Tragedia de Gerações

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O que que esse cara quer aqui na minha casa, hein? Olhei pra minha mulher, que se escondeu atrás da baixinha, com uma cara de assustada. Bem, se ele veio pra falar comigo, perdeu o precioso tempo dele, mas se ele quer conversar com a minha fofinha, mesmo eu sendo contra, eu não posso impedir.
— B-bem, primeiramente, eu posso entrar? - liberei a porta pra ele passar, a cara dele de que não sabe o que dizer é visível. - H-hinata... - minha fofinha se escondeu como uma criança acuada, entendo o medo dela, mas eles tem que conversar, vai fazer bem pra ela. - Eu... Posso falar com você? - ela me olhou confusa, sem ação, então eu sorri, encorajando ela a ir com ela. Eles precisam ter uma boa conversa entre pai e filha.
— Não a aborreça, ela não pode se estressar! - sussurrei pro meu sogro e ele assentiu, espero que ele não faça e nem fale merda. - Podem ir para o escritório! - indiquei e eles foram, melhor deixá-los sozinhos, né? Pai e filha, problemas de família, eu não gostaria que se metessem entre mim e meus pivetes, então deixa pra lá. Só espero que ela não se estresse.
— Eles vão ficar bem, né? - a Hanabi ta meio preocupada, e eu também tô, afinal, minha fofinha não pode ter aborrecimento algum.
— Espero que sim!

"Tudo o que eu fiz foi tentar protegê-la, mas não foi o suficiente para evitar aquilo. Aquelas cenas jamais sairão da minha cabeça..."

Hinata on:
Eu to sentindo minhas mãos suarem e meu rosto queimar de tão vermelho, mas não por vergonha e sim por raiva e medo. Eu queria muito que ele me pedisse desculpas, mas agora que vejo ele na minha frente me veio uma raiva pela demora e o medo que ele tente me levar mais uma vez.
— O que quer? - ele também parece estar desconfortável, não é do feitio dos Hyuuga pedir desculpas ou conversar sobre algo emocional. Meio sem graça, ele me estendeu um pacote de presente, um pouco sem graça, coçando a nuca.
— É-é pro seu filho! - o filho que você queria matar?
— O filho que você queria matar? - ele suspirou pesado. Talvez seja por isso que eu não consiga perdoá-lo, pelo meu filho.
— Por favor, aceite! - ele me entregou o pacote.
— Isso não compra o meu perdão, Hiashi! - eu tô me segurando pra não voar na cara dele.
— E-eu sei...
— Me deixa terminar! - eu me apoiei na mesa, melhor sentar antes que eu caia e machuque a mim e ao meu bebê. - Você durante anos me induziu a casar com aquele filho de uma puta rampeira, duvidou da minha palavra várias vezes, me bateu, tentou me obrigar a ir com você pra uma clínica de aborto e se não fosse por aquele homem que está lá fora, e que você tanto desprezou, teria conseguido! - eu nem gosto de imaginar o que teria acontecido caso a Hana não tivesse avisado o meu Naruto, ou se ele não tivesse chegado a tempo ou se o Aoba não tivesse nos deixado ir. - Se não fosse por esse homem... - mostrei a ele a foto do senhor Orochimaru que estava na mesa enquanto arranjava forças para continuar a falar. - ... Se não fosse por esse homem ter posto Ibiki-san de prontidão para nos resgatar e nos protegido, esse bebê aqui não estaria em meu ventre! - acariciei minha barriga e meu filho mexeu novamente, como se estivesse tentando me consolar.
— Eu sinto muito! - sente muito? - De verdade!
— Sente mesmo? - não, não sente. - Quando meu marido foi dado por morto, tudo o que você soube fazer foi me obrigar a casar com aquele crápula nojento, só soube chamar meu marido de drogado, de marginal, só soube dizer que eu fui "a vagabunda que se refugiou na cama de qualquer pivete de rua e ficou sozinha com um filho na barriga", quando, na verdade, foi o seu queridinho Ootsutsuki o responsável pela quase morte do meu Naruto! - eu soquei a mesa com força, deixando-o assustado, foi então que eu Vi a lágrima no olhar do Hiashi, mas eu não ligo! Sabe porque? As lágrimas que ele solta agora não chegam aos pés das que eu chorei naquelas duas semanas que passei na casa dele, sem nem ter direito de ver a minha nova família. - Aquele cara quase destruiu a minha vida, quase matou a minha cunhada, o meu marido, o Aoba-san, você e a minha nee-chan, e eu sempre avisei mas você nunca se importou, porque "seria uma grande jogada". - ele não consegue nem me olhar de tão culpado - A sua grande jogada ia valer a minha felicidade, Hiashi? - ele abaixou a cabeça, envergonhado, mas eu não quero vergonha, eu quero que ele reconheça os erros dele.
— Minha filha, se soubesse o quanto eu me arrependo... - o arrependimento dele não ameniza o desespero que eu senti ao saber que assim que me casasse com aquele louco ele iria querer me tocar da mesma forma que o meu Naruto me toca, isso é, se ele não matasse a mim e ao meu bebê antes. - Eu sei que nada conserta o que eu fiz, mas eu estou arrependido de verdade, não sei como fui tão manipulado...
— Se tivesse escutado a mim e a Hanabi-nee-chan nada teria acontecido! -retruquei irritada. - Aliás, você teria nos poupado daquela vergonha de unir nosso nome ao daqueles bandidos nojentos! Sabe a tua sorte, Hiashi? A tua sorte foi o fato de aquele sequestro tão bem orquestrado pelo Naruto e os nossos amigos roubou a cena como uma grande loucura de amor e abafou aquele desastre. - sim, foi assim que foi noticiado, principalmente pelas emissoras concorrentes ao Byakugan. Para eles e para o público, Namikaze Uzumaki Naruto é apenas um marido capaz de tudo por amor, até a armar um puta sequestro cinematográfico como aquele, apenas para não perder sua amada esposa... Nada como o poder da mídia, não é mesmo? - Já pensou no desgosto que Hayato-jii-san sentiria em ver o nome que tanto batalhou para tornar grande e honrado ser jogado na lama?
— Eu... - ele nem consegue me olhar de tanta culpa. - Eu só achei que fosse o melhor...
— Abortar o filho que eu tanto quero, cujo o tou-san é o único homem que eu amei e é com quem eu estou casada por acaso te parece ser o melhor? - ele só pode estar de brincadeira... Eu juro que eu queria conseguir perdoar, mas não consigo. Sempre que eu penso que se fosse por ele eu não teria vivido esses dois meses maravilhosos ao lado do Naruto, esperando meu Boruto, me dá uma... - AAI! - merda, a minha barriga...
— FILHA... - ele ao menos veio me socorrer - NARUTO-SAN! - enquanto eu tô agonizando aqui, só Vi o furacão loiro entrar no escritório. - Ela está passando mal. - avisou enquanto Naruto vinha ao meu encontro.
— Hina-chan! - meu marido me segurou no colo, eu realmente não conseguiria andar. - Eu avisei que não era pra deixá-la se estressar! - ele recriminou Hiashi que estava sem ação, foda-se ele, me leva logo pro hospital, quero ver se meu filho está bem. - Depois você termina de falar com ela, agora a gente vai pro hospital. - Ta doendo muito, não sei se o Hiashi vai embora ou não, eu também não ligo, não agora.
— O bebê... - senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, eu não quero perder o meu Boruto. - Não deixa eu perder o nosso bebê, Naruto-kun! - só senti que a gente entrou no carro e o Ibiki deu partida desesperado, tão desesperado quanto o meu loiro está, apesar desse sorriso nervoso dele.
— Não vai acontecer nada! - ele não ta tentando me animar, ele tá tentando animar a si mesmo. Se nós perdermos o Boruto, acho que nossa vida acaba, e eu não tô exagerando. - Eu te prometo que vai tudo ficar bem com ele! - ele deu beijo na minha barriga, molhando meu vestido. Ele estava chorando, desesperado e eu tô sentindo muita dor, não só na barriga como no peito, parece que eu vou morrer. O caminho até o hospital nunca pareceu tão longo, mas também assim que chegamos já me levaram pra emergência. Espero que tudo fique bem mas eu estou tão nervos...
Hinata off

Invisivel | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora