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Capítulo 24

Izabella P.O.V

- Bom dia, querida - o assaltante fala abrindo a cortina e fazendo a luz do sol ir direto nos meus olhos.

Depois de me acostumar com a claridade fico olhando para a rua totalmente deserta, parecia que não passava carros ali a séculos

- Trouxe seu café da manhã - diz colocando um copo d'água e uma torrada na minha frente e depois desamarrando o pano da minha boca

- Me deixa ir embora, por favor - falo rouca

- Se eu deixar você ir embora a minha diversão acaba

- Minhas mãos estão amarradas - falo olhando para a bandeja com a água e a torrada - Não vou conseguir comer

Então ele pega o copo d'água e começa
a me dar, mas ele vira o copo tão rápido que acabo engasgando e molhando a minha camisa toda

- Tenho que sair agora - falou colocando o pano novamente na minha boca - Se comporte!

Em segundos ele saiu e trancou a porta da casa.

Eu estou fraca e pálida, meus lábios estão rachando, e acho que não consigo mais resistir... Mas então vejo um menino na rua enfrente a casa, ele parece perdido. Continuo olhando pela janela, ele me vê. Essa pode ser a chance de finalmente sair desse inferno, depois de três semanas.

Ele ta em choque e desesperado,até que ele para, coloca o celular no bolso e pega três grandes pedras. Corre para os fundos da casa e joga as três pedras na janela, o que faz um buraco, mas não grande o suficiente pra ele entrar por ela. Ele fica aparentemente muito nervoso, até que ele para, avalia a porta dos fundos e começa a descontar a sua raiva nela, batendo, chutando e empurrando, até que finalmente ele consegue... ele entra na casa e vem correndo desesperadamente em minha direção.

Agradeço a Deus por essa casa ter só um andar.

O menino começa a cortar as cordas com uma faca que ele havia pego na cozinha

- Você está extremamente pálida - ele afirma - Está quente também

Eu tentava mas não conseguia falar nada, minha boca estava seca, rachada,e eu estava sem voz

- A quanto tempo você está presa aqui?

Faço sinal do número 3 com os dedos

- Três horas? - nego - Três dias? - nego novamente - Três semanas??? - pergunta assustado e eu respondo que sim com a cabeça. Meus olhos estão pesados

- Consegue andar? - ele pergunta e eu tento me levantar, mas acabo caindo - Tudo bem - disse se abaixando - Sobe nas minhas costas e coloca seus braços em volta do meu pescoço

Obedeci e ele me carregou por muitas ruas, até que acabei desmaiando...

Abri os olhos e eu já estava sendo carregada por enfermeiros

- Qual é o seu nome? - Ouvi uma das enfermeiras perguntar para o menino

- Justin - ele responde

- É o namorado dela?

- Não

- Irmão?

- Não

-Amigo?

- Também não

- Como a conhece?

- Na verdade, eu não conheço - falou sem graça - É uma situação complicada

Depois de ouvir isso, meus olhos se fecham novamente

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- Que bom que acordou - disse uma enfermeira já de idade que trocava o meu soro

- Fiquei quanto tempo apagada?

- Desde quando você saiu da sala de checagem

- E isso faz quanto tempo?

- 12 horas

- Nossa. Ai! - me movi e minha cabeça doeu

- Tente não se esforçar demais

- Tudo bem

- Escolheu bem o seu namorado - ela afirmou

- O que?

- Alguns ou a grade maioria não ficaria aqui a tarde e a noite toda - afirmou - ele não saiu nem pra comer

Ela olhou para o lado direito da minha cama e eu acompanhei o seu olhar. Justin estava dormindo todo desajeitado em uma poltrona, já que não havia cama para visitantes, e pelo jeito, ele vai acordar com uma tremenda torcicolo

-Ele foi de muita utilidade para nós

- Como assim? - pergunto confusa

- Ontem você teve uma parada cardíaca, e na hora teve uma emergência, todos estavam cuidando dos traumas. Sabendo disso ele apertou o botão para nos chamar, ele apertou muitas vezes, tantas que acho que acabou quebrando ele - falou olhando pra Justin e em seguida deu um sorriso

- Vou pedir pra trazerem algo para você comer, deve estar faminta

- Obrigada

Ao sair a enfermeira acabou batendo a porta um pouco forte e Justin acordou

- Que bom - falou se levantando da cadeira - Você acordou

- Acho que demorei até demais

- Ainda sente dor?

- Na cabeça - falei - Mas nada grave

- Deve estar morrendo de fome - afirmou - Vou pedir pra trazerem algo

- Não precisa, já estão trazendo

- Ótimo - falou - Nessa confusão toda acabamos nem nos apresentando - disse se aproximando - Justin Moore

-Izabella Cooper - falei sorrindo

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Se passaram três dias, hoje finalmente recebi alta

- Hoje é o grande dia - Justin falou animado

- Pois é... - comecei a falar mas o celular de Justin começou a tocar - Não vai atender?

- Não

- Sua namorada vai ficar preocupada - falei olhando pra celular dele que aparecia a foto de uma menina muito, muito, mas muito bonita. Ela é morena tem as pontas dos cabelos ondulados e mais claros, olhos azuis

- Ashley? - perguntou sorrindo - Acha que ela é minha namorada?

- Não sei, acho que sim... ela é muito bonita!

- É de família - respondeu e eu demorei um pouco para entender, mas entendi - Vamos? Vou te levar para casa.