Preocupações
(S/n) POV
A semana foi passando sem muita pressa e com ela o final do mês também. Nessas horas que a gente escuta aquela voz do subconsciente falando com você, "olha as contas pra pagar (S/n)". Está tudo tranquilo como sempre já que trabalhei a beça nesses últimos tempos, mas eu não vou pagar tudo sozinha já que estou dividindo a casa com primo, dá pra dividir as despesas também.
Resolvi chamar meu primo pra conversar um dia desses, aproveitando que ele ainda estava em casa, bati na porta do seu quarto, abri a mesma devagar e caminhei até a ponta da sua cama me sentando lá:
- Hobi?
- Fala (S/n)! -disse se virando na minha direção-
- Preciso conversar com você sobre uma coisa.
- Sobre o quê? -vi que o mesmo estava um pouco apreensivo-
- Sobre as contas a pagar, já estamos no fim do mês e logo precisarei pagar pela luz, água, gás e etc.
- Ah, então era isso? -perguntou um tanto desbocado-
- Era isso mesmo. Você já recebeu seu pagamento?
- Eles disseram que iriam atrasar dessa vez por conta de umas despesas com a manutenção do forno de lá. -deu de ombros-
- Sério? -falei meio apreensiva- A conta de luz veio mais alta esse mês e eu preciso ter um dinheiro sobrando pra comprar coisas pra casa.
- Se eu tivesse, te ajudava com certeza, prima. -deu um sorriso amarelado-
- Tudo bem! Não precisa se preocupar, eu dou meu jeito. -disse saindo do quarto dele-
Assim que terminei de falar com primo, fui me arrumar pra mais um dia de trabalho. Vesti um vestido rosa fresquinho na altura dos joelhos, coloquei um sapato de plataforma não muito alto, fiz uma maquiagem leve e prendi meu cabelo em dois coques, cada um em cada lado da cabeça. Depois de pronta, peguei minha bolsa e fui para a floricultura.
No caminho do trabalho, fiquei pensando em como D. Bong estaria no momento já que ela se encontra no hospital desde daquele dia que eu a levei para lá. Eu sinto saudades dela pegando muitas vezes no meu pé para não me dispersar durante o trabalho. Sério, eu sou do tipo que olha pra uma flor ou arranjo muito bonito e fico hipnotizada.
Enfim, já que os dias úteis voltaram como sempre, no final do expediente vou ir visitar minha Unnie. Chegando no estabelecimento, me desconecto dos meus pensamentos quando vejo meus colegas de trabalho me esperarem pra eu abrir a porta. Cumprimentei eles antes de entrar, segui pros fundos da loja, peguei meu avental e logo fui por a mão na massa.
Um resumo do dia de hoje foi Jin fazendo muitos buquês lindos, me ajudando a fazer arranjos, Yoongi rindo de uma mulher que tentou dar em cima dele quando ele foi fazer a entrega e Namjoon conseguindo quebrar a fechadura do caixa, além de estragar a chave que ele usou pra isso acontecer.
- Meninos!?
- Oi, (S/n)! -falaram os três em coro-
- Tomem aqui uma chave pra cada um.
- Por que uma chave? -Namjoon se pronunciou-
- Para vocês não precisarem esperar por mim como hoje.
- Ah entendi! -entreguei uma cópia pra cada um e me despedi deles-
- Valeu chefe!! -falou Yoongi-
- Nada!
- Até amanhã! -disse Jin-
- Até pessoal!!
Logo depois de me despedir deles, tranquei tudo como de costume e fui à caminho do hospital. Andei uma certa distância até o ponto de ônibus, esperei uns minutos e após muita paciência adquirida pela minha pessoa, consegui a condução que passava perto de onde eu queria ir.
Recepção cheia. Pessoas doentes. Médicos e enfermeiros inquietos. Como mais um hospital estaria? Dessa forma mesmo. Procurei com os olhos a moça da recepção já que na frente dela havia umas pessoas procurando tratamento naquele local. Quando finalmente consegui falar com ela, perguntei se poderia ir até o quarto dela e a mesma disse que dessa não conseguiria vê-la.
Naquela hora meu coração gelou. Como assim eu não poderia vê-la como antes e me avisam na maior naturalidade. Nenhuma pessoa da família dela veio saber se ela estava bem ou coisa do tipo, deve ser por isso que muitas vezes ela me tratava como se eu fosse parte de sua família. A recepcionista percebeu que eu estava aflita e pronunciou breves palavras:
- Moça, não fique nervosa.
- Impossível!
- Ela teve que ser levada pra fazer alguns exames de rotina. -disse com a maior naturalidade possível-
- Vai ficar tudo bem com ela, né?
- Vai sim! Para uma senhora daquela idade que recentemente descobriu uma doença como essas, até que ela está sendo bem resistente.
- O que você quis dizer com isso? -falei pondo uma das minhas mãos entre meus seios tentando acalmar meu coração inquieto no momento-
- Eu só quis dizer que ela está sendo bem forte aguentando uma bateria de exames.
- Ah entendi..
- Uma dica que eu te dou é que você vá para casa, ela não vai ficar disponível depois de tudo que for fazer. Isso cansa muito a paciente. Vá e mantenha pensamentos positivos pra sua avó!
- Ela não é minha avó, apenas minha chefe que eu tenho um carinho enorme por ela.
- Eu pensei por um momento que fossem, vocês se comportam como se fossem -riu fraco-
- Muita gente no setor que ela está também achou -sorrio de canto- Bom, agora estou indo, vejo você amanhã, Yang Mi!
- Até amanhã, (S/n)! -falou ela se despedindo de mim com um sorriso no rosto-
Por conta de eu ir muitas vezes ao hospital onde a Bong Soon está internada, acabei conhecendo muitas pessoas legais e simpáticas. Por exemplo, a recepcionista que tem paciência de ouvir minhas reclamações quando o hospital demora pra me atualizar sobre o estado de saúde da Unnie.
Também tem enfermeiras super simpáticas, mas não posso mentir que aqui tem uns médicos bem bonitos. Semana passada, teve um grupo que veio para fazer estágio e um deles acabou me dando uma olhada nem um pouco discreta. Enfim, vou ignorar meu subconsciente que já falou demais hoje e vou seguir meu rumo pra casa.
Esse dia, passou como uma fumaça, porém minhas preocupações com o bem estar dos outros e o meu, não. E agora? Não tenho dinheiro pra complementar o pagamento das contas do mês. Estou em casa andando pra lá e pra cá pensando no que fazer sem ninguém pra me atrapalhar. Vou pedir ajuda pro Taehyung, talvez ele consiga me dar uma luz. Assim eu espero.
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Sunflower → Kim Taehyung [Finalizada]
FanfictionOnde Taehyung é um aspirante das artes e S/n amante das flores, especialmente dos girassóis.