Capítulo 11

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Eu já acabava de passar a última camada de rímel. Me olhei no espelho por um instante. O vestido que escolhi- vermelho, ia até meus joelhos e tinha um decote nas costas- tinha um caimento perfeito no meu corpo. Eu fiz um penteado, um coque, que foi armado no topo de minha cabeça. A maquiagem combinou com tudo. O motivo de me arrumar tanto era somente porque às vezes preciso me sentir bonita.

Sai do quarto, e encontrei Dylan em seu smoking preto. Como estava lindo!

- Oi.

Ele me olhou de baixo acima, e um sorriso brincou em seus lábios.

- Você está linda.

- Você também não está nada mal.

- Vamos?- me ofereceu seu braço.

O peguei e começamos a caminhar no corredor. Uma valsa tocava na sala. Quando chegamos, todas as atenções se viraram para nós. Me senti desconfortável.

- Relaxa. Você está linda.- a voz fofa e rouca do Dylan falou baixinho para ninguém ouvir.

- Todos estão nos olhando!

- Isso é porque você é bonita.

Senti minhas bochechas corarem.

- Obrigada.

Ele me conduziu a pista de dança e fez uma reverência.

- Você aceita dançar comigo, senhorita?

- Desse jeito parece que sou especial.- fiz uma careta.

- Você é! Aceita ou não dançar comigo?

Isso era preocupante. Ficar próxima a ele turvava meus pensamentos e eu só conseguia pensar em... coisas não muito educadas.

- Ok.

Começamos a chacoalhar lentamente, seguindo o som da música. Ele me apertou mais para perto, e duvido que mais alguém estivesse assim.

- Assim vão fofocar!

- Não me importa. Só quero te ter perto de mim.

Dançamos até a música acabar. Dei uma pausa para tomar alguma coisa.

- Você deve ser a princesa Lily. - perguntou uma voz masculina com um forte sotaque britânico.

Assenti com a cabeça.

- Gustav.- Ele fez uma reverência.

- Prazer.

- Igualmente, senhorita.

O olhei. Os cabelos negros como carvão estavam meio rebelados, seguidos por uma barba por cortar. Uma covinha no queixo e a cicatriz nos lábios o dava um ar de misterioso. Ele deveria estar na casa dos vinte, pelo ar juvenil.

- Me daria o privilégio de dançar com a senhorita?

- Claro.

Ele me guiou de volta à pista de dança. Começamos a valsar com passos precisos, ele me girando de vezes em vezes.

- Você é muito intrigante, se me permite falar. Eu soube que vai ter de se casar com o príncipe Dylan. Não sei se soube das coisas dele...

- Não é verdade. Nada disso.

- Bom...

Ele me indicou com a cabeça ele muito perto de uma mulher familiar. Aquela que o beijou. Ela olhou e viu que eu estava vendo, então juntou seus lábios com os de Dylan. Senti meu coração despedaçar.

- Eu... não estou passando bem. Preciso ir. Desculpe.- tentei controlar as lágrimas, mas uma correnteza começou a descer sobre meu rosto. Subi correndo ao meu quarto.

- Como eu fui burra! Droga! Ele só me fez de boba!

Depois de uma hora curtindo uma fossa, batidas vieram da porta.

- Lily?

Prendi a respiração. Não ia dar o gosto do Dylan me ver chorando.

- Por favor, Lily. Abra a porta. Sei que você está aí.

Abri a porta com força e o olhei de maneira desprezível.

- Quem você pensa que é?!

- Me deixe explicar!- falou, com os olhos suplicantes.

- Essa palhaçada já acabou. Se case com essa aí, vou voltar para minha casa.

- Não! Por favor, não!

- Você prometeu! Prometeu que se fizesse alguma burrada, me deixaria ir!

- As coisas estão saindo do jeito que eu planejei! Me dê mais uma chance!

- Desculpe, Dylan. Isso acaba aqui.

Ele me olhou com um pânico crescente.

- Olha... meu pai, ele... você não pode! Por favor, eu convenci ele de não...

Depois de um tempo sem completar a frase, ele soltou um longo suspiro.

- Só não deixe meu pai ver que você vai.

- Por quê?- fiz uma cara confusa.

- Só não fale.- deu de ombros.

Se era possível me sentir pior ainda, foi o que aconteceu.

- Okay, então. Valeu pela confiança.

Ele ficou parado sem saber o que dizer. Soltei um gemido e bati a porta.

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