Capítulo 13

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Acordei tão, mas tão bem que nem eu sabia o motivo. Até abrir os olhos e me ver envolta dos braços de Dylan. Olhei o relógio. Eram 3h30 da tarde.

- Meu Deus! Nem tomamos café da manhã e almoçamos!- sussurrei para mim mesma.

Olhei para Dylan. Seus cabelos estavam bagunçados, em baixo uma barba fina. Seu corpo não era muito musculoso, porém não muito magro, o que me agradava muito. Puxei uma camisa do chão (provavelmente do Dylan) e enfiei em meu corpo. O quarto estava tão escuro... acabei me enfiando debaixo das cobertas de novo.

Acordei com uma gritaria atrás da porta.

- Abram a porta! Sei que vocês estão aqui!- era a voz do pai de Dylan.

- Dylan! Acorda!- comecei a sacolejar ele.- Dylan!

- Bom dia, minha princesa. - Ele me puxou para perto e me deu um beijo.

- Abram! - a voz irritada do pai dele chegou a nossos ouvidos. Dylan instantaneamente se retesou, o rosto ficou tenso.

- Droga!

Ele saiu da cama e começou a pescar suas roupas.

- Cadê minha camiseta?

Tirei a camisa dele e joguei no chão.

- Obrigado.

- Vou arrebentar essa porta!

- Vai logo Dylan! - sibilei com os lábios.

Ele abriu a janela. Como eu estava no primeiro andar, o máximo que podia acontecer era um joelho ralado.

- Cuidado!- disse, até que ele desapareceu.

- ABRAM A PORTA!

Meu Deus, e agora? Eu teria que fazer uma encenação. Coloquei meu pijama pulando, e abri a porta. Vi um cara tão furioso como nunca.

- Cadê o irresponsável do meu filho?- ele me empurrou e entrou no quarto.

- Ele não tá aqui.- fiz uma cara de confusa e bocejei de propósito.

- Eu sei que está.

Ele começou a vasculhar meu quarto. Ele pegou uma coisa do chão, e segurou com a mão na minha frente.

- Você usa abotuadura?- perguntou, irônico.

- Eu... é que meu pai deve ter deixado cair.- me segurei para não tremer.

Ele me olhou feio, saiu do quarto com a abotuadura e bateu a porta. Fiquei muito nervosa. Ele parecia um touro bravo.

- VOCÊ É UM IDIOTA!

- Pai...

- PARA DE SE DEFENDER!

Olhei a janela do meu quarto. O Dylan e o pai estavam brigando feio. Eu não entendia porque, já que queriam que nós nos cassássemos. Às vezes ele era muito católico e não permitia certas coisas antes do casamento.

- Eu a amo! Você não pode me dizer o que fazer!

- Pois bem! Você sabe muito bem o que vai acontecer! Você NÃO vai estragar meus planos. E você sabe o que acontece quando me desrespeita.

- Pai... por favor, não!- a sua voz assumia um pânico crescente.

- Me acompanhe ao meu escritório.

- Mas pai...

- Ou é em você ou nela!

- Não! Eu vou.

- Ótimo.

Os dois saíram andando. Dylan estava tenso. E acho que já sabia o que estava por vir.

Depois de uns dois minutos, supus que já estavam no escritório. Fui ao corredor e, quando já estava chegando, ouvi gritos avassaladores.

- Para!- a voz abafada de Dylan chegou aos meus ouvidos.

O som de batidas só intensificou. E a única coisa ouvida de Dylan eram gemidos.

- Meu Deus! Por favor!- sussurrei para mim mesma.

Depois de um tempo, a porta foi aberta. Me escondi atrás de uma coluna e vi Dylan sair de lá mancando. A porta foi fechada novamente.

- Dylan! Você tá bem?

- Lily!- ele olhou para os lados, nervoso- Eu to bem. Só vou indo.

- Ele bateu de novo em você?

- Isso realmente não é da sua conta.

- Mas...

- Eu preciso ir.

Ele saiu mancando. Não deixei de me assustar com a trilha de sangue que ele fazia ao andar.

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