Capítulo 2

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Se houvesse momento mais apropriado para acreditar em magia, Lizzy desconhecia. O mau humor da senhora Bennet havia desaparecido como num passe de mágica. Saltando da completa miséria para a felicidade plena. Não pela bela cerimônia, pelo discurso do clérigo ou ainda pelos detalhes estarem dentro do previsto. O grande motivo era: Os amigos de Richard Collins. Na verdade era a palavra mágica: solteiros. Anne estava completamente eufórica quando se aproximou do marido e das filhas mais velhas.

—Há tantos rapazes bonitos aqui. — olhou em volta em êxtase.

—Se não agarramos nossos maridos hoje, nunca nos perdoará não é mesmo, mamãe? — Lizzie debochou baixinho, Jane a apertou pelo braço.

— Não seja cruel, Lizzy — pediu a mais velha.

—Só estou dizendo a verdade, Jane —sorriu.

—Em vez de debochar de mim, você deveria estar se enturmando. Aproveitando todo dinheiro que gastou se arrumando para ser a dama. - a senhora disse tomando um gole de sua bebida. Elizabeth sorriu como sempre fazia quando a mãe a diminuía.

Ela usava um vestido dourado com detalhes brancos. Seu cabelo castanho escuro estava moldado em um coque elaborado que ela mesma fizera. Depois de tantos casamentos, ela havia aprendido uma cota de penteados improvisados para ajudar noivas, madrinhas e damas em apuros. Ela estava orgulhosa de seu trabalho com a maquiagem, tudo realmente apresentável.

— Olhe só para aquele moço, Jane. - Anne apontou com a taça. As irmãs olharam na direção e encontraram o padrinho de Collins, o tal William Darcy e seu amigo. - O loiro, ele não tirou os olhos de você. Não concorda Paul?

— Não sei querida, acho que ele está olhando é para você. Você também está muito bonita. - piscou para as filhas.

—Não seja bobo, querido. Ele não desgrudou os olhos de nossa Jane.

—A senhora não sabe do que está falando. - Jane disse envergonhada e desviou os olhos.

— Eu sou uma casamenteira, sou tão precisa quanto um atirador da marinha inglesa.

— Exceto Richard e Charlotte, esses dois, você não pôde precisar. - Provocou Elizabeth.

— Espero que você arranje alguém tão bom quanto Collins, pois se arrependerá um dia. - A sra. Bennet insistiu. Provavelmente passaria o resto da vida jogando aquilo na cara de Lizzie.

— Quem sabe eu não deva oferecer meu útero para abrigar o herdeiro de algum dos jovens solteiros essa noite? Talvez assim, a senhora me perdoe. - retrucou a altura.

—Tenha pena dos meus pobres nervos - pediu.

—Esse é o momento em que me sacrifico pela felicidade doméstica e afasto mãe e filhas. Vamos querida, vamos dançar um pouco. - Paul afastou Anne para evitar que Lizzy se irritasse mais.

Jane encarou a irmã, na tentativa de reprová-la por seu comportamento. Mas tudo o que conseguiu foi sorrir. Nem ela conseguia lidar com as ideias da mãe, por sorte o pai parecia de bom humor, e interveio no momento certo.

— Qualquer dia alguém te fará pagar a língua. - Jane alertou. - Quando você se apaixonar...

—Jane se eu me apaixonar um dia, espero não virar uma idiota.

— O amor não nos faz idiotas, você se faz de durona, mas, no fundo, sei que espera se apaixonar também.

—Quando e se acontecer, eu disse "se" acontecer, eu não vou evitar. Até lá terei de concordar com a mamãe. Por mais doloroso que isso possa ser, dessa vez ela está certa. - cruzou seu braço ao dela, ignorando o restante.

Minha mãe quer que eu caseOnde histórias criam vida. Descubra agora