Hinata on:
— NÃO! - gritei chorando, aquilo não podia estar acontecendo. Minha sogra foi posta novamente sobre a poltrona de descanso, enquanto a Karin caiu ajoelhada, chorando tanto ou mais do meu eu.
— MEU NII-SAN NÃO, KAMI NÃO LEVA ELE! - era penoso olhar para ela, nunca imaginei ver a ruiva que ganhou me atormentou durante o ano, e que havia se tornado uma grande amiga nos últimos dias, naquele estado. Ela acabou sedada por uns enfermeiros, a mando da doutora, que sabia que era melhor contê-la. Eu quero fazer companhia a ela, mas não posso, tenho que ser forte, sei muito bem quem pode ajudar. A doutora saiu da sala de descanso, deixando-me a sós com o pai do meu Naruto, ele precisa ser compatível, não pode ser que não seja! Quando eu o olhei, ele estava sentado, com as mãos no rosto, chorando, chorando tão sofrido quanto eu ou a Karin, pude ouvir seus murmúrios.
— Não, eu já o perdi uma vez, não posso perdê-lo de novo, não agora, não antes deles me perdoarem. - ele realmente estava sofrendo.
— Namikaze-sama! - chamei-o pelo verdadeiro sobrenome, fazendo-o me olhar surpreso. - Preciso falar com o senhor, lá fora, antes que elas acordem! - ele, mesmo confuso, entendeu o que eu quis dizer, me seguindo até o corredor.
— Porque me chamou assim, Hinata-chan? - diferente do Sasuke, ele sabia manter a mentira, mas não tenho tempo pra isso.
— Eu ouvi o senhor falando com a doutora Rin, já sei de tudo! - eu tinha que controlar as lágrimas e ser firme, tinha que pô-lo contra a parede.
— Está certo... Eu sou o tou-san do Naruto, mas não conte is...
— Não vou contar e isso não me interessa agora, eu só peço por favor que salve a vida do meu Naruto! - as lágrimas escorreram pouco a pouco pelo meu rosto novamente, até se tornarem um rio. Ele tinha que ser compatível, era a minha única esperança.
— Hinata, eu não sei se sou compatível, faço a mínima ideia do meu tipo de sangue. - ele suspirou pesado.
— Como não sabe? - ele tem que saber, todos nós sabemos.
— Longa história, mas de certo eu fui adotado, não sei nada direito sobre o meu passado... - suspirou novamente. Esse cara tem muita história pra me contar, mas não me interessa agora, sai o puxando pelo corredor. - Onde está indo?
— Depois o senhor me conta essa história, agora precisamos achar a doutora, te fazer exames e pedir a Kami que você seja compatível! - ele tem que ser, ele precisa ser. Assim que encontrei a doutora, mal conseguia falar. - Ele... Exame... Compatível... - eu tô tão confusa que foi só o que pude dizer, mas ela me entendeu. Ela olhou cúmplice para ele, que afirmou com a cabeça, indicando que eu sabia de tudo.
— Pensava justamente na possibilidade de você ser compatível, Minato-san! - UFA!
— Sabe da minha história, não tenho nenhum documento que ateste isso, ficou tudo com Orochimaru-tou-san...
— Por favor, conversem durante os exames! - supliquei já chorando novamente, ele me entendeu, também parecia desesperado.
— Vamos então! - falou a doutora seguindo conosco para uma sala de coleta, passando por um quarto com a porta entreaberta, onde pude ver enfermeiras cuidando do meu Naruto. Senti meu coração doer ao vê-lo ali, parecia ter dificuldade para respirar e a cara das enfermeiras não era nada boa, me deixando ainda mais agoniada.
— Rin-sama, ele está pior! - chamou a enfermeira com desespero no olhar, a médica estava espantada com o que aqueles aparelhos mostravam, coisas que não Vi, pois só as palavras da enfermeira fizeram meus olhos se encherem de lágrimas, eu só soluço.
— Minha fofinha... Hina-chan... - ele balbuciava meu nome baixo, fraco, me enchendo com uma pequena chama de felicidade, ele chamava por mim.
— Você é a Hina-chan? - acenei positivo pra doutora, que pediu para que eu me aproximasse, então deixei o senhor Minato sentado no chão do corredor chorando desesperado e fui até ela. - Bem, ele teve uma piora, durante a cirurgia ele teve uma parada cardíaca então deixamos ele nessa UTI, até por conta da necessidade de sangue. - cada palavra dela fazia meu coração ir até a boca e voltar. - Agora ele está com os batimentos cardíacos muito alterados, além de uma forte febre causada pela falta de sangue suficiente.
— E o que posso fazer? - que porra de sensação de impotência. Merda de idade! Eu já poderia ter resolvido isso se não fosse essa porcaria de idade mínima.
— Ele está chamando por você, creio que sua aproximação pelo menos normalize o coração dele. Pode se aproximar dele, com cuidado. - ela mal precisou pedir e eu já estava ali, do lado dele. - Vocês, fiquem de olho nele que eu vou levar o senhor Kokai para os exames. - ela saiu, junto de uma enfermeira, enquanto outras duas ficaram observando aqueles aparelhos malditos.
— Fofinha... - abri um sorriso quando o ouvi me chamar. Era só o que eu queria, que ele melhorasse, me escutasse e ficassemos bem de novo, com ele me chamando de fofinha o resto dos meus dias. Como eu amo esse homem, Kami!
— Meu amor, eu to aqui... - as lágrimas embargavam minha voz, apenas beijei seu rosto.
— Ele está melhorando, senhorita! - finalmente uma notícia boa!
— Hinata... Eu... - eu Vi um leve sorriso se formar nos lábios dele, o sorriso mais lindo que já Vi, o sorriso que mostrava o quão eu o havia feito melhorar. - Eu te amo, fofinha! - meu coração gelo, ele me amava, me queria perto, não imagina o quanto eu estou feliz. Ele precisa melhorar, eu preciso que ele melhore pra ficar comigo, viver esse amor ao meu lado, eu só preciso que ele melhore. Ele apertou os olhos e parou de falar, me preocupando, será que... Não, não pode, não agora que eu sei que você me ama, não agora!
— Enfermeira, porque ele parou? - perguntei nervosa, toda trabalhada na tristeza, com meu rosto banhado em lágrimas.
— Calma, senhorita, ele apenas desmaiou cansado. Desde a cirurgia ele chama pelo seu nome. - Por mim? Se eu não estivesse tão preocupada, estaria pulando de alegria. - Melhor deixá-lo descansar, ele estava muito agitado. - não, eu quero ficar com ele, quero que ele me veja assim que abrir os olhos.
— E se ele acordar? - perguntei para ela, que me olhou calma.
— Senhorita, ele está assim desde que chegou, deve dormir bastante. Aconselho que vá para a sala de descanso, pelo menos para saber sobre os exames de compatibilidade. - ela tem razão, não adianta ficar aqui, tenho que saber se o senhor Minato pode salvar meu Naruto. Quando cheguei à sala de coleta, ele estava tendo sangue retirado e passado para uma bolsa, o que me encheu de esperança.
— Eu sou compatível, Hina-chan! - ele sorriu abertamente, me dando um alívio indescritível.
— Graças a Kami! - não contive o suspiro de alívio. Sentei-me em uma cadeira que tinha ao lado da poltrona onde estava o senhor Minato, agora ouviria o lado dele. - Agora já pode me contar por que os abandonou. - ele olhou para mim e deu um suspiro pesado.
— Primeiramente, eu não os abandonei, bem, abandonei, mas não porque eu quis! - bem, isso é surpreendente. - Mas vou ter que começar desde o inicio...
— Tenho todo o tempo. - e realmente tinha, preciso ocupar minha mente pra manter essa esperança sem chorar de novo.
— Como eu disse, eu sou filho adotivo, filho adotivo de um homem poderoso... Namikaze Orochimaru! - puta que pariu! Agora da pra perceber porque eles parecem ter medo do avô paterno, Namikaze Orochimaru é o grande rival de Ootsutsuki Momoshiki, na política e nos negócios, já que ele é dono de uma poderosa empresa de marketing e uma poderosa rede de exportações. O cara é simplesmente o dono do Japão. - Como deve saber, Orochimaru-tou-san se importa bastante com sua reputação... Ele me adotou quando eu morava na rua, tinha uns cinco anos. Ele viu em mim a oportunidade de alavancar sua carreira política, afinal, o que é melhor pra imagem de um homem que ter a caridade em adotar uma crianca de rua?
— Nada... - tive que concordar. O cara é um gênio do marketing político.
— Então ele me levou para viver com ele, para se promover ainda mais, mas tanto ele quanto Anko-kaa-chan se apegaram a mim realmente como um filho legítimo e era ótimo ser filho deles, até aquele dia... - ele suspirou pesado. O nome Anko me era familiar, parecia o nome que tinha nos documentos que tenho guardados em casa, documentos bem valiosos que vou usar em breve.
— Qual dia? - to bem curiosa.
— O dia em que a minha kaa-chan foi assassinada! Na tentativa de assassinarem tou-san, kaa-chan se pôs na frente dele, levando a bala que era para ele. - então era isso, bingo! Esses documentos vão fazer o Toneri parar de me perseguir. - Tenho certeza que foram aqueles malditos Ootsutsuki que fizeram aquilo, eles destruíram tou-san, só não tenho como provar...
— Minato-sama, sua mãe seria Mitarashi Anjo, certo? - era a única dúvida que eu tinha pra ter certeza.
— Sim, Mitarashi Namikaze Anko! - bingo! O senhor Kinshiki foi o mandante, é isso que tá no documento, ele mandou matar um homem e essa foi a mulher que morreu no lugar dele. Tenho toda a ficha da autopsia dela, assim como as ordens de pagamento do crime, peguei em um dia, numa festa. Não me julgue! O que faria se tivesse uma família doida pra pegar sua fortuna e provavelmente fazer mal a você e sua filha e lhe fosse dada a oportunidade de pegar algo que pudesse freiar os planos deles? Business, baby! - Conhece, não é?
— Grande arquiteta, ela assina a planta d...
— Do Byakugan... Sou amigo de seu pai desde que fui adotado, minha kaa-chan dizia que aquela fora sua obra-prima e que seu tou-san tinha feito o nome dela como arquiteta com o projeto. - ele parecia muito orgulhoso - Eles se amavam muito, mas depois da morte dela tou-san se transformou em outra pessoa.
— Como assim?
— Orochimaru-tou-san era alegre, feliz e vivia sorridente, principalmente nos braços de kaa-chan, mas quando ela se foi, ele passou a se culpar por não tê-la protegido. Pra esquecer disso, ele se afundou na politica e nos negócios, tanto que solidificou um império no país, rivalizando ainda mais com os Ootsutsuki, na época o rival dele era o pai daquele garoto. Com medo de que acontecesse comigo o mesmo que com Anko-kaa-chan e passou a me proteger excessivamente, de tudo e todos. Foi aí que apareceu a Kushina... - ele suspirou alegre.
— Amou muito a Uzumaki-sama? - ele pegou uma carteira do bolso e abriu com dificuldade com a mão que estava livre.
— Amo até hoje! - na carteira, uma foto da minha sogra, tão bonita quanto é hoje, abraçada a ele no que parecia ser um parque de diversões. - Quando eu a Vi pela primeira vez, quando ela começou a trabalhar em nossa casa, eu já sabia que ela seria importante pra mim e tratei de conquistá-la. - sorri leve pelo jeito com o qual ele contou - Ela não queria, achava errado por eu ser o filho do patrão e ela a arrumadeira, mas, bem... Você já pode imaginar não é? - eles se apaixonaram e desse amor nasceu Naruto e Karin. Chegamos a parte que mais me interessa - Eu fiquei tão feliz quando ela me contou que estava grávida, que fui contar correndo para tou-san, imaginando que ele gostaria de ser jii-san, mas esse foi o maior erro da minha vida! - a expressão contente dele se transformou em uma amarga - Ele começou a gritar que sabia que "aquela empregada aproveitadora" iria me dar o golpe da barriga e que jamais teria um neto bastardo.
— E você o que fez? - tá certo que o pai dele não queria um neto, mas ele que era o pai.
— Eu não pude fazer nada! - a amargura e o arrependimento eram notados no olhar dele, parecia ser algo que magoava muito. - Ele me fez assinar uma carta onde eu pedia pra ela abortar o filho que esperava e dava dinheiro pra isso. Eu tentei negar, mas ele ameaçou destruir a vida dela e de Jiraya-sama e você deve saber que ele podia fazer isso. - e realmente, ele tem esse poder - Ele disse que era pra escolher entre arruina-los ou vê-la morta no dia seguinte.
— Que cruel! - como alguém pode ser cruel a esse ponto?
— Eu não queria perdê-la, mas também não queria ser responsável por algo pior. - Vi uma lágrima escorrer de seus olhos, uma lágrima bem triste. - Depois disso eu tentei procurá-la, mas não sabia seu sobrenome ou onde ela morava, só tou-san sabia, eu nunca o perdoei e mesmo depois de ter cortado relações com ele, ele nunca me contou sobre ela, dizia nunca ter se arrependido de ter me livrado de uma interesseira. - as lágrimas tomaram conta de seu rosto, me fazendo perceber que a dor que ele sentia era ainda maior do que eu pensava. - Eu levei 18 anos para encontrar os meus filho, Hinata, não posso perder um deles pra sempre, não posso!
— Não vai, Minato-sama, não vai! - eu tenho fé que não vai. A enfermeira levou as duas bolsas de sangue coletado para o quarto onde o meu loiro estava e, ao chegar na sala de descanso, nos deparamos com as duas ruivas acordadas, chorando um pouco mais contidas.
— Onde estavam? Conseguiram um doador? - os olhos da senhora Kushina estavam brilhando de esperança, assim como os da Karin, que parecia bem abatida.
— Eu fiz exames e fui compatível! - senhor Minato sorria radiante, contagiando as duas ruivas, que festejavam.
— I-isso quer dizer que... - Karin limpava as lágrimas.
— Que ele vai viver!
Hinata off

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Invisivel | Concluída
FanfictionEla era machucada, espancada, ignorada, magoada, humilhada, esquecida e ninguém nunca lhe notou, afinal, quem se importa com a invisível da sala? Eu me importo! E me importaria por todos os dias de minha vida, mas ainda podia ter me importado mais...