Acordei tão, mas tão bem que nem eu sabia o motivo. Até abrir os olhos e me ver envolta dos braços de Dylan. Olhei o relógio. Eram 3h30 da tarde.
- Meu Deus! Nem tomamos café da manhã e almoçamos!- sussurrei para mim mesma.
Olhei para Dylan. Seus cabelos estavam bagunçados, em baixo uma barba fina. Seu corpo não era muito musculoso, porém não muito magro, o que me agradava muito. Puxei uma camisa do chão (provavelmente do Dylan) e enfiei em meu corpo. O quarto estava tão escuro... acabei me enfiando debaixo das cobertas de novo.
Acordei com uma gritaria atrás da porta.
- Abram a porta! Sei que vocês estão aqui!- era a voz do pai de Dylan.
- Dylan! Acorda!- comecei a sacolejar ele.- Dylan!
- Bom dia, minha princesa. - Ele me puxou para perto e me deu um beijo.
- Abram! - a voz irritada do pai dele chegou a nossos ouvidos. Dylan instantaneamente se retesou, o rosto ficou tenso.
- Droga!
Ele saiu da cama e começou a pescar suas roupas.
- Cadê minha camiseta?
Tirei a camisa dele e joguei no chão.
- Obrigado.
- Vou arrebentar essa porta!
- Vai logo Dylan! - sibilei com os lábios.
Ele abriu a janela. Como eu estava no primeiro andar, o máximo que podia acontecer era um joelho ralado.
- Cuidado!- disse, até que ele desapareceu.
- ABRAM A PORTA!
Meu Deus, e agora? Eu teria que fazer uma encenação. Coloquei meu pijama pulando, e abri a porta. Vi um cara tão furioso como nunca.
- Cadê o irresponsável do meu filho?- ele me empurrou e entrou no quarto.
- Ele não tá aqui.- fiz uma cara de confusa e bocejei de propósito.
- Eu sei que está.
Ele começou a vasculhar meu quarto. Ele pegou uma coisa do chão, e segurou com a mão na minha frente.
- Você usa abotuadura?- perguntou, irônico.
- Eu... é que meu pai deve ter deixado cair.- me segurei para não tremer.
Ele me olhou feio, saiu do quarto com a abotuadura e bateu a porta. Fiquei muito nervosa. Ele parecia um touro bravo.
- VOCÊ É UM IDIOTA!
- Pai...
- PARA DE SE DEFENDER!
Olhei a janela do meu quarto. O Dylan e o pai estavam brigando feio. Eu não entendia porque, já que queriam que nós nos cassássemos. Às vezes ele era muito católico e não permitia certas coisas antes do casamento.
- Eu a amo! Você não pode me dizer o que fazer!
- Pois bem! Você sabe muito bem o que vai acontecer! Você NÃO vai estragar meus planos. E você sabe o que acontece quando me desrespeita.
- Pai... por favor, não!- a sua voz assumia um pânico crescente.
- Me acompanhe ao meu escritório.
- Mas pai...
- Ou é em você ou nela!
- Não! Eu vou.
- Ótimo.
Os dois saíram andando. Dylan estava tenso. E acho que já sabia o que estava por vir.
Depois de uns dois minutos, supus que já estavam no escritório. Fui ao corredor e, quando já estava chegando, ouvi gritos avassaladores.
- Para!- a voz abafada de Dylan chegou aos meus ouvidos.
O som de batidas só intensificou. E a única coisa ouvida de Dylan eram gemidos.
- Meu Deus! Por favor!- sussurrei para mim mesma.
Depois de um tempo, a porta foi aberta. Me escondi atrás de uma coluna e vi Dylan sair de lá mancando. A porta foi fechada novamente.
- Dylan! Você tá bem?
- Lily!- ele olhou para os lados, nervoso- Eu to bem. Só vou indo.
- Ele bateu de novo em você?
- Isso realmente não é da sua conta.
- Mas...
- Eu preciso ir.
Ele saiu mancando. Não deixei de me assustar com a trilha de sangue que ele fazia ao andar.
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Casamento Arranjado
RomanceLily tem apenas dezenove anos e já tem que arcar com as imposições que é recebida por ser princesa. Seus pais andam forçando a barra para ela se casar com o príncipe Dylan (o lindo!) mas ele parece ser mulherengo, safado... Para convencer a filha a...