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Vejam só quem voltoooou!!! Eu amo meu Asmodeus, é minha melhor história hehe

Esse capítulo é bem leve, só para eu dizer que estou voltando, aceito criticas e sugestões!

Aconselho que releiam os últimos 3 capítulos okay? Beijaaaaao

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A dor é como uma bebida amarga e envelhecida. Camila pôde entender isso ao sentir cada centímetro de sua pele queimar e transformar-se em uma dura e enegrecida casca áspera. Os gritos que saíam de sua garganta perdiam a força, tremendo o choque ao ver o seu corpo se transformar em cinzas. Era uma sensação estranha, agoniante, emanando uma força que Camila jamais sequer imaginou ser capaz de sentir sem entrar em um colapso.

Foram longos segundos, que se estendiam como anos para a jovem menina. Sua dor parecia não ter fim, mesmo que sentisse aos poucos ela se dissipar em ondas que percorriam até a ponta de seus membros.

Todo seu corpo tremia levemente, um chiado áspero emitido por sua pele, estendida no chão como uma carcaça vazia. A garota tentava respirar, mas até suas entranhas ardiam com a queimação.

Ao ter seus olhos abertos ela reconheceu o lugar, como o território desconhecido de seu sonho. O cheiro podre era o mesmo, fétido e amargo como chorume. O chão feito de algo como gosma, saliva e sujeira. Ar pesado, carregado de uma poeira vermelha que queimava como estar respirando canela. Era muito mais desagradável do que em seu sonho.

Sua cabeça, tombada para a esquerda, tinha a pouca visão de um ser deveras grande caminhando até ela. Ele tinha longos braços, mesmo que finos muito bem carregados de músculos. O andar era seguro e cheio de si e o som de seus passos eram altos e até emitiam pequenas ondas no chão de textura estranha.

Camila piscou por longos segundos, fraca e dolorida. Ao abri-los novamente engasgou ao susto, a feição da criatura estava próxima e a observava.

Acorde.

- Eu estou acordada. - respondeu sem muita dificuldade, a dor que antes era cortante, tornava-se suportável.

Acorde! O ser rosnou, seus dentes afiadíssimos cobertos pela pouca carne de lábios, sua face por completa assemelhava-se à um crânio de bode, parcialmente sem carne, uma mistura grotesca estre pele rasgada, sangue e ossos.

Camila sequer piscou e não sentia mais dor, agonia ou qualquer sentimento que a incomodasse. Em um milésimo de segundo ela estava sendo puxada para fora daquele lugar assombroso e terrível. Demorou menos ainda para ela se sentir acolhida em braços quentes e trêmulos.

Quente. Macio. Confortável. Seguro.

A humana poderia listar dezenas de palavras que descreveriam como ela estava se sentindo no momento, mas de fato algo superava toda essa onda de sentimentos. Ela apenas não conseguia bem explicar o que.

- Camila! - o demônio engasgou em algo como felicidade ao ver que a humana em seus braços estava acordada, era até de se estranhar que aquela criatura estivesse em um estado de felicidade.

- Asmodeus... - ela sorriu um pouco grogue. - Onde nós estamos? - a menina olhou ao redor e não reconheceu como a masmorra onde há pouco encontrara o demônio.

- Você está segura. - murmurou firme, agarrando-se sutilmente com mais força ao corpo da humana, sua voz estranhamente arranhada e com entonação demoníaca.

De fato, Camila se sentia segura.

Segura nos braços de uma criatura que provavelmente nem fosse real. Talvez Camila só estivesse mesmo muito louca da cabeça por ser órfã ou coisa do tipo... mas ao pensar nessa hipótese não se sentia sufocada, aceitava que poderia realmente ser apenas um delírio tudo aquilo.

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