Capítulo 1

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Ele estava sentado em um banco lendo um livro, que pela capa vi que era um romance, me impressionei pois nunca imaginei que alguém como ele; sério, que não expressava nenhum tipo de emoção e nem demonstrava nada, sequer um sorriso, gostava de tal gênero.
E como em todas as outras vezes em que o vi, não cheguei nem perto de lhe dizer um "Oi" ou apenas um "Bom dia" apenas por educação...sabe?
Todavia segui meu caminho diário, fazendo as mesmices no trabalho, mas ele também ele fazia parte das minhas mesmices, e como não fazer? Ele vivia em meus pensamentos e eu me julgava por me sentir uma covarde por não ter um pingo de coragem para trocar sequer uma palavra com ele. Eu odeio essa rotina, eu odeio não ter coragem, eu odeio não ter uma auto estima pra me achar capaz de algo. Eu praticamente não estou vivendo, só estou existindo e seguindo um padrão que a maioria das pessoas seguem.
Após vê-lo aquela manhã( como de costume), segui fazendo minhas coisas, depois de um longo dia no trabalho ia pra casa, nesse dia eu não me sentia muito bem, então sai um pouco mais cedo da empresa e decidi ir embora para casa. No caminho, eu sempre passo por aquela mesma praça em que eu sempre o vejo pela manhã, mas hoje eu o vi também de noite, e pro meu azar ele estava acompanhado por uma mulher lindíssima, qualquer um se sentiria atraído por aquela mulher, por sua beleza delicada e totalmente acalmante, nem preciso dizer o que pensei, não é?
De repente me senti muito mal, pior do que já estava, fiquei tonta, minha visão escureceu e eu senti minhas forças para me manter de pé irem embora, e quando me dei conta já estava no chão, vi alguém correr em minha direção e perguntando se eu estava bem, não conseguir ver quem era e nem responder pois estava totalmente sem forças pra sequer falar, quando escuto alguém novamente.
Ele chega mais perto, segura minha mão e me levanta devagar até me fazer sentar e diz:

-Oi? Você está bem? -enquanto olha fixamente nos meus olhos com uma expressão de preocupação- Meu nome é Tobias, Tobías Lins...Vi que você caiu de repente e...

Nesse momento eu o interrompo as pressas e me levanto rapidamente:

- ah, olá, sim...Estou bem apenas tive um mal estar, obrigado por me ajudar - fico de cabeça baixa por conta da imensa vergonha que senti por ter caído, mas ainda mais por estar falando com o cara que eu sempre quis falar e nunca tive coragem e continuo a falar- estou tão envergonha que esqueci de me apresentar também, me chamo Ellen...Mone.
Ele me olha tão fixamente que fico vermelha de tão envergonhada.
E de repente ele diz:
- Bom senhorita...Mone, é um prazer conhece-la, mesmo que nessa situação, preferiria ter a conhecido em outro momento, um mais adequado no qual você não estivesse se sentindo mal...

Meu coração acelerou de tanto nervosismo enquanto ele falava isso , era um misto de felicidade e vergonha, não conseguia acreditar, eu realmente estava ali com ele, parecia até um sonho no qual eu estava com medo de acordar.
Enquanto eu olhava fixamente para sua boca enquanto suas palavras saiam, antes mesmo dele dizer a última palavra eu disse:

- É um prazer para mim também Tobías Lins, desculpe-me se o fiz largar sua...namorada? E vir até aqui me ajudar.
Ele dá uma risada irônica, mas muito apaixonante que me faz olhar mais fixamente ainda para aquela boca, tão fixamente que desconfio que deva ter reparado.
E de repente ele diz:

- Namorada? Se está falando daquela mulher que estava me acompanhando, ela é minha irmã, Alice.
Abaixo minha cabeça novamente e digo:
- Mesmo assim, me perdoe pelo incomodo.- digo
- Não foi incomodo algum vir até aqui lhe ajudar, não conseguiria ver você aqui, caída, e não ajuda-la, sabe, é um hobby meu ajudar garotas caídas no chão da praça à essa hora da noite. - ele deu uma risada
- Bom, senhor Lins, o senhor não vai acreditar mas, sempre estou por aqui caindo e fazendo as pessoas me ajudarem a levantar, meu hobby. - digo tentando entrar no clima de piada.
Então ele se vira para trás e olha para Alice, sua irmã. Me deixa lá em pé e caminha até ela, não sei bem o que conversaram mas quando ele voltou até mim, disse:

- Acho melhor você ir para casa agora e tome cuidado, precisa descansar. - De repente ele ficou tão frio, não parecia o Tobías com qual conversei à 5 minutos atrás, o que quer que Alice tenha dito a ele, o fez ficar assim, frio.

Fiquei sem reação por causa de seu modo de falar comigo, mas respondi:

- tudo bem, até outro dia, obrigado pela ajuda! - e logo em seguida saí andando para minha casa.

De um certo modo, isso fez meu dia melhorar completamente, mesmo que seja por pouco tempo, a presença dele, seu calor perto de mim, isso me deixa muito bem, é como se tivesse uma luz de calor em volta dele, como se assim que ele chegou perto de mim, todo mal estar que eu sentia, tivesse ido embora.
Eu estava caminhando até minha casa, bom, até meu pequeno apartamento, que era a mais ou menos duas quadras dali, e em todo o caminho eu só conseguia pensar nele, no seu rosto, aquela boca bem desenhada e vermelha, sua pele pouco bronzeada, seus cabelos negros e ondulados caindo em seus ombros, e aqueles lindo olhos cor de mel que a cada olhada que me dava me faziam corar.
Continua.

Fly: Sinta-seOnde histórias criam vida. Descubra agora