Capítulo 11: A Família

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Cristopher também acabou conhecendo várias pessoas e entre elas, uma garota muito especial. Logo que ouviu sua história apaixonou-se imediatamente. Convidou-a para dar uma volta no parque e comer algo com o dinheiro que conseguira naquele dia.

Victória organizou as coisas e voltou para a casa sozinha. Passou a noite escrevendo o seu livro na esperança que ele um dia fosse publicado. Em quando Victória se divertia criando suas fantasias, Cristopher estava realizando as dele. Ela estava feliz por seu amigo ter encontrado alguém, e pela primeira vez não se sentiu completamente abandonada.

Cristopher foi um anjo em sua vida, dividiu momentos, histórias e segredos. Ele a entendia, ou ao menos tentava. Estava na hora de deixar seu anjo da guarda com suas asas voar, e cada um seguir seu próprio caminho.

Ela pensou na possibilidade de fugir, mas seu coração não queria se distanciar de Cristopher. Desde que se conheceram, foram sozinhos juntos, e mesmo ele tendo encontrado uma namorada, não o aceitaria viver longe de sua fiel amiga.

Sentiu-se desconfortável ao estar só. Cresceu em Victtória uma imensa dor, que para ela sempre são iguais, a única diferença seria o seu causador. A dor é previsivelmente doentia e melancólica. Ela apenas tinha que aceitar que Cristopher não estaria a sua disposição a todo o momento devido às circunstâncias, mas o conhecendo, tinha a certeza que ele não a deixaria.

Dorme, e sem ao menos perceber o dia amanhece, e logo ao abrir os olhos inesperadamente se depara com Cristopher entusiasmado. Ele decide morar com sua companheira junto aos seus pais, e levar Victtória a identificando como irmã. Ela fica surpresa com a proposta e no início acha um absurdo, mas como suas poesias não seriam o suficiente para lhe sustentar por muito tempo, ainda com o pé atrás, aceita.

Antes de seguir com ele, pega todas as folhas do seu livro, vai até uma encruzilhada, e taca fogo. É engraçado como pode existir tantas esquinas em nossa vida. Como mudamos o rumo em minutos. As coisas ficam diferentes, e ainda assim continua sendo as mesmas coisas. Victória fugiu da sua família para agora entrar em outra.

Ao se deparar com a família de Alice, sentiu saudade de sua vida familiar. Pai de Alice era psicólogo e sua mãe professora. Sua Irma Aline estava cursando faculdade de odontologia e Alice ainda no ensino médio. Cristopher e Victtória aos poucos estavam tentando se encaixar em seu novo lar.

Alice e Aline apesar de serem irmãs eram totalmente diferentes. Alice era meiga, romântica e inocente. Aline era decidida, determinada e desafiadora. E logo de inicio Victtória e Aline tornaram-se grandes amigas. Dividiram o quarto e suas histórias.

Algum tempo depois de muita procura e diálogos em família, é determinado um rumo para Victtória. Ela começaria a trabalhar e a fazer uma faculdade. A única condição que a impuseram para aceitá-la em seu lar. Cristopher conseguiu um emprego de mecânico e estava pensando em ser professor de filosofia.

Como ela não havia terminado o ensino médio fez alguns meses de supletivo para recuperar seu desempenho na escola. Victtória começou a trabalhar em uma loja de roupas durante o dia, para pagar a faculdade de psicologia que conseguiu devido a sua nota no vestibular, que futuramente seu pai fictício lhe daria oportunidade em sua clinica. Aline passava a maior parte do tempo que sobrará junto a ela. À noite quando saia de sua faculdade ia busca-la em frente à dela para se divertirem nos bares da cidade.

A aproximação das duas não causou boa impressão no começo, mas aos poucos decidiram que se continuasse com suas obrigações, poderiam ser livres para fazer o que bem entendessem. E foi assim por um bom tempo.

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