Notas: enfim o último capítulo oficial, gente, até o epílogo!
Autora on:
Hiashi estava apreensivo, acabava de chegar ao hospital junto de Hanabi, se recuperando do choque de ver sua filha sendo baleada, mas não esperava por um choque ainda maior.
— H-hiashi-san... - Minato, que a pouco soubera da notícia, observava os rostos esperançosos dos dois Hyuugas, sentindo uma dor no peito em ter que dá-los a notícia da morte de Hinata. A mais nova, esperançosa, abriu um sorriso.
— Minato-sama, meu sobrinho já nasceu? - perguntava animada - E a nee-chan? Ela está bem? - o Namikaze segurou as lágrimas, não podia fraquejar.
— Onde está a minha menina, Minato-san, preciso falar tanta coisa pra ela... - seus olhos mostravam culpa, uma culpa que se agravaria.
— Minato-san, ele ainda está com os corpos? - Rin perguntou ao amigo, sem notar pai e filha que os olharam perplexos e confusos.
— C-corpos? Que corpos? - perguntou o pai de Hinata, sentindo um aperto no peito.
— Não, não diga que a minha nee-chan... - Hanabi deixou algumas lágrimas escorrerem de seu rosto, enquanto Hiashi se desesperava.
— Sinto muito, tanto ela quanto o bebê faleceram há meia hora! Meus pêsames! - lamentou deixando os três, enquanto a menina se agarrou ao pai.
— A minha nee-chan não, ela não! - contestava chorosa. - Porque, tou-san? Porque ela se ela tava tão feliz?
— Eu estraguei tudo... - entrara em choque novamente, chorando copiosamente. - A CULPA FOI MINHA, A CULPA FOI TODA MINHA! - se praguejava revoltado consigo mesmo. Em seu pensamento só remoía às vezes em que sua filha praticamente o implorara para não ter que ter algum compromisso com Toneri, quantas vezes, cego, insultou a ela, ao neto e ao genro, de quantas vezes a filha o disse que o odiava. Hoje percebia, era um dos grandes culpados pelos males de Hinata, um dos grandes culpados por sua morte. Desesperado, precisou de sedação, deixando sua filha com Minato, mas logo Hanabi lhe fez companhia, afinal, era bastante apegada à irmã. O loiro mais velho apenas suspirou, graças à Hinata muitas coisas haviam se resolvido na vida de sua família.
— É, Hina-chan, você vai fazer falta! - ouviu um grito choroso vindo da sala onde estava seu filho, suspirando pesado. - Principalmente pra ele!
Autora off"Eu não queria essa dor dentro do peito!"
— Lady ZuEu tô tão sem chão, tão sem direção, tão sem ela... Senti uma mão me tocar o ombro e, quando eu virei, era o meu pai, chorando levemente, mas me dando ânimo, na verdade, tentando.
— M-meu filho, está na hora de você deixar ela ir em paz! - pior que está... Eu odeio ter que deixá-la, mas o que eu posso fazer? Ela já me deixou, ela e o meu menino. Sabe essa dor? Ela tá queimando no meu peito como se fosse fogo e eu realmente quero que esse fogo me consuma. Eu quero ficar com ela, quero ficar ao lado dela, eu quero ter a chance de refazer tudo, eu quero ter a chance de protegê-la e evitar que ela se fosse. Eu quero tanta coisa com ela, mas querer não é poder, não é? Doeu fechar aquela porta e deixar ali as duas pessoas que eu mais amei, ver que a vida delas havia acabado, sentir que a minha vida tinha se esvaido tanto... Abracei o meu pai, chorando bastante.
— Porque ela me deixou, tou-san? Porque que eles se foram e me deixaram tão sozinho? - meu pai apenas me abraçou, enquanto eu chego a soluçar de choro. A minha fofinha, a mulher que eu tanto amei não vive mais, eu não verei mais o seu sorriso, eu não terei mais o carinho, a atenção e o amor dela, eu nunca mais vou poder dizer a ela o quanto eu a amo.
— Ela tinha que ir, filho, às vezes é assim. - você é um péssimo conselheiro, Minato! Ela não tinha que ir, ela tinha que ficar aqui! Ela tinha que estar viva, com o nosso pivete sorrindo no colo dela e eu babando pelos dois, ela tinha que estar nos meus braços em casa, curtindo nossa segunda lua de mel... Ela tinha que ter me levado com ela! Olhei para o meu braço, tinha um pedaço de bala, essa merda de tiro que devia ter me matado antes que a minha fofinha tivesse me salvado só pegou de raspão. Eu meti o dedo e arranquei, a dor que eu senti nisso não se compara a um porcento do que eu sinto em tê-la perdido, ruim só foi ouvir as reclamações de que eu não devia ter feito isso, que eu devia ter retirado em cirurgia... Vão todos se foder! Eu não vou deixar de dar o último adeus aos amores da minha vida por causa de um arranhão a toa.
— Suturou? Tá ótimo! - mal esperei a enfermeira terminar de falar e saí da sala. Eu não quero saber de "me cuidar", eu não cuidei dela, eu nem mereço estar vivo, ela devia estar aqui e eu devia estar morto, não o contrário. - Ibiki-san, leve meu tou-san de volta pro salão, eu vou em outro lugar! - ele não parece ter entendido bem, mas eu preciso desse tempo. - Por favor, providencie o enterro deles, quero que eles sejam enterrados abraçados no mesmo caixão! - ele sequer perguntou algo, o que é ótimo. Eu só peguei um ônibus, preciso ir em casa. Que casa? A minha casa, a casa onde eu cresci, a casa onde eu a fiz minha mulher! Mas antes... - Isso está empoeirado... - entrei no anexo do Sannin, o lugar onde a gente tanto se encontrou quando namorava, onde eu a treinei para se proteger. Quantas vezes ela caiu aqui cansada, depois de aprender a se defender? Eu sempre quis protegê-la, mas não o consegui fazer quando realmente precisava, quando precisávamos, ela me protegeu, pagando por isso com a vida, a vida dela e a do nosso filho, que eu já planejava trazer aqui pra ensiná-lo ainda mais do que ensinei a ela, para brincar com ele, dar conselhos, broncas e ensiná-lo a ser um homem, mas eu não pude fazer isso. Bem, deixa pra chorar em casa, Naruto, você tem muito pra lamentar e se culpar ainda. Dito e feito! Entrei em casa, desde que o vovô morreu não viemos mais aqui, só o salão da mamãe está aberto, com a Ino como responsável da franquia "Uzumaki Beauty"... Alguns dos meus antigos vizinhos me viram, mas não falaram nada, apenas se horrorizaram com o sangue da minha camisa e a sutura recente. O senhor Haruno, pai da Sakura me deu os pêsames, provavelmente já sabendo da morte da minha esposa, e eu mal consegui responder decentemente, saber o motivo do pesar dele me faz relembrar tudo e as lágrimas logo brotaram nos meus olhos. Mal reparei os outros cômodos, fui direto para o meu antigo quarto. Meu casaco, é, aquele que ela tanto usou, aquele com o qual eu a cobri quando ela tentou me impedir de ir atrás da Karin, naquele que eu pensei ter sido o pior dia da minha vida, mas que agora parece um dia lindo perto do dia de hoje. Peguei o casaco e deitei na cama, abraçando tudo com carinho, e, pra piorar, tudo tem o cheiro dela. - Hinataaa... - foi aqui, deitado, passeando com a minha mão pelo colchão que eu voltei a chorar, a sentir a falta dela, que eu voltei a lembrar daquele sorriso lindo que ela sempre me dava, daquela voz tão fofinha dizendo que me amava, daqueles olhos tão puros e vivos que ela tinha, do jeito tímido e ao mesmo tempo sensual com o qual ela pediu que eu a fizesse minha... Ela foi a melhor que eu tive e eu a tive tão pouco, por tão pouco tempo, mas tempo o suficiente pra que vivessemos uma vida incrível juntos, uma vida incrível que teve um fim trágico. Porque teve que ser assim? Porque ela teve que me amar tanto a ponto de se matar por mim? Porque ela se foi junto do Boruto? Se ao menos ela tivesse me deixado com aquele pedacinho dela, eu não estaria tão mal. Porque não fui eu quem aquele maldito acertou? Porque eu não tirei a minha mulher da minha frente? Eu devia protegê-la e não o contrário. Eu me sinto tão mal em tê-la perdido assim,mãe ao menos eu tivesse feito algo pra ajudar, se eu tivesse percebido que ela estava morrendo o tempo inteiro... Aliás, porque eu não usei aquela maldita camisinha? Ela nunca ia poder me dar um filho, o corpo dela jamais aguentaria, mas o idiota aqui só pensou em prazer e esqueceu disso! Eu amei o Boruto, eu To mal de perder o meu menino, mas eu devia tê-lo evitado, ao menos agora... - PORQUE? - gritei em minha confusão, sentindo o colchão molhado pelas minhas lágrimas. Eu ainda não consegui sentir tristeza, eu apenas sinto dor, muita dor, mas ela não é nada comparada a culpa que eu sinto em ter sido o culpado de tudo. Se eu tivesse deixado ela invisível, se eu não tivesse começado a namorar com ela, se eu tivesse deixado ela casar com aquele idiota, se eu não tivesse sido um estupido em busca de vingança, se eu não a tivesse engravido, se eu não a tivesse amado... Se eu não tivesse achado um dia que poderia me dar ao luxo de ser feliz ao lado dela pra sempre, nada teria acontecido, mesmo que a gente tivesse seguido caminhos tão diferentes, mesmo que eu provavelmente ficasse a vida toda sem conhecer esse sentimento tão belo, mesmo que ela não gostasse dele, ao menos ela estaria viva, viva e com uma chance de ser feliz! Eu devia ter aberto mão dela, ter dado o divórcio e deixá-la se casar com aquele filho da puta, ao menos eu poderia vê-la bem, talvez ela tivesse tido o nosso bebe numa boa, talvez ela conseguisse gostar um pouco do Toneri... Eu teria me condenado a uma vida de infelicidade, mas ela estaria bem. - Me perdoa por tudo, fofinha, me perdoa... - os soluços devem estar sido ouvidos pelos vizinhos, mas foda-se, eu não ligo! Eu só ligo pra tudo isso que aconteceu. Ontem eu estava junto dela na cama, ontem ela estava toda feliz com o enxoval do Boruto, hoje pela manhã eu a vi linda naquele vestido, o que me lembra que talvez eu não devesse tê-la visto, como minha mãe avisou, deu azar, um luta azar, porque logo após a cerimônia mais bonita que eu vi na minha vida, eu vivi os momentos mais angustiantes e dolorosos da mesma bosta de vida. - Eu devia ter ido no seu lugar, não foi justo você me deixar sozinho! - não foi justo, mesmo que eu tivesse morrido no lugar dela teria sido feita a justiça, afinal, a bala era pra mim! São tantas coisas... Eu só queria uma: acordar e ver que isso tudo não passou de um pesadelo!
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Invisivel | Concluída
FanficEla era machucada, espancada, ignorada, magoada, humilhada, esquecida e ninguém nunca lhe notou, afinal, quem se importa com a invisível da sala? Eu me importo! E me importaria por todos os dias de minha vida, mas ainda podia ter me importado mais...