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                                                                                        Sem chão

- ...Como assim D. Bong?

- Eu descobri tem três semanas, minha querida.

- Por isso que ultimamente a senhora vem aparentando um semblante triste?

- ...Sim.

- Eu não consigo acreditar -falo colocando minha mão em frente a boca-

- Eu também ainda não consigo acreditar que descobri esse mal faz pouco tempo.

- D. Bong Soon, saiba que eu estarei aqui com você o tanto que for preciso!

- Não precisa se preocupar comigo. Ficarei bem por aqui! -disse a Unnie forçando um sorriso-

- Claro que precisa! Você foi a pessoa que me acolheu no momento mais crítico da minha vida, impossível não me preocupar.

- (S/n) você é um amor de menina, sempre soube disso desde que te contratei mesmo sabendo que você queria trabalhar em outra área.

- Unnie! Eu espero que a senhora fique bem logo pra gente poder podar as plantinhas juntas. -pronunciei-me tentando esconder minha feição triste-

- Olha, eu não quero esse rostinho olhando pra mim! -apertou minha mão- Apenas continue fazendo o que a Unnie aqui te ensinou e ache pessoas de confiança para te ajudar. -a frase soou como um dever a ser cumprido antes que fosse tarde-

- Acho que não consigo fazer tudo sozinha.

- Confio em você de olhos fechados. -acariciou minha mão-

- Tenho medo de estregar tudo que a senhora levou tempo para construir.

- Acalme-se, meu anjo! Pensa que essa foi a oportunidade que o destino te deu de por em prática o que você levou anos aprendendo.

- Será que é isso mesmo?

- Acredite no que sua mais velha fala. Chegou sua vez de mostrar para o que veio nesse mundo que é exercer o que você mais gosta e o que você aprimorou durante a faculdade. -sorriu fraco pra mim-

- Juro fazer o meu melhor, pois não quero decepcioná-la!

- E você não vai! -soltou minha mão com delicadeza-

- Estou vendo que a senhora está cansada, vou sair para deixá-la dormir.

- Tudo bem, fique bem (S/n)! Boa noite!

- Boa noite, D. Bong! Durma bem!

     Aquelas foram minhas últimas palavras ditas por mim antes de abraçar a minha querida chefe, dar um beijo em sua testa e sair do seu quarto de forma discreta para deixar o remédio que ela havia tomado mais cedo fazer efeito. Sentei do lado de fora do quarto num banco que ali havia e deixei com que as lágrimas que eu estava contendo, rolassem pelo meu rosto sem parar.

     Minha ficha ainda não havia caído. Estava uns 20 minutos naquele banco de hospital chorando sem emitir nenhum som para não incomodar os outros com o meu choro. A vontade que eu tinha era de ficar com ela até ela sair daqui, mas eu não posso. Agora com essa complicação na vida da chefe, eu que terei que tomar as rédias da situação da loja.

     Como havia ficado tarde, resolvi chamar um táxi para me deixar em casa em segurança já que estava com medo de sair igual uma desvairada pela rua. Quando fui avisada que ele havia chegado, saí do hospital e entrei no carro que não levou muito tempo para chegar na minha residência. Paguei a corrida e fui direto pro meu quarto tomar um banho e dormir.

Manhã seguinte...

     Acordei com minha cara inchada de tanto chorar, olhei no espelho e me deparei com a cara de quem não está conseguindo digerir a informação ainda. Decidi acordar meu primo, chamá-lo para tomar café e conversar com ele. Não demorou muito, já tinha tomado meu banho, arrumado meu cabelo, meu rosto e vestido uma roupa. Fui pra cozinha e vi o mesmo sentado em frente ao balcão comendo uma pera, é agora que eu falo logo isso:

- Hoseok?

- Oi prima, bom dia!

- Posso te fazer uma pergunta?

- Claro que sim!

- Por que eu nunca te vejo indo pro seu trabalho?

- Ah, nossos horários não batem. Eu pego no trampo de noite. -disse mentindo-

- Por isso que geralmente quando eu chego em casa, você não está né?

- Sim, priminha.

- Como conseguiu um trabalho por aqui tão rápido?

- Tenho meus contatos.

- Que bom, priminho. Aqui é difícil encontrar emprego rápido.

- Graças à Deus consegui um de delivery boy numa pizzaria.

- Você nem tem uma moto.

- Meus pais me deram uma quando eu terminei o ensino médio. -mentiu novamente-

- Ah entendi.

- Pedi para eles mandarem pra mim, já que eu vim pra sua casa sem ela.

- Tudo bem então. Era só isso mesmo que eu queria saber. -fiz uma cara de satisfeita por ouvir alguma explicação-

     No meio daquela confusão toda que minha cabeça estava, eu cheguei a me esquecer de falar com o Hwarang pra saber como ele se saiu no projeto dele. Mandei uma mensagem de bom dia, verifiquei se a mesma já tinha chegado e quando confirmei, desliguei meu wifi do celular e foi para o trabalho me despedindo do meu primo.

     Dessa vez eu que usei minha chave para abrir o estabelecimento. Dei uma respirada funda e comecei a colocar as coisas no lugar: caixa, plantas, flores, arranjos, anúncios, etc. Minha manhã se resumiu em assumir dois papéis ao mesmo tempo. Confundi algumas coisas, mas nada que comprometessem as vendas. Quando dei por conta, meu horário já tinha passado, então continuei por aqui mesmo.

     Clientes e mais clientes. Flores e mais flores. Vendas e mais vendas. Naquela manhã eu via o quanto a minha chefe se esforçou pra chegar ao privilégio de dizer que a floricultura dela é onde que mais bem vende flores de qualidade e bem cuidadas. Me sentia orgulhosa só de lembrar a história de vida dela. Perdida nos meus devaneios, acabei me deparando de cara com 3 rapazes de boa aparência, altos, cabelos morenos e com semblantes de pessoas educadas.

     Olhei para eles que me olhavam como uma cara de "você trabalha aqui?" e eu meio que concordei com a cabeça. Vi que eles tinham envelopes em suas mãos e que eu deduzi serem currículos. Convidei eles até o balcão, esperei eles se aproximarem e pude notar no meio da troca de conversas deles que eles haviam se conhecido ali na porta da loja quando se perguntaram do porque de estarem ali.

     Ajudei os três a se situarem na situação que a loja estava e notei o olhar atencioso em cima da minha pessoa. Enquanto eu explicava tudo, eles concordavam com a cabeça e esperaram eu terminar de falar. Assim que encerrei minha fala, peguei os respectivos currículos e disse que iria examiná-los logo quando eu saísse do expediente. Também disse, que qualquer coisa entraria em contato com eles para qualquer coisa.

     Depois da nossa breve conversa, eles concordaram com o que eu havia dito e cada um foi pro seu respectivo destino. Eu poderia estar sendo precipitada, mas talvez eles sejam a benção dessa loja no momento. Não fui afobada. Dias depois, pensei bem, olhei os currículos, vi o que cada um tem certa "facilidade" de desempenhar as tarefas e então decidi ligar para eles chamando eles pra fazer um teste estilo estágio pra ver se daria pra deixá-los trabalhar na floricultura. É isso que irei fazer!

Sunflower → Kim Taehyung [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora