Capítulo 4

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Caroline entrou na sala de café da manhã e avistou Darcy atrás de seu computador. Era de seu feitio trabalhar o tempo todo, mesmo quando deveria estar de férias.

- Deixe me adivinhar, uma pobre criatura está precisando de seus serviços para libertar o pai que não pagou as dívidas. - disse a Bingley mais velha, arrumada demais para àquela hora da manhã, com a mão no ombro dele. Darcy desviou os olhos da tela por um momento.

- Bom dia, Caroline. - disse tomando um gole de chá, e voltando a digitar. Ela recuou e puxou sua cadeira para se sentar.

- Desculpe, eu errei no meu palpite. Você está se sentindo culpado por ter saído ontem à noite e chegado só de madrugada, e então esse é o jeito de recompensar: trabalhando no café da manhã. - Debochou. - Vamos lá Will, você poderia ao menos me fazer companhia? Seria educado de sua parte. - colocou suas unhas manicuradas sobre a mão dele, interrompendo a digitação.

Ele podia ser acusado de muitas coisas, menos de falta de bons modos. Ou era o que ele achava. Ele baixou a tela, e colocou o laptop na cadeira vazia.

- Obrigada! - ela sorriu - Onde está Char?

- Acho que foi verificar Jane e levar o café da manhã para ela. - ele disse se servido de mais chá, e pegando duas torradas.

- Oh é mesmo, eu havia me esquecido. Estamos aqui por ele veio atrás da camponesa.

- Estamos aqui por ele tem planos profissionais.

- Ah, é claro.

- Posso saber quais suas intenções? - indagou.

- Minhas intenções? Até parece que sou uma bruxa velha tramando.

- Você não é uma bruxa, muito menos velha. Mas você sempre tem algumas intenções. E se seguiu seu irmão até aqui...

- Não me julgue por discordar dessa maluquice. Charles seguiu você até esse fim de mundo, e agora está apaixonado e quer se mudar pra cá. Ele só a viu uma vez durante o tal casamento.

- Ela é realmente bonita. E já que seu irmão está pensando em ficar por aqui, qual o problema dele arranjar uma namorada? Não seria a primeira, meu amigo gosta de se apaixonar.

- Nem repita uma loucura dessas. Você mesmo disse que a mãe dela é maluca e a irmã ficou bêbada. Acha mesmo que meus pais vão se associar a essa gente? Se ele ficar em Londres ele terá as melhores oportunidades. Eu entendo que ele não queira trabalhar na clínica da família. Mas ele pode trabalhar em qualquer hospital. Nosso pai conhece todas as pessoas certas.

- Acho que é disso que ele quer se livrar. Algumas pessoas preferem assim.

- Olhe só pra você. Herdou os escritórios de seu pai, e fez deles algo muito maior. Charles deveria seguir seu exemplo - bajulou como sempre. - E quanto a arranjar uma namorada, tenho muitas amigas que dariam sua coleção de joias por ele. E não pense que não tem nenhuma responsabilidade nessa maluquice.

- Eu... - algumas batidas na porta os interrompeu.

- Por que ninguém abre essa porta?

- Eu mesmo vou. - ele se levantou, deixando o guardanapo sobre a mesa. - Seu irmão ainda não arranjou ninguém.

- E quem fez o café? - ela perguntou desconfiada.

- Ele, ele fez o café - disse saindo.

...

Assim que abriu a porta Darcy e Elizabeth se encararam. Não esperavam se encontrar àquela hora da manhã.

Bem, não esperavam se encontrar hora alguma.

Minha mãe quer que eu caseOnde histórias criam vida. Descubra agora