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  ♕Alison♕ 

09/02/2011

11:00 horas.

Abro os olhos vagarosamente, jogando a cabeça de lado e bocejando enquanto sentia meu corpo todo estralar ao me mexer na maca de hospital. Sentia meu cérebro ainda um tanto quanto dopado pelas drogas medicinais injetada em meu corpo, mas com o passar dos dias as sensações de moleza e fraqueza foram diminuindo diretamente proporcional ao tanto que eu ingeria de remédios.

Ao conseguir focar os olhos aberto, vejo que Noel permanecia em seu sono, deitado em uma poltrona com Noah dormindo igualmente em seus braços. Ele não saíra daqui por um só instante e não conversamos nada além de coisas retóricas. A cada segundo observando-o cuidar de mim e de Noah como uma águia, a magoa ia diminuindo em meu peito, principalmente após pontuar os motivos reais de tudo ter acontecido. Eu sabia que seus erros foram proporcionais aos meus.

Mas isso não significava que meu inconsciente compreendesse totalmente, o receio ainda me pegava em algo palpável e as vezes eu viajava pensando em Noel tocando outra garota. 

E quanto mais o dia de minha alta aproximava-se, mais incertezas pairavam sobre mim. 

Os Kahn prometeram-me proteção e me acolheram muito mais que qualquer um do meu próprio sangue me fez, mas... não havia lugar seguro. Eles concordaram em nos mandar para um escola em NYC e pagar todas as despesas, além de uma babá de confiança.

Só... isso parecia-me muito ingenuo. Não teria como ser uma família perfeita quando -A sabia que eu estava viva. E Noel imaginava a mesma coisa, já que todos os dias ele trancava a porta e conferia as janelas do quarto, aprendendo a me medicar apenas para não ter ninguém entrando durante a noite —ou para nenhuma dose ser colocada errada em minha circulação.

-A novamente sumira após o grande ato. Sem mensagens, sem telefonemas e sem ameaças. Apenas um silêncio assustadoramente denso e pegajoso. Minha mente trabalhava mais com as ameaças diretas do que com esse ar de que algo aconteceria. 

  —Ali? — um bocejo e então uma continuação, o tom era preocupado—  Tudo bem? — volto a focar meus olhos em Noel, antes dispersos em algum ponto atrás dele. Ele estava arrumando-se com cuidado e sem tirar os olhos de mim. 

Não queria preocupa-lo, o clima entre nós ainda estava tenso e ele tinha preocupações suficientes. Então começo uma distração que me surge impensadamente. Uma brincadeira casual.

—Amor? — Noel repete, levantando-se com Noah, que sentia falta dos meus seios e não poderia ficar em meu colo sem tentar arranca-los com as mãos. 

—Desculpa, como? — ergo os olhos, me afastando da ponta da cama. — Quem é você? 

Noel demora um tempo me examinando, seus olhos percorriam tudo em mim e a minha volta, como se tentasse entender. Sua última tentativa fora conferir meus olhos, mas pela minha expressão anterior provavelmente deduzira que algo acontecera.

—Ali? Tu está bem? —estende a mão para me tocar mas rejeito olhando-o com medo. Eu queria rir, com certeza essa era uma das maiores pegadinhas entre nós.

Levo minha mão a cabeça e gemo de dor, fechando os olhos com força e inspirando. Então sinto uma mão em meu ombro e abro os olhos, juntando as sobrancelha e soltando um gritinho assustada. Forço minha garganta em uma voz descontroladamente amedrontada.

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