DREIUNDZWANZIG

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A cabeça no travesseiro e os olhos vidrados na janela que estava entreaberta, Kyle ouvia somente sua respiração e o silêncio da noite. Nessas horas a escuridão era sua inimiga, os pensamentos lhe insultavam e não a deixava descansar pelo dia produtivo... A mulher havia tomado um banho gelado e demorado para deitar e tentar dormir mas fechar os olhos era a parte mais difícil na noite. Porém, a lua iluminava uma parte do quarto e Sprouse fixava seus olhos no chão. Isso a fez lembrar que suas mãos possuíam um poder magnífico visualmente mas a mesma sabia a destruição que poderia fazer se não soubesse manusea-los. Kyle jogou a coberta para o lado e se sentou.

Olhou para a palma das mãos. Estava parcialmente escuro mas dava para visualizar.

Seus olhos se acostumaram com o escuro.

Kyle Sprouse respirou fundo e franziu o cenho.

Ela queria sentir o formigamento que os poderes lhe davam, e então ela se concentrou em tentar incendiar a cor pelas mãos, aquele tom vermelho misturado com laranja, uma cor vivissima e esplêndido.

Ela tentou uma vez.

Falhou.

Tentou mais uma,

E mais um, porém nada aparecia.

A mulher suspirou pesadamente e fechou os olhos. Ela tentou visualiza-los e de repente Kyle sentiu pela metade do braço uma sensação nova, o poder se alastrou pelas mãos e ele brilhava na sua pele. Suas veias eram visíveis e o temperamento não a incomodava. Ao abrir os olhos, os mesmos arregalaram-se. Ela estava surpresa e atônita.

Kyle se levantou e ficou de frente para o espelho.

Sem intenção, seu corpo foi transparecendo e o vermelho se espalhava por cada membro deixando a mesma assustada.

Se ela não conseguisse voltar a sua forma normal?!

Se machucasse alguém?!

De repente vozes ressurgiam em sua mente. Pareciam que queriam se comunicar, porém a mulher não conseguia ver ninguém e aquilo a espantou.

Essas vozes eram de sua cabeça?! O que tava acontecendo?

Kyle olhou para os lados em procura das pessoas mas era inútil, eles pareciam muito perto e assombrados, porém não havia ninguém, mesmo assim a mulher conseguia senti-los e era insano.

Ela somente recuava com as mãos na cabeça e...

A mulher acordou assustada e nada disso tinha acontecido, a Sprouse estava deitada na cama de frente para a janela que estava entreaberta mas a luz da lua não clareava o quarto. Foi um pesadelo, de novo na mesma noite. Ela não aguentava mais essa situação!

Kyle saiu do quarto e foi em direção da varanda vagarosamente, ela passou as mãos no rosto e deu tapinhas para se lembrar que naquele lugar, não havia brigas, seringas, cientistas loucos, roubos, assassinatos e etc...

Havia ela, e pessoas que queriam a calmaria da vida.

Se isso não funcionasse, o que o destino teria para ela? O que teria para Bucky?

Alguns minutos passaram-se e uma mão gélida pousou sobre o ombro de Kyle a assustando de imediato e a fazendo reagir violentamente.

- Sou eu... - Bucky protestava segurando os braços femininos até ela reparar que estava tudo bem e que era ele...

- Me perdoe...

- Tudo bem, os sonhos são malditos, não são...? - a mulher assentiu evitando o contato visual. -

- Eu estava só tomando um ar fresco...

- Eu vi que saiu do quarto. - Kyle o encarou.

- Estava acordado?

Parceira do Soldado InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora