Prólogo

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Uma memória de Alison relatada em um dos seus primeiros diários adolescentes.

06/06/2002

   — ALISON DILOURENTIS!

Ouvi distante meu nome ser gritado errado, em plenos pulmões. Era uma voz grossa nas determinadas condições para uma criança tê-la, porém, era extremamente gentil e um tanto animada.

Eu, uma menininha loira de 1,30 de altura para menos, me virei rapidamente. Meu cabelo, liso até chegar nas pontas cacheadas, sendo jogado para trás de meus ombros com o movimento giratório, deixando apenas uma mecha sobre meus olhos, enroscada em meus cílios enormes e curvados, ornando cabalmente com meu rosto angelical, este emoldurando meus olhos azuis claro. Além, de minha maçã do rosto ser avantajada e meu rosto em si ter formato de coração. Eu era exemplo para a coleção da Barbie mirim.

Olho atentamente para descobrir de onde vinha o chamado, entretanto, não reconheço absolutamente ninguém referente ao espaço que meus olhos enxergavam.

A questão que explicava tal embaraço, era a seguinte: Me mudei para aquela cidade, conceituada como "familiar e de bom gosto" há pouquíssimo tempo, e não tive exatamente muito para conhecer muitas pessoas.

Nos mudamos para ali exatamente por isso: ninguém nos conhecia. Não sabiam sobre os motivos das brigas constantes dos meus pais. Não sabiam sobre ELA. Minha irmã gêmea: Courtney.

Ela fora diagnosticada naquela época com sociopatia. Eu, não entendia muito bem, mas adorei o fato de ela ser internada graças aquela palavra estranha.

Minha irmã fazia o inferno na minha vida, com resquícios até depois que ela não estava mais lá. Ela surtava em momentos esporádicos e me atacava, me deixando sem dormir por noites com medo, destruindo todos os meus encantos de infância e me transformando na pessoa banal de hoje -já na pré-adolescência contando essa história. E isso só mudou quando eu fiz o mesmo na dela. Eu levei meus pais a temerem ela. Eu havia armado para ela, fingido que havia estragado minha bicicleta e meus pais caíram. A levando para um psiquiatra que mandou interna-la, cansados das brigas e meus choros constantes desde que Courtney deixou de ser minha amiga e se tornou minha rival.

Mas, voltando para o foco principal, já que o resto é apenas detalhe. Estava no parque central da cidade de Rosewood e, foi ali, que ouvi meu nome sendo chamado. Minha primeira reação teria sido procurar pelo meu pai ou irmão, já que a voz era masculina, mas eu reconheceria a voz deles... Aquela era diferente. Não se parecia nem com as que ouvi na vizinhança, quando observava meu novo habitat.

 ALISON!

Ouço novamente a voz e dessa vez a conduzo até seu vetor: Um menino alto e estrutural, que provavelmente tinha o dobro dos meus centímetros quebrados. Seus olhos eram azuis gelo, parecidos e tão diferentes dos meus, e seus cabelos eram pretos como noites escuras. Mas, naquele momento, o que chamou atenção da menininha de 6 para 7 anos que eu era, foi sua camiseta com a estampa da capa do primeiro livro infantil de Sherlock Holmes - um livro complicadíssimo para adultos lerem que foi transformado em historinha para criança e que estimulou minha imaginação naquela época. Assim contive mais criatividade para meus projetos pessoais (pregar peças nos classificados como "burros" por mim), pois eu aprendia tudo que me era proposto e tinha uma árdua vontade de entender tudo. Principalmente temas adultos, claro que com uma leitura mais fácil. Então, imaginem minha surpresa de criança, ao ver mais alguém da minha idade aparente que tenha lido um livro estrategista (palavra que eu não conhecia na época) e criminal.

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