aguentavam mais nossas brigas e depois de uma conversa rápida perceberam que ela era a culpada. Mas essa história era antiga, passado, segredo. Eu não iria desenvolve-la agora.

Normalmente eu não ligava muito, sabia que não havia chances ou viés dela voltar a morar conosco, ninguém em Rosewood sabia sobre ela. Ninguém além do causador do meu estresse.

Eu havia dormido mal nas últimas noites por conta de estar com algo em mente. Um segredo sujo -não sobre minha família-, e dessa vez não era de alguém que eu poderia manipular e, sim, meu. Eu poderia ser manipulada e isso me deixava frustrada. Isso gera reações impensadas.

Isso não era o que sentia naquela noite, mas a bebida estava correndo em minhas células. Hoje já não era mais o caso e com elas limpas, eu só me sentia suja e exposta.

Levanto irritada, calço um chinelo com conchas enfeitando as tiras, ele sempre me lembrava os dias que passei na praia com... minha família. Passo como um furacão pelo caminho da minha cama até a porta, ando pelo corredor todo decorado com peças raras caríssimas que minha mãe adorava ostentar e mostrar, logo chego no alto da escadaria e desço elas com o andar persistente batendo forte contra os degraus encarpetados cor vinho. Quando meus pais me veem, já estou abrindo a porta e saindo de casa, correndo rua fora.

Ultimamente era sempre assim, a perfeição dos DiLaurentis é tão falsa quanto as loiras da escola que me imitavam.

Ao sair de casa, cruzo os braços e ando de pijama pelas ruas apressada, na verdade atravesso a rua. O tempo todo minha mente borbulhava para entender o porquê de meu momento de rebeldia e total perturbo no réveillon, eu já não estava imersa demais em problemas sobre Courtney naquela noite?

Paro em frente a casa do meu segredo, rebobinando tudo.

Lembro-me então de minutos antes de chegar naquela casa para festa, uma conversa clara entre meus pais.

-Alison, filha, espere! -ouço a voz de minha mãe quando eu já estava com a mão na maçaneta para sair

Me viro segurando a alça da bolsa em meu ombro esquerdo e jogando o cabelo longo, dourado, para trás do ombro oposto. Ergo a sobrancelha ao ver minha mãe andando decidida até mim, com o cleck de seu salto ecoando em ondas sonoras. Ela portava uma expressão séria e apertava as mãos em seu colo.

-Eu não vou deixar de ir, mãe. -Digo antes que ela comece. -Não é isso, querida -para a minha frente, o sorriso enlatado. -Claro que pode ir.

Então, nessa hora eu soube. Se não era uma inibição, sua expressão só poderia dizer respeito a uma única coisa. Um único porém em minha vida cheio de ramificações deste.

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