Jess
Acordei assim que senti a porta do quarto se fechar, olhei em volta e não achei Jonathan, provavelmente aproveitou para ir tomar um café, eu também estava com fome, precisava comer ou tentar engolir algo.
Sobre a mesinha tinha um potinho de gelatina, uma sopa cremosa e um suco de laranja.
Me sentei e puxei a mesinha e passei a comer com muita calma, ate que a porta foi aberta, um homem de terno cinza escuro entrou, me encarando de um jeito estranho.
- Sra. Patrick? - Ele se manteve parado na porta, mão na maçaneta.
Desconfiei dele, mesmo assim sacudi a cabeça concordando.
- Se sente bem?
Sacudi em negativa. Então ele sorriu e tirou o distintivo do bolso e me mostrou.
- Só quero fazer algumas perguntas, sou o detetive Michael. - Ele me olhou. - Poderia me responder algumas perguntas?
Dei de ombros e apontei para a minha garganta.
- Pode escrever?
Aquela conversa seria longa e demorada, concordei com a cabeça e ele me entregou o bloquinho e a caneta.
E foi praticamente trinta minutos de interrogatório, escrever nervosa e chorando não foi fácil, ainda mais sem Jonathan do meu lado.
Comecei a achar que tinha algo de muito errado para ela não estar comigo.
O detetive agradeceu e saiu, prometendo voltar se surgisse algo ou convergência em meu depoimento, como não podia perguntar se o pegaram, só pude assistir o detetive ir embora.
****
A surpresa que John fez para mim me deixou muito feliz, agora eu tinha a nossa menina em nossa casa.
Antes de Jonathan deixar o quarto, peguei o celular antes dele sair, que fez uma careta, mas era o único modo para eu falar com a minha menina.
Rapidamente baixei um programa de leitura, foi um modo fácil e simples de nos falar.
Audy ria da voz engraçada que saia do celular, eu e John riamos com ela.
No shopping não foi diferente, eu e John a transformamos da gata borralheira a nossa princesa.
Passei na minha loja para deixar minha gerente a par do que aconteceu comigo. Depois disso fomos para casa, sem fastFood na rua, comida natural que Jonathan iria preparar. Provavelmente minha sopa já tinha estragado.
Os dois primeiros dias que se passaram, foi de pura adaptação com Audrey em casa, eu praticamente não conseguia dormir pensando na segurança dela, ainda mais quando Joy apresentou a policia um provas forte de que não estava em Boston, muito menos esteve em minha casa. Motivo para que eu e John ficássemos furiosos com a mentira deslavada de Joy. Ainda corria a probabilidade de ser processada por calunia.
Decidimos então procurar uma casa em uma das ilhas de Boston, com mansões e entrada particulares para o condomínio, coloquei minha casa à venda e não contamos aos vizinhos para onde iriamos nos mudar, o amigo de John passou a fazer a nossa guarda, já que agora eu tinha uma filha para levar a escola, ir ao médico e entre outras coisas.
John me convenceu em deixar a loja na mão de alguém competente que gerenciasse e me deixasse a par, então tive uma ideia e John achou que seria uma boa, abrir franquias, onde eu venderia a marca e o layout da loja e as roupas intimas, isso alavancaria meu patrimônio e venderíamos não só as roupas, mas sim a marca. Eu passaria a trabalhar em casa.
Já estamos a quase duas semanas na nova casa, grande o suficiente para brincar de esconde esconde com Audry. Eu queria dar-lhe um cachorro ou um gato de presente, já que o meu John disse que fugiu assustado com o que aconteceu comigo, nunca mais vi meu gato e os vizinhos ainda disseram que não tinha voltado. Eu sentia falta do seu calor enroscados ao meus pés.
Hoje é sábado, eu e Audy estamos no jardim plantando algumas mudas de amor perfeito no canteiro, minha voz aos poucos estava voltando, muito falhada e as vezes precisava parar para falar.
- Me passa o saquinho de adubo meu anjo? - Pedi mostrando a sua direita.
John lia o jornal sentado na varanda dos fundos, de olho em nos duas.
Olhei para meu marido, ultimamente andava tenso e às vezes some das minhas costas, aquele comportamento me preocupava. Erin e Ellen passaram a ligar mais vezes, ele mal falava com elas, eu tentava me comunicar, mas a falta da fala me cansava quando forçava.
O celular de John começou a tocar, olhei para a mesinha de onde vinha o barulho, John rapidamente puxou o aparelho, se levantando rapidamente e entrou para dentro de casa.
- Fique aqui... Não saia daqui. - Pedi e me levantei tirando as luvas e segui em passos calmos para que não sentisse minha presença.
John atendeu o Telefone rápido e foi bem breve. Tentava ouvir com nitidez o que ele dizia, Mas era impossível, ele quase sussurrava e falava bem baixo como se estivesse muito nervoso.
John desligou o telefone e eu voltei correndo para a Audrey.
- Problemas no trabalho! - Ele disse rápido e eu sabia que era uma mentira.
- Eu achei que estivesse tudo bem... - Voltei pra junto dele, parei a sua frente. - Essa semana tenho que ir para a loja... vai chegar uma coleção nova e vou aproveitar e levar Audy ao pediatra com os exames... você vem comigo?
- Claro! Serei o pai mais presente que a minha princesinha poderia ter.
- Está bem... Terça... Te espero na loja, ou se não conseguir chegar na loja, nos encontramos no Pediatra. - Me aproximei e sentei em seu colo. - O que acha da minha voz sexy? Rouca, manhosa, baixa! - Lacei seu pescoço beijando seu rosto, até chegar em sua boca.
- Acho que ficou ainda mais patricinha. Sabe quem Você me lembra assim tão delicadinha e com esse vestido cor-de-rosa?
Esfreguei meu nariz no dele sorrindo.
- Quem?
- A Penélope Charmosa! - ele riu e me beijou suavemente.
- Ei! - Audrey chamou a nossa atenção. - Eu quero colo também!
- Vem... - Peguei ela no colo. - Agora você tem duas Penélopes charmosas em seu colo.
- Minhas donzelas.
- Donzela não, tio John! Eu sou a sua princesa.
- Ah é?
- Eu não sou, tia Jess? - ela afagou meus cabelos e deitou a cabeça em meu peito.
- Sim... Uma princesa linda, que a gente ama e muito.
- Eu vou ficar pra sempre com vocês, não é?
- Claro, minha princesa!
- Mas a tia Lucy disse que o juiz pode me mandar de volta pro abrigo. Por que esse homem mal quer me mandar embora?
- Ele não é mal, Aldy! E ele só faria isso se nós não formos bons pra você. Mas, nós a amamos e vamos cuidar de você.
- Isso mesmo... nem que a mam... A tia Jess tiver que procurar uma antiga amiga para ajudar. - Acariciei seu gorro rosa, depositei um beijo calmo. - Ninguém vai tirar você de nós meu anjo!
- Eu quero dormir com vocês!
Dei risada.
- Então vamos entrar, tomar um banho enquanto o papai faz o jantar. - A coloquei de pé e me levantei. - Ainda bem que compramos uma cama bemmmmm grande.
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REVENGE - FIXING YOU (completo)
RomancePERSONAGENS: JASMINE (JESS) E JONATHAN (JOHN) Depois de muito sofrer num casamento de aparências, onde o ex-marido de Jasmine não correspondia ao mesmo amor. Eis que ela resolve dar um basta em tudo, aprender a viver sozinha e encontrar seu lugar na...