SECHZEHN

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Estava noite, céu estrelado e um vento muito agradável passava pelos cabelos de Kyle, que já estavam bem maiores. Ela se encontrava na varandinha afiando uma faca.
Ter ido para um novo local desarmada foi uma péssima ideia e mesmo sendo uma assassina muito bem treinada, ela deixou uma coisa tão essencial para trás, suas munições e armas. Na verdade ela perdeu tudo quando foi pega pelo grupinho grotesco dos vingadores.
Qualquer inimigo aparente poderia a atacar e a mesma estaria em deasvatagem por sua incompetência. Marley iria tortura-lá se soubesse de uma coisas dessas. Iria chama-lá de inapta.

A mulher que focava numa necessidade de sobrevivência, estava no chão com mínima iluminação.
Era incrível como ela poderia ser ágil, centrada mesmo com poucos recursos, ela tinha que se virar.

Tinha que organizar as coisas.

Tinha que pensar.

Sprouse se sentiu aliviada por não estar dentro de uma cela esperando sua próxima ordem homicida.
Jonas a colocava em missões como distração perversa, como um prato principal para os ratos, muitas vezes sendo usada e violentada.

E ainda sendo persuadida pelo próprio Jonas, ao final da missão, numa noite entre os dois...

Nas manhãs Kyle se encontrava indigna de si.

Ela não acreditava que se inferiorizava desta forma. Como podia?

O que ele fazia para ela se entregar assim?

O que ele lhe falava?

Suas lembranças ainda estavam muito embaralhadas e isso a intrigava e a deixava com muita raiva.

Seu coração acelerou.

Sua respiração falhou... Ela não conseguia respirar.

Ela deixou a faca cair de suas mãos e fechou os olhos no intuito de tentar se acalmar. Todo esse inferno lhe importunava e nada que fizesse ajudava. Uma exaustão e angústia constante tomava conta dela, toda essa situação estava a matando aos poucos, seu passado era um pesadelo contínuo. Não tinha fim nunca!

Ela pôs a mão no peito e olhou para frente. A lua estava tão bonita e clareava toda a plantação de Emília. Aquilo deveria ser sua calmaria porque ali estava calmo, as folhas batendo uma na outra, o vento, o momento.

Ela quis que aquilo fosse seu sossego e aptidão. Sua especiaria.

Estava dando certo.

O som da natureza estava a acalmando.

- A natureza foi o primeiro elemento a me aceitar... - sussurrou calma.

Ela olhou para a faca caída e voltou a fazer o que tava executando antes.

Não queria perder mais tempo.

Seu devaneio fora interrompido por Emília que saía para fora, ela observava a mulher num sorriso de sempre mas Kyle não a encarou...

- Arnold não voltou. - disse com um pouco de preocupação mesmo com seu sorriso singelo. Ela massageava as mãos, numa ansiedade, na intenção de se acalmar. - Ele não é de se atrasar no campo... - comentou.

Kyle não cessou sua atividade.

Emília estava inquieta, não sabia o que fazer. Arnold chegava pela tardezinha e não era de se atrasar.

Já era noite.

- Será que aconteceu algo com ele? - sua mente já idealizava coisas, isso a assustava. Ela pôs uma mão no rosto.

Kyle suspirou e finalmente olhou para a mulher que estava preocupada.

- Pode ser que algum animal tenha o pegado. - disse ironicamente e Emília fez um "o" com a boca espantada com sua fala.

Parceira do Soldado InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora