Capítulo Um

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"O mal está sempre planejando a mais corrosiva miséria através da necessidade do homem de se vingar pelo seu ódio."

Ralph Steadman

Adalynd Doddyson

Entre todos os sons no mundo que eu odiava com todas as minhas forças o pior sempre foi meu despertador desde que eu conseguia me lembrar - uma vez quando tinha 10 anos cheguei a arremessar uma pela janela o fazendo em pedaços no jardim da frente, minha mãe ficou furiosa por ser um relógio bonito e antigo - já meu pai apenas conseguia dar risada da situação simplesmente porque em sua adolescência havia perdido as contas de quantas vezes havia feito exatamente a mesma coisa que eu, então naquele momento assim que abri meus olhos quase soquei de verdade o aparelho aquela manhã e não era por estar na TPM ou algo assim - era por um motivo um pouco pior que isso então me considerava perdoada - eu recebi o e-mail que mudou a minha vida.

Srta. Adalynd Doddyson,

Você foi convocada a comparecer na Academia do FBI para dar início aos testes dia 24 de Janeiro, as 08h00min sem atrasos, trazendo os documentos listados no segundo anexo.

Grato, Aaron Hotcher.

Eu finalmente havia criado coragem e sendo assim feito uma prova no FBI para trabalhar na área criminalista, mas mesmo sendo considerada a garota prodígio com tudo desde os meus três anos e sabendo que na prova teórica eu certamente iria extremamente bem visto que me formei no colegial aos 12 anos, e aos 20 já tinha PhD em psicologia, matemática e criminologia forense, e mesmo assim eu tinha certo medo de como as coisas seriam a partir daquele momento e isso porque eu acabei me acostumando a me esconder numa concha de segurança e agora daria um passo como aquele.

Era algo realmente assustador para mim, mas também precisava ser feito em algum momento. Além disso, minha irmã tinha que perceber em algum momento que ela não era a nossa mãe e que eu não era mais uma criança e com isso podia começar a tomar esses tipos de decisões e começar a minha vida do meu jeito finalmente.

Moro com minha irmã mais velha Gabrielly Doddyson Miller de 29 anos, depois da morte nossos pais durante um assalto a nossa antiga casa do centro movimentado e colorido da Califórnia, então após percebermos que jamais veríamos aquele lugar com os mesmos olhos maravilhados finalmente nos mudamos para Virgínia e acho que aquilo era uma espécie de recomeço para ambas; pelo menos é assim que eu quero encarar porque era a resposta mais fácil que afastava os pesadelos com o sangue e os gritos.

Levantei num solavanco jogando os cobertores para o lado indo direto para o banheiro com banheira que tinha em meu quarto depois que mandamos reformar - eu definitivamente amava aquela suíte - e logo após me arrumar com uma calça jeans simples, uma regata branca e uma blusa social azul clara por cima eu peguei as chaves do meu carro - o Impala preto antigo do meu pai que ele tanto se orgulhava por ter comprado e começado há reformar alguns meses depois que nasci - já minha irmã ficou com a moto de nossa mãe, desci as escadas correndo como de costume lembrando-me de quando era pequena e fazia isso e recebia bronca da minha mãe com o risco de eu escorregar e me machucar mesmo que isso nunca tenha acontecido pegando uma xícara de café quente mesmo aquela não sendo exatamente minha bebida favorita no mundo porque aprendi que meu corpo funcionava muito melhor após algumas xícaras daquele líquido quente e escuro, engoli ovos mexidos com torradas e geleia de morango que minha irmã havia deixado para mim antes de ir trabalhar como fazia desde que nos mudamos e segui cantarolando o caminho todo dentro do carro - cantar me acalmava na maioria das situações desde que eu conseguia me recordar; igual a minha mãe costumava fazer.

Criminal Minds - I found LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora