Capítulo 5

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- Finalmente!

- Por que vocês resolveram nos deixar trancados?

Mamãe nos olhou e deu uma piscadela.

- Vocês se entenderam?

Lancei um olhar feio a ela.

- Eu vou para meu quarto.

E subi rapidamente, para não explodir. Acho que todos ficaram espantados. Depois de um tempo, uma batida forte veio da porta.

- Lily?- a voz de Dylan me tirou do devaneio.

- Oi. Pode entrar. A porta tá aberta.

Ele entrou devagar. Me observou e parou nos meus olhos meio inchados.

- Foi tão ruim assim jantar comigo?- tentou fazer uma brincadeira, mas havia tristeza em sua voz.

- Não! É que... eu estou cansada de fazer isso. De fingir que me sinto feliz. Eu odeio ser princesa! As obrigações, tudo! Queria ter uma vida normal, poder me apaixonar como toda jovem de dezenove anos faz! Poder escolher meu namorado e que não escolham por mim. Odeio a pressão que me colocam. Poxa! É da minha vida que estão falando!

- Eu... sinto muito. Também não gosto dessas obrigações, mas se você ver algo bom nisso, vai ser bem mais fácil. Pelo menos para mim, foi.

- O que para ver de bom?

Ele deu de ombros.

- Ache algo que valha a pena lutar.

Com uma reverência, saiu. Fiquei sozinha e um vazio enorme se formou no meu coração. Pensei no que Dylan falou. O problema é que eu não sabia.



Já estava me arrumando para Dylan e eu irmos tirar fotos da paisagem. Ele me convidou mais cedo. Acho que porque, depois da noite de ontem (de terem nos trancado) ele resolveu fazer algo que eu gosto.

- Lily?- a voz abafada de Dylan veio do corredor.

- Só um minutinho!- murmurei, para não chamar atenção. Tínhamos combinado dei ir sem ninguém ver para não estragarem.

Sai do quarto, um vento atingindo as mangas curtas. Eu tinha escolhido um vestido mais alegre, florido, com um decote atrás. Dylan me observou, os lábios se ergueram.

- Você está linda.

- Você também está... bonito.

Dylan estava com uma blusa social, o cabelo desarrumado, que dava um ar meigo. A gravata estava aberta.

- Vamos?- me ofereceu seu braço. Peguei quase que automaticamente.

Diferente de ontem, ele estava descontraído e um sorriso maroto teimava em não lhe deixar os lábios.

- Por que você está tão feliz?- perguntei, rindo.

- Lembra da nossa conversa de ontem? - ele começou. Eu assenti- Eu achei algo em qua me deixe muito feliz em lutar.

- Ah.

Logo chegamos ao gramado extenso. Eu achava que não era possível, mas ele abriu um sorriso ainda maior. Como da vez que saímos, ele pegou na minha mão e saiu correndo. Começamos a ir a uma região que não tinha ido ainda. Era coberta de flores, pássaros... como um conto de fadas. Suspirei.

- Aqui é... maravilhoso!

- Eu sei! Quando era pequeno, costumava vir aqui.

Ele pegou a cesta que estava levando e tirou uma toalha branca. Ele a esticou na grama e colocou uma porção de guloseimas: bolos, frutas, queijos, torradas, sucos... minha barriga até roncou.

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