•22➼ Em New York vive-se o New Deal•

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♕Alison♕

Olho atônita para o sorriso conquistador a minha frente e então para o anel em minha mão. Minha mente pela primeira vez não opina, se mantem neutra e deixa para meu coração decidir. E pela primeira vez, não preciso calcular milimetricamente qualquer passo. Eu estava segura.

Eu não esperava aquilo, não esperava um pedido de namoro, afinal, estava com Noel e não um príncipe encantado, mas... quem é que precisa de príncipe quando um Kahn decide atribuir a si o romantismo? 

Era impossível resistir a um Kahn conquistador. E resistir a um Kahn conquistador e romântico era um ato de suicídio.

Pisco diversas vezes e coloco a sacola de doces na mesa, estendendo a mão direita a minha frente. Segurando o anel com a unha do indicador e do dedão esquerdo, passo-o  pelo dedo anelar direito.

Solto a mão esquerda no colo e examino o anel na minha mão, balançando a cabeça de um lado para o outro como se analisasse a combinação para responder a proposta. 

Ergo os olhos para Noel, eles sorrindo mais que minha boca —a pobre não continha elasticidade suficiente para o sorriso que minha alma gostaria de dar.

—Sim. —formo com a boca apenas e pisco ambos os olhos, então abaixando a mão e a virando com a palma virada para cima. —Eu aceito o nosso New Deal na cidade do mais conhecido deles. Eu aceito o tratado de ser muito mais que sua amiga. Aceito ser sua por inteiro pois você é minha esperança de futuro, você me torna humana e capaz de ser algo além do que pensam sobre mim.

Noel me olha por um tempo e depois a minha mão, colocando a mão em cima da minha. Se levantando, vem ao meu lado e me puxa de pé pela mão. Ele me estende o maior dos sorrisos, fazendo seu rosto delineado, sorrir junto, seus traços entrando em concordância. Sua beleza irradiando pelo lugar.

Passo os braços em volta do seu pescoço e Noel abaixa a cabeça tomando meus lábios nos seus. Nossas bocas atribuem intensidade ao beijo e quando vejo estou sendo levantada de meus pés. Dobro os joelhos e deixo-me ser rodada junto ao corpo de Noel.

—Eu realmente sou irresistível. —Ele diz ao soltar meus lábios, sem se afastar, e colocar-me no chão. Balanço a cabeça e ergo a sobrancelha. 

—Você é tão convencido! —passo a mão direita de sua nuca para o seu peito e olho o anel, então, esticando a mão no ar, ao lado. —Foi pelo belo anel. —dou de ombros e sorrio provocativa ao olhar em seus olhos, mais azuis que o normal.

—Realista, loira! —ele diz animado e me enche de selinhos. 

Porém, do nada ele para no meio e me solta de seus braços. Observo-o. 

Noel coloca a mão no bolso da calça, voltando com um anel masculino do meu e então me oferece, completando:

—Tu aceitou ser minha, devo aceitar seu seu. Coloca. —ele estende a mão direita e pego o anel colocando em seu anelar, sem tirar os olhos dos seus.

—Não me peça em casamento quando tivermos idade para faze-lo. —dou um sorrisinho de lado e depois olho para sua mão, colocando a minha em cima da sua. Observo o acordo concretizado em dois aros infinitos. 

—Eu prometo esperar até que você não possa fugir, como em uma viagem. —ele sugere e ergue a mão, tocando a sua palma na minha, adentrando com seus dedos no meio dos meus, entrelaçando-os.

—Ainda tenho a opção do não. —dou um pequeno sorriso e meu corpo todo sente ele, atento, aflorado, acordado.

—Não poderia. Seria impossível algo diferente disso acontecer. Rebobine a história, loirinha, e vera que sempre caminhamos para esse momento. Estávamos em uma caça ao tesouro buscando a nossa verdadeira rota, o nosso verdadeiro eu. Você me ajudou na minha busca e eu, na sua. —Ele puxa nossas mãos para sua boca e a vira alcançando o peito da minha e depositando um beijo, sem desprender seus olhos magnéticos dos meus. —Apenas não conseguíamos enxergar que o nosso tesouro era o mesmo e nele continha apenas uma rota. A nossa, junta.  

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