Depois de horas com pensamentos paralelos vagando em sua mente, Charlie lhe desperta com seus latidos. Os latidos de Charlie foram como o sino da vida, lhe avisando que ainda há tempo. Ela não tinha certeza do que faria dali em diante, mas sabia que valeria a pena. Decide então pegar a estrada novamente, mesmo sendo difícil abandonar a sua floresta dos pensamentos.
Como era típico de Victtória, ela não podia sair de um lugar sem deixar sua marca. Em arvores distintas, a sua marca estava registrada, em cada arvore havia uma palavra escrita com pedras pontudas no troco das arvores, como: paz, amor e simplicidade. Quem por ali passasse, sentia a leveza e a harmonia que Victtória transmitia. Charlie já estava recuperado e seguiria a estrada com ela.
Começou a garoar e então ela teve que pegar carona. Quem lhe ajudou com sua caminhonete, era um homem de mais idade, com uma barba grande e branca, e umas tatuagens espalhadas pelos braços. Levava junto o seu filho que tinha mais ou menos 10 anos e sempre seguia seu pai onde fosse. Contaram que estavam indo para um evento de tatuadores da região. Victtória logo pensou em Albert e se interessa em ir, mas estava sem dinheiro. O caroneio como um bom homem resolve pagar a sua entrada no evento.
Faltavam ainda mais alguns km para chegar até o local, tempo o suficiente para cada um conhecer um pouco da história do outro. Chegando ao local, havia dois seguranças no portão do evento. Quando Victtória fica em frente ao segurança para pagar a sua entrada, tenta olhar para dentro com o intuito de enxergar Albert, mas quando finalmente o encontra, ele estava beijando outra garota.
Victtória pega Charlie no colo e saio correndo aos prantos. O caminhoneiro já dentro do local tenta gritar para Victtória indo em direção a ela, mas os guardas o impedem afirmando que se ele saísse teria que pagar outra entrada para ter acesso ao evento novamente.
Ela corre em direção a uma padaria. Como não deixavam entrar animais no ressinto, deixa Charlie amarrado do lado de fora, mas fica cuidando da janela para que ele não fugisse. Pede um café para se acalmar, e pagaria com o dinheiro que ganhou para ir ao evento.
O café já posto na mesa, tomou somente um gole dele e com a colher de açúcar começou a mexer em quanto pensava. Não foi surpresa ver Albert com outra, afinal ela querendo ou não deixou claro para ele que não devia a esperar, já que ela não quis abrir mão da sua liberdade para ficar em apenas um lugar.
Victtória sem perceber deixa o café esfriar, e quando olha para a janela se da conta que Charlie foi correndo atrás de um gato. Rapidamente Victtória coloca o dinheiro na mesa e vai em direção ao Charlie. Mas quando finalmente consegue alcança-lo, bate de frente com um homem. Quando se olham, Victtória se surpreende em ter esbarrado justamente em James.
Os dois começam a sorrir, e contar que nunca o imaginariam se reencontrando. James a convida para tomar um café na padaria do outro lado da esquina. Victtória aceita já que antes mesmo pagou um café que nem tomou. Quando chegaram à padaria, havia um garotinho todo sujo e tristonho sentado ao lado da porta. Charlie foi em direção dele, e o garoto começou a lhe fazer carinho, então Victtória pede para ele cuidar de Charlie em quanto eles ficam na padaria.
James e Victtória conversaram por muito tempo, deram bastantes gargalhadas, e contaram o que fizeram nesse tempo em que não se viram. Passado algumas horas, James a convida para ir assistir um filme e continuar a conversa em sua nova casa. Pedem pasteis para viajem, e quando estavam saindo da padaria Victtória encontra Charlie deitado sobre o garoto, dormindo com ele em frente à porta. Comovida, deixa o seu pacote de pasteis ao lado do garoto e volta à padaria para pegar um guardanapo e deixar um recado ao garoto.
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Utopia ou Suícidio
AdventureA história não começa, e nunca acaba. Precisamos morrer todos os dias, para ser possível renascer. A real utopia é entre o nascimento e a morte. E o suicídio verdadeiro, é entre o adormecer e o acordar. Victória é uma garota insatisfeita com sua vi...