16. Limites

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-Eu não sei se rio ou choro. Mas aquele show que você deu hoje foi adoravelmente desnecessário. - Barry disse remexendo o café sem toma-lo. Eles já estavam há horas naquele café sem dizer nada um para o outro, quando Cisco e Gypsy estavam com eles a conversa fluía de maneira natural, mas atualmente as coisas pareciam ter sido cobertas por um filtro dramático.

-Foi ela que começou.

-Mas não deveria ter dito que eu não assinei os papéis na frente de todos.

-Pensei que tivesse dito para todos que éramos, quer dizer, que ainda somos casados. - disse retirando a colherzinha ainda molhada de café e colocando na boca, os olhos de Barry seguiram esse gesto, ela sorriu colocando a colher no pires.

-Por que não me disse que eu não havia assinado os papéis?

-Eu ia te dizer naquela noite, mas Iris entrou no caminho e eu me descontrolei. - deu de ombros levando a xícara com café até a boca. Barry balançou a cabeça.

-Caitlin se você quer me enlouquecer, está indo pelo caminho certo.

Ela revirou os olhos. Não estava em seus planos enlouquecer Barry, mas não podia deixar de tirar proveito da situação.

-Você já conversou com ela? - questionou apoiando o queixo na mão.

-Não tive tempo ainda. Temos que estar calmos para ter essa conversa.

-Iris tem que estar sã para isso. - murmurou. Barry revirou os olhos. - O que? Você não viu o que aconteceu hoje? Ela me bateu.

-E você revidou. - ele a acusou.

-Frost revidou. - o corrigiu.

-Mas você poderia ter impedido-a.

-Quando Frost assume o comando eu meio que apago e não lembro de nada.

-Você tem lapsos de memória? - assentiu. - Isso é bem ruim. Digo, se Frost ferir alguém você nunca poderá saber.

-Me acostumei com isso, quer dizer, é horrível ter outra pessoa habitando o meu corpo, incômodo. Mas acabo me acostumando, os pensamentos dela são tão...engraçados. Sarcásticos, ácidos e irônicos que eu acabo me divertindo com ela. - disse rasgando o guardanapo de papel em pequenos pedaços. - Ela ainda não gosta de você, posso sentir isso. Mas ela confia em você, o que é raro. Frost confia apenas em Lily, relutantemente, mas confia.

-O que ela acha de mim?

-Frost acha que você é um pateta que quer ajudar todo mundo ao seu redor. - falou lembrando dos pensamentos de Frost em sua mente.

-E o que ela acha sobre Iris?

-Que é uma garotinha mimada que só nela mesma e que não sabe o que significa a palavra limites.

-E você? O que ela acha de você?

Caitlin mordeu o lábio, sabia exatamente o que Frost falava sobre ela.

-Ela diz que eu auto me saboto. Diz que eu tenho medo dos meus sentimentos e que nunca poderia ser feliz se continuasse a guardar tudo dentro de mim. - falou abaixando a cabeça. Barry riu entendo o que ela queria dizer.

-Frost é uma sábia mulher.

-Ela agradece o elogio.

Sorriu, mas não pode deixar de sentir o incômodo que havia feito moradia em seu peito.

-Barry, se não fosse por Lucas, se eu não tivesse aparecido na festa e gritado com Iris. Você teria mesmo se casado com ela? - indagou, Barry a olhou surpreso e então desviou o olhar para sua própria xícara. Aquela era sua resposta. - Se você conversar com ela e desculpa-lá por tudo o que aconteceu, eu não vou conseguir entender. Eu nunca vou entender. Mas se essa for sua escolha, eu não vou poder fazer nada contra, estou ficando cansada de travar essa batalha e se for para terminar assim, eu aceito.

Nodus tollens (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora