Capítulo 12: A Paixão

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Decidiram todos a ficar uma semana de férias só em dedicação a Aline. Na semana seguinte quando Victtória volta à faculdade, foi destinada a fazer um trabalho. A única pessoa sem par para a formação de uma dupla assim como ela, é o Izack.

Izack tem como hobby desenhar manhãs, anda bastante sozinho, é perdido nas aulas mas é super inteligente. Sua mãe faleceu quando era criança, e se pai é ausente devido a sua profissão como militar. Ele adora andar de bicicleta e de ônibus com seu fone de ouvido como companhia. Sempre que possível vai visitar sua avó no áxilo, e em frente à clínica ele lê livros para ela, e conta as histórias de seus álbuns de fotografias quando a era jovem, sentam-se em um banco branco com flores em volta toda vez que veem-se.

Victtória e Izack começaram a passar boa parte do tempo juntos, tanto na faculdade como no caminho de ida e volta. Encontravam-se em momentos livres de seus dias, e até de vez em quando faziam refeições juntos, às vezes em restaurante, outras levavam seus lanches para um lugar agradável aos dois e alimentavam-se lá.

Os assuntos que conversavam era fazendo criticas de filmes e livros, criavam teorias sobre tudo e discutiam o significado de cada coisa existente. Victtória estava precisando de alguém que a tirasse desse mundo, e quando estavam juntos faziam parte de ouro planeta.

Cristopher já não estava mais presente, e apesar de morarem junto, Alice precisava mais dele naquele momento. Izack a levava no cinema, ao parque a ajudava e alegrava nos dias em que estava com crises existências, e ela o recompensava fazendo o mesmo. Nenhum um fazia-se ausente ao outro.

Logo de início houve uma aproximação entre eles, e a escuridão e o vazio que sentiam por dentro, foi o que os uniu. O término do trabalho nãos os impediu de continuarem a andar juntos e a frequentar a casa um do outro. Não demorou muito para se tornarem íntimos e começar uma relação entre eles. Era um namoro tão saudável ao ponto da amizade ser mais forte.

Quando combinavam de posar na casa do outro, passavam a madrugada assistindo, estudando, lendo, conversando, ouvido musica e etc. Ele conheceu os prédios mais altos e a Floresta dos Pensamentos, ela começou a andar de ônibus e de bicicleta, e assim foram se tornando um só.

Depois de alguns meses juntos, aconteceu a primeira vez entre eles. E ele fez o possível para tornar inesquecível. Levou-a em um bosque de propriedade de sua família, enfeitou todo o local com flores roxas e azuis e até pintou algumas de preto que são suas cores preferidas.

Havia também velas por toda parte. Deixou tocando as melhores musicas que ela ouvia do rock nacional, e nas paredes quadros com desenhos dela feitos por ele. Nada era mais perfeito, Victtória ficou surpresa e encantada com tudo, sem duvidas foi inesquecível.

Teve um dia em que finalmente ele a levou para conhecer sua avó, e desta vez as histórias foram contadas por Victtória. A doce senhora a via como o espelho de sua juventude. Ela amava conversar com idosos, e entre as horas tudo era mágico e encantador. Mas nada tirava de sua cabeça a imagem do estado em que Aline se passava.

Ela estava magra, já sem seu cabelo, e mal conseguia comer. Quando foram ao hospital e Victtória apresentou Izack a Aline, ela ficou surpresa ao vê-la com alguém depois de muito tempo, e também com o que aconteceu. Mas feliz por deixar a vida de solteira e de aventureira para se prender em um romance novamente.

O ser humano esta em constante mudança. O fato de ela ter sido uma vez a menina que se trancava no quarto e em seus pensamentos, vivendo em função de seus livros, e em segundos tornar-se aventureira e hoje vivendo de forma equilibrada, prova o significado da palavra "viver". Aproveitar o máximo possível de cada momento, e assim fazer uso da experiência.

As pessoas por si só, são literalmente fontes de conhecimento. Há uma diversificação no mundo de histórias e pensamentos. E não é necessário um grupo de pessoas tituladas como sociedade para ser comprovado isso. Um ser humano apenas é capaz de transmitir informações incapazes de serem expressas por alguém que acha que para viver, é preciso se enquadrar em padrões. Só é possível viver, permitindo-se viver.

O natal estava próximo. Aline era quem organizava a decoração desta data. E para ela não deixar de participar, Victtória levava todos os enfeites ao hospital considerados bonitos, para ela decidir os detalhes.

Em quanto estava com Aline, recebe uma ligação de Izack para ir ao seu encontro, e como já estava quase na hora do descanso matinal dela, Victtória resolve ir. Encontram-se em um parque próximo do hospital.

Izack tenta prolongar as conversas e tirar o foco do porquê a queria vê-la com urgência. Mas Victtória percebe sua enrolarão e nervosismo. Depois de muito insistir, ele triste começa a contar. Seu pai iria levar ele e sua avó para passar o natal e também o ano novo em outro país.

Até então tudo bem, só iria ficar alguns meses sem vê-lo. Mas em seguida ele argumenta que talvez preferisse morar por lá. Afinal teria mais sucesso com seus desenhos, e assim sua avó teria o melhor tratamento e seu pai consequentemente teria mais tempo para com ele, por estar mais próximo de onde ele trabalhava.

Victtória obviamente fica chateada, mas não demonstra. Aos poucos por dentro ia se desintegrando em desespero por estar sendo abandonada por alguém que ela é apaixonada. Mas expressava alegria por ele estar correndo atrás de seus sonhos, e de certa forma estava, mas a dor estava começando a transbordar, e uma lágrima escorre em seu rosto.

Izack para conforta-la se levanta do banco pega em sua mão e a abraça. E assim ela se desmancha em lágrimas. Ela não o impede, entende a situação, e se fosse ao contrário ele faria o mesmo. Certamente o momento estava sendo difícil para os dois, mas era a coisa certa a se fazer.

Em dois dias ele pegaria o trem e depois o ônibus e em fim o avião. A conversa já havia sido adiada, e sua avó e seu pai já estavam lá. Izack sofreu muito antes de contar para Victtória, e ela tinha percebido a diferença em seu comportamento. Mas há certas decisões na vida que precisão ser feitas.

Victtória então o acompanha na viagem de trem até o ônibus, para ao menos ficar alguns minutos a mais ao lado de Izack. Às vezes as coisas parecem ser programadas, já com o destino traçado a acontecer. Para os dois, eles foram uma das coisas mais maravilhosas que aconteceu em suas vidas. Por mais que se conhecessem há pouco tempo, a paixão se fará presente por muito tempo.

Sentada na janela ela lembrou-se de quando estava a observar o trem passar. Desta vez, ela estava dentro dele. A sua vida estava percorrendo por entre os trilhos. Havia histórias a contar. E descobriu-se então se conhecendo como desconhecida. Mas ao menos, já era algo concreto. Ela sabia o que era ser a si mesmo. Sabia que o motivo da sua existência, era já estar existindo.

Ao desceram do trem devagar, como quem não quer que aquilo aconteça, vão percebendo que a despedida está próxima. Ficaram abraçados por um prolongado tempo. Na estação com certeza havia muitas histórias como a deles. E isso de certa forma a confortava. Despedidas às vezes é necessário, sendo apenas uma transição que precisamos passar pela vida. Ainda ocorrerão muitos encontros e despedidas. Ali mais uma história acabava, e começava.

Utopia ou SuícidioOnde histórias criam vida. Descubra agora