Capítulo 15

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Nathan desviava-se de dois oficiais durante sua prática, mas seus pensamentos não estavam no Castelo Cinza. Uma visitante ilustre estava para chegar e pessoalmente a levaria a Maherac. O reino de Ydheran não estava satisfeito com a forma como os reis ambarianos conduziam as relações com seu reino e o Reino de Efyr. Não havia como concordar mais. Reis heracs foi tudo o que Ambarys conheceu desde Kael, e era hora de fazer alguma coisa a respeito. Por mais que gostasse de Noah, ele seria como o pai quando se tornasse rei, e assim seria seu filho, e o filho dele.

Por que não um holt no poder? Ou um graime?

Em Ambarys, ou você seguia os Reis heracs ou era considerado inimigo deles. Ydheran era um reino muito pequeno, que vivia da exploração de minérios e fabricação de tecidos. Efyr era um pouco menor que Ambarys, e seu forte eram os grãos e animais de grande porte. Seu pai teria sido um rei muito melhor do que Elran, em sua opinião. Ele era um bom homem, destemido e generoso. Para ele, Ambarys sempre viria em primeiro lugar. O próprio Lorde Rupert, seria um rei muito melhor. Um líder, não um tirano disfarçado de Rei. Estavam nessa cruzada há anos, e talvez agora, com o apoio de Efyr, finalmente Koholt junto a Ydheran, conseguisse diminuir o poder do rei herac.

Pensando ainda em como conseguir o apoio dos graimes, ele seguiu para seus apontamentos. Já haviam lhe preparado o banho, e sua veste de tradicional holt, cinza escuro e dourada, estava separada. Esperava que ela reconsiderasse seu pedido, mas de qualquer forma, deixaria que primeiro fosse esnobada pelo príncipe mais jovem, como ele fizera outras vezes. Com Noah ela não teria a menor chance, visto a conhecida preferência dele por moças discretas e submissas. Pessoalmente, não ligava para a forma sensual como ela se vestia, já que não podia negar sua beleza. Poderia facilmente se imaginar casado com a princesa de Ydheran, e seria um casamento feliz se por conta disso Elran caísse.

Ele seguiu para o porto de Koholt, que estava fortemente guardado pelo exército holt. Quando chegou, ela ainda não havia desembarcado. Achou bem típico dela, fazê-los esperar, mas deve ter sido avisada de sua presença, pois logo foi ao encontro dele, cercada por soldados ydheraneses. Era uma visão e tanto. Uma morena belíssima de olhos violeta intensos, os cabelos negros ondulados caindo pelos ombros. Nathan reparou no efeito que ela causou nos oficiais, que pareciam estar sob algum tipo de feitiço, com os olhos vidrados na princesa ydheranesa. Ela certamente escolheu o vestido amarelo, decotado e com fendas até as coxas intencionalmente. Parecia o sol. Mas estava mais para tormenta. A Tormenta de Ydheran.

- Princesa Maya, é uma honra recebê-la. - Nathan curvou-se respeitosamente diante dela.

- Obrigado, Nathan. - A voz dela soava sedutora, então ela se aproximou do líder holt, beijando-o nos lábios demoradamente. - Espero que minha estadia em Ambarys seja prazerosa.

Maya dispensou a carruagem e pediu por um cavalo, seguindo ao lado de Noah para o Castelo Cinza. Nathan notou que ela parecia manter certo mistério sobre sua presença em Ambarys. Disse que por ora ficaria em Koholt e em alguns dias seguiria para Maherac, para uma reunião com o Rei Elran, pois tinha assuntos a tratar com ele. Nathan conteve o riso. O assunto era, claro, Kane. O príncipe havia estado em Ydheran e a libertou das garras de um tirano bárbaro que havia tomado um rico vilarejo de Ydheran. Ele veio de terras longínquas e seu desejo era tomar e saquear os três reinos de Thanator. Ydheran não era um reino conhecido por seu poder militar, o que facilitou a captura de Maya, que estava no vilarejo visitando alguém da família de seu pai. Então, o Rei de Ydheran pediu a ajuda de Ambarys para reaver sua filha e Kane foi enviado em missão especial, salvando-a, eliminando os bárbaros que ali haviam se instalado e, claro, recebendo todas as honras que um herói receberia. Incluindo a mão de Maya em casamento, já que a princesa caiu de amores por ele como era comum acontecer às moças que o conheciam. Kane não tinha a intenção de se casar, e pelo que sabia não havia mudado de ideia. Achou que ele estava tentando se aproximar de Lyra durante a estadia da Arquimaga em Maherac, mas não percebeu que ela tinha o mesmo interesse.

A visão do castelo deixou Maya extasiada, e ela se dizia ansiosa para provar a cerveja holt, que era tão famosa nos reinos. Nathan viu o sorriso malicioso dela quando disse que poderiam aproveitar a noite de Koholt, logo que ele lhe contou sobre o jantar em sua homenagem que teriam naquela noite. Maya estava cercando-o como uma caça, mas ela não tinha ideia de com quem estava lidando.

Já no confortável aposento que lhe fora providenciando em Koholt, Maya estava deitada, pensativa, um pouco cansada da viagem. Sua jovem aia providenciava um vestido para o jantar, e também separava algumas joias para que a princesa escolhesse quais iria usar. Reparou na princesa deitada vestida apenas com um robe branco transparente e pensou que ela deveria ter planos para aquela noite. Não era de sua conta, mas talvez o Rei não devesse ter permitido a ida de Maya à Ambarys. Ela era incontrolável e achava que poderia resolver tudo com sua beleza e sedução. A aia aproximou-se da cama e perguntou educadamente se a princesa precisava de mais alguma coisa.

- Meu perfume, Nina - respondeu. - Depois pode juntar-se aos outros no salão aberto.

- O perfume, Alteza? - a aia indagou, temerosa.

- Sim, o perfume.

- Alteza, o uso dele deve ser moderado. Sua chegada foi bastante notada. A senhorita tem certeza? - Ela parecia indecisa em cumprir a ordem de Maya.

- Vou usá-lo toda vez que achar necessário - rebateu ela, resolvida.

Nina obedeceu e buscou o frasco vermelho entre os pertences da princesa. As primeiras vezes que Maya pediu para que lhe passasse o perfume, ficou muito constrangida. Mas já haviam sido tantas vezes que não se incomodava mais em fazê-lo. Usou duas gotinhas do perfume que parecia um óleo perfumado nos pés da princesa. Massageou brevemente, até que o perfume rescendesse, e foi repetindo o procedimento, nas coxas, no ventre e nos seios.

- Agora, a gota mais importante do perfume - Maya disse, afastando as pernas de maneira sensual. Nina depositou uma gota entre as pernas da princesa e tocou-a carinhosamente, até que ela a beijou como recompensa pelo ritual. Estava pronta para ir para encontrar Nathan.

Ela foi o centro das atenções durante o jantar. O vestido azul escuro com detalhes discretos em dourado era muito justo, e novamente ela abusava do tamanho das fendas. Maya bebia a cerveja holt divertindo-se em uma roda de oficiais que pareciam sedentos de sua atenção e, claro, de algo mais. Nathan a observava de uma distância segura, pensando em como seria se ela aceitasse o seu pedido. Teria que controlá-la, ou pelo menos achar um equilíbrio, para não cometer uma loucura. Voltou sua atenção a um cavaleiro por um segundo e no instante seguinte ela havia desaparecido do salão aberto. Nathan deu uma conferida para ter certeza de que seus oficiais ainda estavam lá, e em seguida deixou o salão discretamente. Viu-a seguir pelo corredor e resolveu segui-la para saber onde ela estava indo. Logo, percebeu que ela estava indo para o seu quarto. Ela deixou a porta entreaberta, e Nathan a espiou por alguns segundos. Depois bateu a porta. Antes de entrar, Maya lhe disse que entrasse, e em questão de segundos estava em seus braços, beijando-o ardentemente. Não podia negar que tinha ido ao quarto da princesa exatamente para isso, mas naquele instante, Nathan não sabia o perigo que corria. Maya desabotoou habilmente sua túnica e num ímpeto ele rasgou seu vestido. Ele parou por um instante, tentando entender o que estava fazendo.

- Nathan - ela sussurrou em seu ouvido e voltou a beijá-lo.

Ele sentiu a mesma onda de desejo arrebatadora de instantes atrás e a possuiu, deixando-se levar pela luxuriosa princesa.

Como se estivesse sendo consumido pela paixão.

Enfeitiçado.

Loyalty - Reclamada Pela Realeza - Duologia AmbarysOnde histórias criam vida. Descubra agora