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                                                                   Tudo isso não é coincidência


     Senti o contato de uma mão segurando minha mão, como se fosse um sinal para que eu não saísse dali, então assim o fiz. Olhei para trás e vi o mesmo rapaz que já tinha visto na exposição da noite anterior. Pensei comigo mesma, que essa cidade não poderia ser tão pequena assim ou é mera coincidência ele estar aqui. Saí de meus pensamentos e me virei pro mesmo que ainda segurava meu pulso.

- É você? -perguntei ao rapaz que logo soltou meu pulso-

- Eu? Se você estiver falando da minha pessoa, sim! Sou eu, Kim Taehyung! -disse ele sorrindo de canto pra mim-

- Foi você que pediu pra mim tirar uma foto sua ontem. -falei me lembrando aos poucos do seu rosto- Meu nome é (S/n). Prazer em conhecê-lo!

- Prazer em conhecê-la! Eu sabia que já tinha visto seu rosto em algum lugar. -disse pausadamente se lembrando da primeira vez que a viu

- Eu também tenho essa impressão, mas deve ser porque eu te vi ontem na exposição, então está tudo muito recente.

- Pera aí! -coçou a nuca e franziu o cenho com uma cara de quem quisesse se lembrar de algo e não conseguisse- Você é entregadora de flores ou coisa do tipo?

- Não sou não, apenas entrego flores para as pessoas quando as vejo jogadas por aí. 

- Que gesto bonito! -disse olhando pra mim- Outro dia uma moça mais ou menos da sua altura me entregou um girassol, justo no dia que eu estava triste por uns problemas. Aquele pequeno gesto fez o meu dia, queria agradecê-la pessoalmente, mas nem ao menos vi seu rosto.

- Será que você consegue encontrá-la para agradecer? -o indaguei já ligando as peças do quebra-cabeça-

- Eu gostaria, mas nem ao menos vi seu rosto. -observei seu rosto com uma feição triste-

- Você finalmente poderá agradecer pela imensa ajuda que ela te deu. -concluí minha fala após associar os acontecimentos dos últimos dias-

- Como eu faria isso? -perguntou o mesmo sem entender nada-

- Eu sou essa garota. Para você me entender melhor, eu te entreguei aquela flor de girassol, pois tinha acabado de ver meu namorado com outra no dia do nosso aniversário de 5 meses. Foi uma cena horrível pra mim. Quando estava indo de volta pra casa resolvi não jogar fora o mini buquê que daria pra ele, então distribui para as pessoas no meio do caminho.

- Eu pensei que você fosse aquelas pessoas que entregam poesias, flores ou até que anda com aquelas plaquinhas escritas 'Free Hug', porém não era nada disso. Agora eu entendi tudo! Foi uma pena o que houve com você, mas mesmo triste você conseguiu alegrar o dia de alguém. Muito obrigada! -disse o rapaz virado de frente pra mim que do nada me deu um abraço não muito demorado-

- Que nada, Taehyung! Eu gosto de animar o dia das pessoas, que nem uma flor alegra o dia das pessoas que a veem.

- Desculpa a minha demora para associar os fatos, tem vezes que eu demoro pra pegar as coisas.

- Tem problema não! -ri de canto- Sem querer ser invasiva, mas por que no dia que eu te entreguei a flor você está tão cabisbaixo?

- Você não está sendo invasiva, (S/n)! Eu estava triste, pelo fato de estar a beira de ser despejado. Naquele dia, estava a procura de um emprego, porém nenhum me aceitou. -terminou sua fala se sentando de lado-

- Ah, entendi! Está complicado arranjar emprego nessa cidade, é muita concorrência. Agora, com o que você gostaria de trabalhar?

- Na área ligada a minha especialização, designer de interiores.

- Que legal! Eu acho muito interessante essa área.

- E é mesmo, eu sempre gostei de decorar, pintar, colorir e etc. Então quando finalmente me formei no ensino médio, peguei as economias que meus pais estavam guardando pra faculdade e tratei de vir para Seoul, já que ficava mais fácil morar "perto" da faculdade.

- Então quer dizer que você não é daqui?

- Eu vim de Daegu, mas agora estou quase voltando, porque né.

- Sua história de vida é impressionante! Eu no caso, moro no outro lado da cidade.

- Um pouco longe, eu diria.

- É sim! Eu trabalho numa floricultura por lá, também moro sozinha. Aí já viu, né? Vem as contas e eu me viro com o salário que ganho.

- Grandes exemplos nós somos.

- Verdade. -falei enquanto pensava em uma coisa- Tem uma loja de informática que fica há três quadras da estação de trem que está em construção e por um acaso não tem nada dentro. Apenas pintaram as paredes de branco quando eu passei pra vir para cá. Você pode tentar mostrar seu currículo lá.

- Nossa! -disse animado- Acho que você acaba de salvar meu gongo outra vez! -me abraçou novamente mas dessa vez retribui o abraçando com força-

- Se eu fosse você ia lá antes que terminasse o horário da obra!

- Ainda bem que trouxesse minha bolsa-pasta! Vou lá agora mesmo. Obrigada, (S/n)!! -falou o rapaz todo sorridente com aquele sorriso quadrado-

- De nada, Taehyung! Ah, antes que eu me esqueça e não consiga mais encontrar você de novo, me passa seu número pra você me dizer como foi lá.

- Tudo bem! -ele disse rindo fraco- Meu número é xxxx-xxxx. -anotei no meu celular enquanto ele ditava pra mim-

- Okay então! Boa sorte, Taehyung! -dessa vez eu que o abracei por o mesmo já estar de pé todo empolgado-

- Vou precisar, (S/n)! Até breve! -depois de ter retribuído meu abraço, ele se despediu, acenou enquanto se distanciava e foi sumindo da minha visão gradativamente-

     Após ele ir embora, salvei o número do seu telefone como 'Hwarang 🌸',  que significava "bonito como uma flor". Realmente não pude negar que ele era bonito, mas pensei nesse nome logo depois de conseguir seu contato já que foi graças às minhas queridas flores que consegui fazer amizade nova nessa cidade.

Sunflower → Kim Taehyung [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora