Revisado.
[ Tokyo - 14:49]
Terça-feira"Eu tenho que tomar coragem. É obrigação minha. Eu consigo, eu consigo...", digo para mim mentalmente, enquanto olhava pela fresta da porta papai segurar uma taça de vinho branco com uma mão, enquanto a outra se encontrava em seu bolso, fazendo com que um ar amigável pairasse ao redor dele.
Até que vi um empresário chegar perto dele para mais um de seus papos de negócios e coisas de tal assunto não tão interessante. Sabe aquele momento em que você quer tirar os saltos e bater em alguém com eles? É, essa sou eu agora.
─ Eu não consigo... ─ murmuro, vendo que a conversa não duraria menos que uma hora.
─ Sakura? O que está fazendo, filha? ─ uma mão pousa em meu ombro, me assustando. Virei a cabeça e suspirei ao ver que era apenas minha mãe.
─ Mãe? B-b-bem, sabe? E-e-eu t-tô... observando!
─ Sério? Kizashi, sua filha quer observar o trabalho! ─ Mebuki berra ao meu lado, sorridente. Ela não percebe que chama atenção, não?
Vamos anotar duas questões importantes, mentalmente:
1. Nunca observe pelas frestas de portas ou janelas, porque de todas as maneiras você só se dá mal.
2. Se você não gosta de negociar, reuniões chatas onde só tem velhos 'bigodudos', não minta para sua mãe e diga que você quer morar sozinho (a).
Suspirei, mais que aborrecida enquanto me equilibrava sobre o salto na tentativa de me repor e ir até os dois. Plano falho.
· · · · · ·
Massageei meus pés após tirar o que as mulheres chamam de salto e, uma jovem inofensiva como eu, chamo de monstro. Meus pés estavam tão doloridos que eu nem os sentia, sério.
Mas claro, quase todo sofrimento tem seu lado bom: eu consegui um momento a sós com meus pais durante a noite. Mas o incrível de tudo era que eu não estava conseguindo soltar nem um "A". Parecia que tinha um sapo de todo tamanho entalado na minha garganta.
Como eu começaria? Diretamente ou acompanharia a conversa deles primeiro? Diretamente seria apenas, aleatoriamente, dizer: "Quero morar sozinha". Era mais fácil, porém impossível.
Pelo jeito teria que optar pelo "acompanhar a conversa".
─ Kizashi, sabia que o Itachi voltou a dar trabalho? Aquele moleque não tem jeito!
─ A bicha? ─ perguntei, cortando um pedaço da carne em meu prato, fingindo interesse no assunto.
─ Não o chame assim! O cabelo dele pelo menos é mais sedoso...
─ Querida, sabemos que Sakura o chama de bicha porque tem inveja do cabelo enorme dele. ─ meu pai interfere, com um sorriso ladino.
Itachi é um primo mora lá do outro lado do mundo junto com toda a família, é um zé-ninguém, decepcionante, pois ele não quis herdar a empresa dos Uchiha. No caso, quem cuida dela agora é o tio Fugaku e o Sasuke.
─ Inveja? Daquela teia de aranha?! ─ exclamei, fazendo-os me encararem em reprovação, o que me fez passar a mão na testa. ─ Mãe, pai, preciso falar com vocês...sobre um assunto mais sério.
─ Você está grávida? Isso explica porque come muito sorvete ultimamente. ─ meu pai resmunga, levando um tapa de minha mãe.
─ Não, não é isso.
─ Seja direta, meu anjo. Se estiver grávida, tudo bem, nada que algumas palmadas não resolvam. ─ minha mãe fala com a voz mais doce do mundo, mas no fundo seu olhar é de ódio.
─ Eu não estou grávida! ─ explodi, fazendo-os olhar para mim seriamente. ─ Eu só quero morar sozinha... ─ murmurei em um tom suficiente para deixá-los boquiabertos.
Esperei uma situação mais confusa vinda da reação deles, mas minha mãe não fez nada mais que abaixar os talheres e checar se eu estava bem, enquanto papai apenas perguntava:
─ Não está contente em morar conosco?
─ Não é isso, papai. Eu só quero ser independente! ─ indaguei, imaginando mil possibilidades de receber um belo "NÃO", grudado na testa.
Um tempo se passou e nós estávamos nos encarando como se víssemos o Thor montado em um pônei raivoso.
─ Irei pensar, Sakura. Verei uma opção em que esteja mais segura possível, certo? ─ meu pai fala, terminando de comer.
─ Certo.
No fundo eu segurava um sorriso convencido. Quem me visse agora acreditaria que eu havia ganhado em apostas feitas em bares.
Meu dia até que acabou bem.
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Morando com meu primo! | SasuSaku
Fiksi PenggemarSakura, a seus dezessete anos, insiste para os pais deixarem-na morar sozinha; estes, preocupados, deram a condição de ela morar com seu primo de consideração. Qual será o desfecho da história?