𝘴𝘩𝘢𝘸𝘯 𝘮𝘦𝘯𝘥𝘦𝘴
NÃO acredito que Neptune me pediu para dormir aqui, eu realmente acho que estou gostando dela, preciso tomar bastante cuidado com as coisas que falarei pois ela é intensa demais então não posso falar besteira, mas eu quero muito saber mais sobre ela.
— Shawn, já arrumei o sofá para você dormir, ok? – ela estava linda com um blusão.
— Ah sim, então já vou dormir – é claro que não vou conseguir dormir.
— Okay, vou para meu quarto, até amanhã.
Fiquei uns trinta minutos olhando para o teto pensando em como estou sendo um idiota em não aproveitar a chance de me aproximar mais da Tune, então fui em seu quarto e bati na porta.
— O que houve? – ela abriu a porta me encarando.
— Posso ficar um pouco com você?
— Não está conseguindo dormir, não é? Entra logo. – o quarto dela era bonito, tinha uma cama de casal e uma janela enorme que dava para uma vista incrível do céu estrelado e de um jardim que tinha ali perto.
— Aqui é lindo, Tune.
— Sim. – ela sorriu olhando para a vista. — Quando estou mal fico deitada no chão e olhando para esse céu lindo.
— Devíamos fazer isso agora. – me sentei na frente da janela e ela me acompanhou. — Então Tune, você está sendo legal comigo hoje.
— Tem razão... Isso não está certo, devo te tratar mal? – ela estava engraçada.
— Ow, nem pense nisso. – ela me observava com um sorriso no rosto. — Mas estou curioso, por que está sendo tão legal comigo?
— Não sei, talvez eu me sinta mais confortável em casa ou talvez eu me sinta mais confortável com você. Acho que já somos bons amigos.
— Uhm, certo. Tune, posso te perguntar uma coisa? Eu não paro de pensar nisso. – ela assentiu. — As vezes eu sinto que você já passou por algo ruim na sua vida, ser fria é um modo de defesa, não é? Se eu estiver errado você pode falar!
— Quem te contou isso? – ela levantou. — Por favor saia do meu quarto, agora!
— Tune, ninguém me contou nada, eu apenas observei você e cheguei nessa conclusão, por favor confie em mim!
— Confiar? - ela riu ironicamente. - Confiar é uma coisa que não acontece comigo, está bem?
— Por que? Eu faria de tudo para você confiar em mim. – ela sentou novamente, começou a chorar e eu a abracei imediatamente.
— Olhe para mim! – segurei seu rosto. — Está tudo bem! Não precisa me contar nada, eu só queria saber mais sobre você.
— Se eu contasse você tentaria me consolar e eu não quero isso, eu não quero pessoas com pena de mim!
— Eu juro que apenas irei ouvir e depois podemos mudar de assunto! E olha, eu não preciso sentir pena, tem noção do quão forte você é? – falei rapidamente, ela respirou fundo e começou a contar.
— Eu tinha seis anos quando meus pais sumiram, estávamos em uma praia, meus pais estavam sentados na areia, me lembro que fui até o mar, eu sempre amei muito o mar... E quando voltei eles já não estavam mais lá, até hoje não sei o que aconteceu, mas tenho certeza que eles me largaram e fugiram me deixando sozinha. Depois disso eu passei a morar com minha vó, o resto da minha família tem muito carinho por mim mas infelizmente desde que meus pais se foram parece que meus sentimentos se foram também, não consigo retribuir o carinho que eles me dão. Eu tenho muito medo de pessoas, tenho medo de confiar nelas assim como confiei nos meus pais, por isso quase não tenho amigos, na verdade só tenho as meninas, os seus amigos estão sempre com elas mas nunca consegui conversar com eles, afinal nunca nem dei abertura para que isso acontecesse. Eu sou uma pessoa bem fria e fechada, mas não acho que a culpa seja minha... Enfim, é isso. – ela terminou de falar e já não chorava mais.
Eu concordei lentamente com a cabeça tentando digerir tudo aquilo, o que ela passou foi tão horrível mas eu não podia falar mais nada sobre, então tentei puxar outro assunto.
— E quando você começou a cantar? – falei a primeira coisa que me veio na cabeça.
— Quando tudo aconteceu, eu me isolei muito e o que mais me ajudava era a música, então comecei a cantar, e você?
— Ah, o jeito que comecei a cantar não foi tão interessante... Quando eu era pequeno tinha uma professora de música na escola e ela me obrigava a cantar em alguns festivais, ela dizia que minha voz era linda, então eu comecei a acreditar nisso, quando cresci me interessei mais, e ficava o dia inteiro vendo vídeos de cover no youtube. Foi assim que meu amor pela música começou.
— Uau, então você já nasceu com essa voz de anjo? – ela perguntou.
— Voz de anjo? Você é inacreditável. – eu não conseguia parar de sorrir.
Ficamos a noite todinha conversando sobre coisas aleatórias, falamos até sobre teorias do universo. Tentei não tocar no assunto dos pais novamente pois não queria irrita-la, naquele momento eu só queria ouvir sua voz e ver seu sorriso... Como pode existir uma menina tão preciosa assim?
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𝑵𝑬𝑷𝑻𝑼𝑵𝑬 +𝒔𝒎
Fanfictiononde neptune não demonstra seus sentimentos facilmente. started in january copyright © 2018, agustruth plágio é crime
