•48➼ Friends. And death unites us•

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Noel

- Agora? - Pergunto, tentando de todas as formas não encarar o corpo de Alison, ainda mais lindo após as duas semanas longe... diferente do meu que era uma junção de faltas na academia e bebidas em excesso.

Quando Alison confirma, eu me perco nos paradigmas de minha mente. Era hilario como um dia, dito nebuloso e talvez chuvoso pelos metereologistas, que começou com o meu irmão sendo um idiota e sucedeu inúmeras irritações poderia se transformar no dia mais ensolarado das última semanas - apenas com aquele pedido.

Eu ainda não funcionava totalmente depois de passar a noite toda bebendo em meu quarto -bebendo coisas sem álcool, por causa do rim. Que fantasticamente se adequava a mim sem complicações, eu sabia que era por nosso glicocálix, que Alison explicou ser a proteção de nossas membranas plasmáticas e ter glicoploteínas próprias em cada ser devido a tipagem sanguínea, ser compatível, eu ainda acreditava ser obra de nosso amor, como uma mutação gênica diante da necessidade do outro- enquanto jogava vídeo game no escuro e tentava não passar perto da janela, onde eu poderia ver o motivo de minha alegria atual e de meu mal-estar residual. Porém, sabia que a pergunta anterior fora um caso de minha tolice, mas não importava, eu estava indo para o nosso lugar com ela e jantaria com ela.

Volto umas horas atrás no tempo, lembrando de como aquela manhã começou enquanto saia da escola ao lado da garota, sem poder toca-la.

❝ Encaro o teto do meu quarto, após ter passado a noite toda bebendo, culpa da insônia cheia de lembranças que eu havia tido após encarar meu calendário e perpetuar o significado do próximo dia - ou seja, hoje. Viro meu rosto, ouvindo meu pescoço estralar enquanto meus olhos fixam-se no criado mudo. Mais especificadamente, em um porta-retrato com uma foto de Noah e outro com uma foto minha e de Alison. Aquilo me faz engolir em seco a saliva de gosto repudiante e repassar por minha mente todas as palavras ditas, os fatos e as contravenções.

Tudo grita em minha mente, até ser insuportável demais, até ser pesado demais, me fazendo saltar da cama ,apenas de cueca, abaixando com calma as duas fotos -resguardando os momentos bons dos surtos de momentos ruins-, indo direto para o banho.

Meu banho não passa de um relâmpago, mas em um momento endotérmico, apenas deixando meu corpo resfriam-se com a água gelada, diretamente em um choque, uma descarga, contra a queimação do álcool e da dor.

Eu era novamente o Noel que Rosewood domesticou, o badboy problemático e enfadonho dos livros. O babaca bêbado e malvado dos filmes. E minha doce garota, não era tão doce. Não poderia curar isto, porque ela também era a menina má.

Não.

Não era a verdade sobre nós dois, eu não me deixaria enganar-me pelo sofrimento e dizer não ao que tínhamos. Alison sempre foi meu ponto de calma e eu sabia que era o dela, apenas nos perdemos em caminhos contrários e eu a encontraria.

Deixo a água fria bater por mais um tempo em meu corpo quente, enquanto minhas mãos tiram-a de meu cabelo e meu cérebro convoca meus neurônios para uma intervenção: não haveria mais dosagens de álcool em meu encéfalo e acabaria a tolerância, não haveria mais produção de retículos endoplasmáticos lisos para suportar o veneno. Eu estaria sóbrio e lidaria com aquilo, pelos rosto felizes nas fotos de meu criado mudo.

Apenas passo pelo meu quarto, colocando uma roupa qualquer e um all-star, seguindo com meus pertences jogados em uma mochila para as escadarias, as quais desço rapidamente, checando meu celular -esperando uma mensagem, um sinal... uma reconciliação, mesmo que eu ainda não lidava com a morte de... não.

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