Capítulo 59

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Marina

Depois do acidente no banheiro,meu corpo ficou muito dolorido,mas a dor maior é no coração,na alma,traição dói demais,imaginar que montar uma família, dar tudo de mim pra ele,ser fiel,amorosa,aceitar a vida que ele leva ,nada disso o impediu de fazer um filho em outra,será que imaginou que eu nunca descobriria?Minha vontade é de sumir,não quero ver nem a sombra dele,mas sei que não me deixara em paz,ele não deixará que eu viva em paz.Mas estou decidida a conversar com ele e tentar convence-lo a me dar um tempo,talvez assim eu consiga fugir,sei lá,preciso tomar uma atitude.

Preciso me recuperar para poder resolver minha vida.

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Cacau

Puta que pariu,eu to ferrada,agora que perco de vez o Robocop. Estou triste pela garota que morreu por falar o que não devia,mas esse povo é muito fofoqueiro,assim eles aprendem a calar a boca.Mas e agora? O vapor saiu dizendo pra eu ficar só dentro de casa mesmo.Ordens dele!O que será que ele vai fazer comigo?Eu amo aquele desgraçado,mas não vou conquista lo assim,não era pra ela saber agora porra.

Será que....?Não sei...!Mas pode ser uma solução.É isso!Não consigo pensar em nada melhor,deste jeito terei mais tempo pra conquistar o Robocop.

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Robocop

Quatro dias sem ela falar comigo!Por mais que eu tente chegar perto ela me fuzila com o olhar,até tentei tocar no assunto,mas disse que não quer ouvir minha voz,porra,to chegando no limite da paciência que jamais tive,mas não posso deixar ela ir,não posso,não consigo,isso seria o fim pra mim.

To dormindo no quarto de visitas,e ta difícil pra porra,queria estar do lado ,cuidando daquilo que eu mesmo provoquei,mas tenho que respeitar o tempo dela,não quero piorar mais a situação.

Não fui mais pra Maré,mas preciso ver como anda as coisas por la,amanhã vou bem cedo e volto amanhã mesmo,a morena nem precisa saber,mas preciso.

Levanto cedo,tomo um banho,visto minha roupa e desço,a casa parece vazia,ela esta me ignorando completamente,isso incomoda pra caralho.Mas tranquilo!Saio de casa,pego minha moto,e levo cinco seguranças comigo.Acelerei tanto que nem percebi que já entrava na boca.

-Fala aí PC!Tudo certo por aqui?-falo entrando na sala,ele se levanta assustado.

-E aí patrão!Tudo certo sim,achei que não vinha tão cedo!-não entendi o nervosismo do cara.

-Qual é porra,desembucha logo caralho,o que ta pegando?-pergunto já fechando a cara.

-É patrão,eu ia mandar um radio pra tu mais tarde,quando tivesse noticias,mas tu apareceu,então ...A Cacau ta no postinho,acho que ela perdeu a criança.-ele fala com receio olhando pra mim.Não respondi nada,dei as costas e fui direto pro posto.Chego na recepção,me sinto um monstro,as minas me olham apavoradas,melhor assim!Tão entendendo quem sou.

-Quero saber da...-uma atendente me interrompe.

-Ela esta na primeira sala á esquerda,já pode receber visitas.O senhor vai querer falar com o doutor?-ela me diz com olhos arregalados.

-Primeiro vou ver ela,depois quero falar com ele!-saio em direção ao quarto.

Quando entro,vejo outra pessoa ali,deitada na cama ela esta pálida,tremula e chora.

-E aí?O que houve com meu filho?-pergunto sem sentir dó dela,só raiva mesmo.

-Você veio meu amor,eu perdi nosso filho Robocop!Senti dores muito fortes e quando cheguei aqui já tinha perdido ele,foi aborto espontâneo!-ela diz chorando,mas eu não consigo esboçar nenhuma piedade.

-Assim do nada?Melhor falar logo!-ela só diz sim com a cabeça.Ta na hora de falar com o dr.Saio dali direto pra sala que dizem que ele esta.Entro sem bater,ele esta atendendo,mas dispensa a mulher assim que entro.

-Só vim te fazer uma pergunta doutor.Foi aborto espontâneo?-digo olhando nos olhos dele.

-Eu realmente queria poder mentir,porque sei que você vai fazer mal pra ela,mas estaria mentindo, na minha profissão isso não é tolerado.Fazendo a curetagem retirei resíduos de um remédio.Perguntei depois a ela o que poderia ser,mas ela mentiu,disse que não sabia,mas eu sou médico,eu sei que era um comprimido abortivo muito conhecido.Ao confronta la com isso,me disse que eu estava louco.Infelizmente não poderia esconder isso,até porque ela esta tendo complicações devido a este ato.-ele diz e só ouço.

-Entendi,a desgraçada tirou meu filho a força de dentro dela!-falei e dei as costas,ele tenta argumentar,mas eu apenas olho pra trás e digo.-Não se meta doutor,pro seu próprio bem!-vou direto pro quarto que ela esta.

-Então quer dizer que você perdeu nosso filho loira?-falo sentando na beira da cama,tento manter a calma,porque a vontade de dar um tiro na testa dela ali mesmo é muito grande,mas preciso ouvir dela mesmo o porque.

-Sim,eu sinto muito,estava me cuidando tanto,eu já amava nosso bebe!-ela diz e não sinto nenhuma emoção em suas palavras.

-Então filha da puta,você acha mesmo que eu não saberia o verdadeiro motivo de você ter abortado?-levanto e ando pelo quarto,coloco minha mão em minha arma na cintura,mas não saco,só seguro.-A vagabunda pensa que eu sou idiota?Eu sou o dono daqui agora porra, ninguém pode mentir pra mim,porque se eu descubro não tem perdão.Você é uma desgraçada eu estou realmente me segurando muito,sua vadia,pra não te matar agora,mas não se preocupe,vou fazer isso aos poucos,pra que sinta a mesma dor que meu filho sentiu dentro da sua barriga enquanto ele era assassinado aos poucos.

-NÃO,PELO AMOR DE DEUS,NÃO FAZ ISSO,EU TE AMO,EU SÓ QUERIA FICAR COM VOCÊ E ISSO FOI PORQUE SUA MULHER DESCOBRIU E SEI QUE VOCÊ ME ODIARIA,ME CULPARIA,mas olha,meu amor,não estou mais grávida,podemos ser só eu e você,não vou atrapalhar sua vida lá no alemão,eu fiz por nós,entenda...eu te amo porra!- ela diz desesperada.

Ouço tudo aquilo em silêncio, mas com uma calma que eu não sabia que eu tinha fui até ela e a arranquei daquela cama.Peguei bem forte em seus cabelos e a derrubei no chão,ela gritava muito,algumas pessoas vieram socorre la,eu só apontei minha arma e todos se afastaram, levei ela pra fora do posto arrastada.No meio da rua eu bati nela como nunca tinha feito antes com mulher nenhuma,olhei em volta,muitas pessoas nos olhavam horrorizadas.Levantei e gritei.

-Estão gostando da porra do show?Isto é o que vai acontecer com qualquer pessoa que me trair,me enfrentar,que for x9,que não seguir minhas regras,que não me pagar em dia,porque não to aqui pra fazer caridade.Prestem bem atenção!- viro pra ela e dou um tiro em sua barriga,ela grita,dou outro na coxa,ela ainda grita,dou outro na outra coxa,vejo ela se jogar de lado sem forças pra falar,a dor era forte,vagabunda,ta pagando com juros.Antes que desmaie me abaixo pra olhar em seus olhos.

-Agora você vai pro inferno,vou mostrar como sou piedoso e acabar com isso de uma vez.-levanto e aponto pra sua cabeça e atiro.Vejo o sangue descer pela vala,dou as costas,subo em minha moto e viro pra um dos seguranças.

-Da fim nessa porra,queima,some com ela.-digo e acelero a moto saindo de la.

Chego na boca,PC esta sentado e olha pra mim.

-E aí patrão,já soube do que houve la,bora tomar um uísque e fumar um beck pra relaxar?-ele diz e me passa um copo em seguida me serve e passa um beck bolado.

-Sou bandido porra,sou filho do diabo mesmo,não tenho dó caralho,a mina pagou pra ver,foda se,agora a comunidade sabe que não brinco em serviço.Isso foi só pra fortalecer mais ainda o resto que se foda mesmo.Hoje bebo tudo que tenho direito,porra de mulher mandando em mim?Não mesmo.Quem fala o que pode ou não sou eu caralho!-digo sentando na cadeira da minha mesa.

Hoje eu não volto pra casa!


Destinos traçados no morro- CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora