O que fazer?

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Uma semana depois... 

Uma semana. Só uma maldita semana. Pra minha vida se desmoronar a minha volta. Antes eu que tinha tudo. Tudo. Agora o que me resta? Nada. Só os meus cachorros. Uma semana sem nem falar com Ethan. Sem falar com ninguém, porque não aguento mais os rostos com expressões de pena para mim, fora os tratamentos abundantes, estes são cheios de cuidados, como se eu fosse de açúcar. 

Não aguento mais isso. Não aguento mais viver. Só o que me vem na cabeça é: O que fazer? Eu realmente não sei, me levanto da cama, escutando a musiquinha detestável do meu despertador, me lembrando que hoje meu pai terá que me buscar, porque a minha van estragou. Bem a van não é minha, mais ela não está boa para o uso. Vai voltar a ativa só amanhã, enquanto isso meu pai está dando uma de motorista particular comigo. 

Mais está tão corrido, ele cada vez tem menos tempo para resolver suas coisas e ficar em casa, pois a empresa que ele trabalha esta exigindo muito dele ultimamente. Isso que dar ser contador pai. Agora aguenta! Penso sorrindo enquanto escovo os dentes. Sei que estou esquecendo de alguma coisa. Ah é! Meu short. Hoje vamos ter aula de Educação Física, e estamos tendo um campeonato de queimada. Pelo menos nessas horas às pessoas não me tratam como se eu fosse de vidro. Visto uma camiseta cinza, uma calça qualquer *peguei a primeira que vi* e coloquei meu all star preto, meio desgastado mais ainda amo ele. Saí apressada de casa enquanto entro no carro do meu pai, que acelera enquanto sou jogando pra trás. 

- Ahhhh... - grito quando sinto um solavanco enquanto ele acelera mais e mais. - Paiiiii!!! VOCÊ VAI MATAR A GENTE. - grito desesperada. Ele vai diminuindo a velocidade enquanto fala:

- Calma calma! Não vou não. Me diz ai filha tudo bem na escola? - ele fala sem tirar os olhos preocupados e atentos da estrada. É a primeira vez que ele me pergunta isso desde... 

- Sim sim, porquê? 

- Nada, só que ligaram da escola e... Eles não entendem, você ainda tem as melhores notas da sala, ainda é uma das melhores alunas. Mais ainda sim fica triste e depressiva durante as aulas. Tem certeza filha? 

- Você sabe porque eu estou assim né. Não preciso dizer. 

Não sou obrigada a dizer mais nada porque chegamos na minha escola, desço do carro rapidamente enquanto ainda noto alguns, não muitos como antes, olhares curiosos em minha direção. Vejo Ethan e sorrio, essa semana deve ter sido péssima pra ele, está com o rosto cansado, cabelo bagunçados e então vejo Natália ao seu lado. Pelo que me parece ela não para de persegui-lo, porque sempre que os vejo ele de uma forma ou de outra foge dela. Que nem gato e rato. Sorrio entrando na escola enquanto olho pra trás, paro pra encher minha garrafinha. Eu vejo Ethan entrando enquanto Natália puxa seu braço, ele com a cara vermelha puxa o braço de volta enquanto grita:

- MAIS QUE DROGA GAROTA ME DEIXA EM PAZ! JA DISSE QUE EU NÃO QUERO NADA COM VOCÊ! 

Dou um pulo com o susto que eu tomo ao ouvir tanta gritaria. Um rapaz, alto de olhos verdes e cachos castanhos me pergunta:

- Tudo bem? 

- Ah sim sim. - respondo sem entender o porquê daquele estranho falar comigo. 

- Nunca te vi por aqui. Estuda nesta escola a muito tempo? 

- Hummmm... - penso um pouco e olho ao redor, e Ethan vem em nossa direção, penso rápido - Ah sim! Estou aqui desde o primeiro ano. Agora estou no segundo, - digo andando pra minha sala enquanto o rapaz me segue, e vejo Ethan diminuir os passos e olhar triste em minha direção. Quase perco o compasso quando sinto aqueles olhos azuis em mim. Gentis, carinhosos, preocupados - Sou do 2A. E você? 

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