Literalmente os únicos habitantes supostamente eram apenas Victtória e Charlie, isso lhe deu a liberdade de inventar seu próprio mundo mesmo em uma pequena mata. Liberdade é uma palavra que na civilização é impossível ser vivida, e no lugar onde estava tudo se tornava possível.
Ela aprendeu a se alimentar de frutas, e a viver sem objetos matérias, transformando tudo cada vez mais em seu próprio lugar, da maneira que sempre desejou. Cada folha dos galhos das arvores que havia naquela floresta, a adaptou como sua morada.
Victtória era uma garota considerada maluca por muitos que a conheciam, e totalmente louca para aqueles que só admiravam sua lucidez. Sempre foi independe de maneira que ninguém a convencia de fazer algo que ela não quisesse fazer, e muito menos alguém impediria de ela fazer mais uma de suas loucuras.
Ela não entendia o porquê das pessoas se surpreenderem com suas atitudes, ela apenas vivia a vida de sua maneira, sem ligar para padrões. Todos diziam que ela era a menina mais diferente que já tiveram a oportunidade de conhecer. Ela levava como um elogio, apesar de às vezes soar estranho.
Com sua coragem imensa enfrentava os mais perigosos desafios. Para Victtória nada era impossível. Quanto mais a duvidavam, mais ela criava coragem, e seu ego aumentava provando como era possível ser realizado. Mas aquela fuga por mais divertida que fosse, estava cada vez mais a distanciando de sua realidade.
O seu maior desejo naquele momento em que estava sentada na grama em frente ao lago, com Charlie do lado, era ter um controle remoto, e assim controlar a sua vida.
Às vezes quanto mais se quer mudar, mais tudo continua igual. Ela já era considerada diferente, e quando ela contasse sua história nesses meses fora de casa, só a tornaria o centro das atenções. Nem sempre é bom ser popular, todo mundo sabia de sua vida, menos ela mesmo.
O intuído de ela ter fugido, era se redescobrir, mas isso estava se tornando cada vez mais distante. Talvez ela fosse normal, os outros que fossem diferentes. Afinal a vida foi feita para ser vivida, e não há nada de extraordinário nisso, ela apenas está fazendo o que constava na bula.
Ela sempre quis que seus pais sentissem orgulho dela, por ela ser uma menina sem medo, objetiva e pura de alma. Mas, nem ela sentia orgulho de si mesmo, já nem sabia mais o que era motivo de orgulho, já que para outros ela era diferente, em quanto para ela, estava sendo normal.
As meninas da sua escola queriam ser ela, inteligente, bonita, culta, e livre. Por este motivo, ela tinha poucas amigas, e era rodeada de garotos. Quem convivia com ela, sempre foi de ter sorrisos no rosto, pois ela era engraçada e transmitia uma sensação boa.
Tudo estava se tornando mais confuso. Alguns minutos de silencio, sempre foi motivo para muitos pensamentos barulhentos. Ela não queria pensar em mais nada, o único som que gostaria de ouvir, era do vento sacudindo as arvores, o lago borbulhando, e o latido de Charlie.
Por mais que fosse contra a sua vontade, o desejo de voltar para casa estava tomando conta de sua mente. Mas poderia não ser uma boa decisão, já que fazia meses que estava fora de casa, seus pais podem ter desistindo de procurá-la e pensar que o pior aconteceu. Não seria sensato aparecer inesperadamente com muitas histórias pra contar, ou talvez sem nada que justifique o motivo de ter fugido.
Seus pais nuca a entendiam, imagina depois de ter os assustado fugindo de casa. Tudo o que viveu só a deixou mais confusa, e não havia outra escolha a não ser voltar para casa. Quando estava quase decidida, surge no lago uma garrafa com um papel dentro. A sua primeira reação foi olhar para os lados com a esperança de encontrar que deixou a garrafa, mas o lago era imenso, poderia ter vindo de qualquer lado.
Dentro da garrafa havia um guardanapo que dizia o seguinte: "Na vida às vezes é preciso entregar-se a imaginação para agir na realidade. Tenha coragem para fazer o que imagina, e sua vida será literalmente como sempre sonhou" By: Garota Diferente.
O guardanapo era o mesmo que ela escreveu e deixou para garçonete. Atrás dizia que não era para ela se preocupar em como voltou até ela as suas escritas se um dia realmente voltasse, mas sim se preocupar em não desistir dos seus sonhos. Naquele exato momento percebeu que ainda tinha muita história pra fazer acontecer.
Por mais que a incentivou a seguir em frente, a situação era um tanto quanto engraçada, já que o guardanapo foi feito para alegrar o dia de uma garçonete e não a si mesmo. Ela nunca iria imaginar que viria aquele guardanapo novamente e quem havia lhe devolvido era o seu maior desejo de saber.
Muitos conselhos que damos a outras pessoas é apenas um desabafo que a própria pessoa gostaria de ouvir. É por este motivo que desde crianças somos ensinados a fazer o bem ao próximo. Se não devemos fazer para os outros oque não queremos que façam conosco, a lógica seria fazer para nós mesmos o que esperamos que os outros façam por nós.
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Utopia ou Suícidio
AventuraA história não começa, e nunca acaba. Precisamos morrer todos os dias, para ser possível renascer. A real utopia é entre o nascimento e a morte. E o suicídio verdadeiro, é entre o adormecer e o acordar. Victória é uma garota insatisfeita com sua vi...