Marina
Ele sai do quarto jogando toda sua indiferença em mim,depois dessa noite maravilhosa.Não entendo porque ele age assim,parecia que estava curtindo ficar comigo,me enganei,sou só mais uma mesmo.sinto uma angustia ,melhor eu me arrumar logo e ir pra casa da minha mãe.
Me arrumo e saio,nem fome tive pra tomar café da manhã,o Luizinho já esta no portão me esperando.
-Bom dia Mari,pronta?-ele diz me sorrindo.
-Bom dia,estou sim,vamos.- digo e subo na moto dele.
Descemos o morro e fui direto pra casa minha mãe,entrei e fui logo recebida pela dona Dirce.
-Mari que bom que chegou,acho que sua mãe não esta muito bem hoje.-ela disse vindo até mim toda agoniada.
Olho pro sofá e ela esta ali deitadinha,sento e coloco a cabeça dela no meu colo.
-Mamãe cheguei,como a senhora esta?Vamos pro hospital?-pergunto vendo que realmente ela estava meio mole.
-Filha,não quero ir pro hospital,é só um mal estar,vou melhorar logo.-me diz e tenta dar um pequeno sorriso.
-Ta bom,vou esperar mais um pouco,mas se não melhorar nós vamos sim.A senhora comeu alguma coisa hoje?-pergunto preocupada.
-Tomei um copo de leite antes dos remédios,acho que não me fez muito bem,mas vai passar,fica aqui comigo.-ela me pede e olha nos meus olhos.
Dona Dirce me diz como foi a noite dela e não estava nada feliz porque minha mãe havia vomitado a noite toda e não deixou me chamarem.Fico mais agoniada.
-Vou dormir aqui um pouquinho,estou me sentindo muito cansada.-ela diz e fecha os olhos.
Como os médicos haviam me alertado que os remédios poderiam causar muito sono e reações adversas resolvi esperar um pouco.Dona Dirce foi arrumar o quarto e disse que iria esperar minha mãe melhorar pra ir embora. Fiquei ali com ela e quando passou mais ou menos meia hora senti que ela estava com dificuldade de respirar,gritei a dona Dirce e pedi pra chamar o dr Daniel.Ela saiu correndo e logo a casa começou a ficar movimentada com os vizinhos querendo noticias do que estava acontecendo com minha mãe.Eu ja estava desesperada,ela não acordava e comecei a chorar e chamar ela pelo nome,mas nada de responder.Vi quando o Leonardo entrou e gritei pra ele me ajudar.Logo o dr chegou e foi aquela correria.Fomos para o hospital.
Ela foi levada as pressas para a UTI e fiquei ali na recepção fazendo a ficha dela,o dr pediu que eu esperasse ele voltar que traria noticias.Eu me sentei na sala de espera e chorei,um choro doido,choro de medo.Vejo a Luma entrar apressada e quando me vê corre e me abraça.
-O André me ligou e contou o que houve,estou aqui amiga,fica calma que tudo vai ficar bem.-ela diz tentando me acalmar.
-Ai Luma,acho que ela esta muito mal,estou meia perdida,queria ter mais tempo com ela,não queria perde la tão rápido.-e caio de novo no choro.
Ficamos ali,parecia que já havia passado horas e dr não aparecia,eu andava de um lado pro outro,a Luma buscou um leite com um pão de queijo e pediu pra eu comer porque assim quem passaria mal seria eu,então mesmo sem vontade aceitei e comi.D repente a porta da emergência abriu e o dr Daniel veio até mim com a cabeça baixa pediu que eu me sentasse.
-Marina você terá que ser forte,já sabia que estado dela era muito grave,hoje ela não passou bem,aqui ela foi reanimada mas teve uma parada respiratória e fizemos de tudo,mas ela não reagiu,infelizmente sua mãe faleceu a dez minutos.-ele olhou nos meus olhos.
Eu não sabia se chorava ,se saia correndo,se gritava,senti meus olhos escurecerem e apaguei.
Acordei com a Luma passando a mão nos meus cabelos.
-Amiga fala que é mentira,fala que foi sonho,por favor!-dessa vez eu gritei e comecei a chorar desesperadamente.Dr Daniel entrou no quarto e me aplicou uma injeção.Senti que meu corpo ficou meio mole,mas minhas lagrimas continuavam descendo.
Meus Deus minha mãe não,por favor,deixa ela comigo mais um pouco,demorei tanto pra vê la,não tire ela agora de mim.Minha cabeça começa a girar e Luma vai me carregando pra fora junto com o dr.Entro no carro e ele nos leva de volta no morro.Para na frente na casa da minha mãe,e já vejo uma comoção geral,muitas pessoas chorando,umas tentavam falar comigo mas eu não ouvia ninguém.A Luma me levou até o quarto e me deitei,ali na minha cama eu chorei,chorei feito uma criança.Que dor horrível.Deus me ajuda.
As horas foram passando,eu tinha dormido um pouco e vejo a porta do quarto abrir.Ele veio até mim se abaixou e disse.
-Porra morena,sinto muito,você tem que ser forte.Eu já cuidei de tudo pro enterro,não se preocupe com nada,só fique bem.Vamos la pra casa?-eu digo sim com a cabeça e ele me pega no colo e sai me levando até a o carro,todo mundo olhava estranhando a cena,mas eu só queria estar ali,no colo dele.
-Raposão,Luma,vou levar ela pra casa,qualquer coisa chama no radio.-ele diz e entra no carro.
Ele me ajuda a sair do carro e me leva pro banheiro.Me ajuda tomar banho e só veste uma camiseta dele em mim,me leva até a cama,diz que já vem e sai do quarto.Logo volta com uma bandeja nas mãos.
-Olha só,a Luma disse que você quase não comeu hoje,trouxe uma sopa que dona Iza fez,você vai gostar,tem que se alimentar senão vai ficar doente.-espera eu sentar e senta ao meu lado.
-Eu não quero Leo,não consigo comer.-digo chorando.
-Só abre a boca,vou te ajudar.-ele coloca a sopa na minha boca,repete até eu comer tudo.
Depois deita ao meu lado,me abraça e fica ali alisando meu cabelo,adormeço nos braços dele.
O dia seguinte foi uma tortura,uma tristeza sem fim,o Leo não ficou comigo,mas mandou o Luizinho,o Raposão e o Menor acompanhar tudo,Luma ficou abraçada comigo e dona Dirce o tempo todo.Graças a Deus elas estão comigo.Foi tudo muito rápido,voltamos pra casa,eu não quis mais entrar na casa da minha mãe.Deixei por conta da dona Dirce.
O Leonardo ficou em casa,mas já não ficou mais dando tanta atenção.Quem ficava comigo o tempo todo era Luma e dona Iza que se empenhava em fazer coisas pra eu me alimentar.
No dia seguinte liguei pro meu pai e contei o que houve,ele disse que agora eu já poderia voltar pra casa,na hora eu fiquei sem saber o que dizer,e avisei que logo estaria la.
Liguei pro Leonardo e pedi que viesse em casa quando pudesse porque eu queria conversar com ele.Ele só veio de noite.Esperei ele na sala e quando ele entrou eu pedi que se sentasse.Será que ele me deixaria ir embora agora?O nosso trato acabou com a morte da minha mãe e assim eu comecei a falar.
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Oi amoras.
E agora? Será que ele deixa ela ir embora?
Continuem lendo e votem,não esqueçam de comentar,isso é muito importante pra mim.
Bjs amoras.
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Destinos traçados no morro- CONCLUÍDO
RomanceMarina é uma garota brasileira,mas morou fora do pais desde os cinco anos de idade,agora voltou as pressas para cuidar de sua mãe que estava muito doente.Educada num país de primeiro mundo ela se choca com a realidade que bate em sua porta. Leonardo...