A manhã seguinte

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-Bom dia... - a voz matinal de Regina era rouca. Eu nunca pensei que algum dia saberia disso. Porque, bom, só da pra saber como é a voz de uma pessoa que acabou de acordar se você dormir com ela. Não que a gente tivesse dormido.

Minhas bochechas enrubesceram e eu não pude deixar de sorrir com as lembranças da noite anterior. Regina Mills acabou de me dar bom dia, que espécie de realidade paralela eu estava vivendo? Me inclinei em sua direção e beijei sua boca. Imediatamente uma corrente elétrica percorreu o meu corpo. Conclui que não, eu não estava sonhando.

-Bom dia- falei me separando o suficiente para ver seu rosto. Ficamos um tempo em silêncio, logo depois eu falei. - Posso te perguntar uma coisa?

-Hum, que suspense- ela riu - Você pode me perguntar o que quiser.

-Você já tinha, hum, feito isso antes?

-Você quer dizer, transar? - ela riu de novo, mas dessa vez me deixou um pouco impaciente.

-Com mulheres, eu quero dizer.

-Ah sim, bom, a vida de uma rainha pode ser bem solitária as vezes. - ela me olhou. - então sim.

-Ah.

-Você não?- ela perguntou, e eu timidamente movi minha cabeça negativamente. -Bom, não parece.

Senti minha pele queimar enquanto lembranças da noite passada invadiam minha mente. Os espasmos de prazer, o rosto de Regina entre minhas pernas, sua mão nos meus seios. Tudo foi tão intenso e perfeito que eu não conseguia acreditar.

A luz entrava apenas por uma fresta do teto, mas eu conseguia enxergar o corpo de Regina com clareza. Mapeei suas curvas com as mãos tentando gravar aquela imagem na cabeça. Eu e a prefeita deitadas no chão gelado do cofre, com apenas um lençol cobrindo nossos corpos.

Eu estava feliz, talvez pela primeira vez depois de algum tempo, mas um pensamento infeliz não saia da minha cabeça. A situação toda estava longe de ser normal. Eu não fazia ideia do que os meus pais iam pensar, ou toda a população de Storybrooke. Tentei não me importar com isso, mas não consegui, afinal de contas eu ainda era a Xerife.

-Meu Deus Henry vai ficar tão feliz... e pensar que pedi conselhos a ele. - a voz de Regina interrompeu meus pensamentos.

-Espera, Henry sabe? - me sentei, tensa. Regina percebeu minha expressão de pânico e disse:

-Sabe, mas...-Levantei e comecei a arrumar minhas coisas, peguei minha blusa mas não achava meu sutiã. Droga. Onde ele foi parar?
Não entendi aquele sentimento súbito que tomou conta de mim naquele momento, só sabia que precisava sair dali. - Emma, ele não liga. Ele está feliz por nós.

-Não importa Regina, você contou um segredo que não era seu para contar.

Regina também estava de pé agora. Com o lençol enrolado no corpo.

-Emma por que você está agindo assim?- a voz de Regina vacilava- Olha, se está arrependida é só dizer de uma vez!

Não tinha tempo para vestir as botas, não quando Regina me olhava com aqueles olhos. Era como se eu estivesse quebrando seu coração. Mas ela precisava entender.

-Não é isso Regina, é só que... é complicado.

Por um segundo ela pareceu entender, mas seus olhos estavam cheio de água.
Ela se aproximou de mim, o suficiente para tocar meu rosto e falar:

-Não precisa ser, Emma.

Eu me afastei com as botas nas mãos, e antes que pudesse me arrepender do que estava fazendo, sai do cofre.

Ora ora se não é um capítulo novinho em folha surgido das cinzas... Leitores sobreviventes, vocês são uns guerreiros. Descobri que tenho problemas com comprometimento e não consigo ter uma rotina para postar, mas eu tento, juro. Enfim, espero que gostem. Desculpa pelo tamanho, vou melhorar, prometo.

The Queen and The SaviorOnde histórias criam vida. Descubra agora