Viagam?

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Me chamo Ciel Phamtonhive, dezoito anos, nascido em berço de ouro como muitos já me disseram, namorada? Não. Amigos? Apenas Alois. Vida? É talvez eu tenha uma.

Era uma manhã calma e tediosa como muitas tem sido desde que me lembro, minha vida não fazia sentido para mim, vazio... Me sentia vazio.

- Ciel!!! - era Alois. - Advinha eu consegui alugar uma casa em um lugar remoto e longe de tudo isso que te deixa tão arisco. - falou dando um forte selar em meus lábios.

Sim, Alois sempre me beijava apesar de não termos nenhum relacionamento além da amizade, ele dizia que era um comprimento especial para seu melhor amigo, eu nunca rejeitei, para mim não fazia diferença.

- Eu não quero Alois, lugares remotos, sério que é uma boa ideia? - falei no meu tom desinteressado.

- Deixa de ser chato seu mauricinho engomadinho, vai ser legal. - falou animado.

Mauricinho engomadinho? Sério?

- Foda-se você Alois, porque não procura alguém pra dar hein? - falei irritado.

- Você não quer me fuder? - rebolou em minha direção.

Revirei os olhos.

Ele sempre foi assim, provocador, afinal não sei se é verdade ou se é só brincadeira e na verdade eu estou pouco me importando.

- Me poupe Alois, eu sei que você tava atrás do professor Caulde, conseguiu o que queria dele? - perguntei.

- Esta curioso senhor Phantomhive? - ironizou. - Na verdade só consegui beijos e algumas carícias, ele é meio conservador mas por Deus aquele homem deve ser um "demônio" na cama. - sorriu safado.

- Você parece uma vadia. - falei rude.

- Ah Ciel deixa de ser um saco, isso é porque você ainda não achou o seu "demônio" pra te fazer sair desse transe eterno, e você pode não acreditar mas ainda sou virgem.

- Claro que é, até porque só agora você inventou de querer dar e não comer. - falei.

- Enfim, vamos falar da viagem, vamos fazer as malas rápido! - me puxou da cama.

Era impressionante como Alois era animado, teve uma infância muito difícil e é muito carente de afeto, mas sempre tem um sorriso no rosto. Já eu que tive tudo que quis e até o que não quis sou vazio.

Peguei uma mala qualquer e comecei a arruma-la junto com meu amigo, terminamos, peguei meu carro e seguimos para o endereço que o mais novo me disse, sim Alois tem apenas dezesseis anos.

- Alois onde estamos? Nunca vim nessa parte do interior da nossa cidade. - falei sem tirar os olhos do volante.

- Relaxa amigo, estamos perto, é uma casa enorme e com jardim florido de rosas vermelhas. - falou olhando para a janela.

- Aiai você é complicado... - arfei.

- Não seja chato Daddy Ciel, vai ser divertido. - encostou a cabeça no meu ombro.

Sorri de leve, posso ser muitas coisas, mas faria qualquer coisa por Alois, até porque graças a ele eu não tirei minha vida a algum tempo atrás. Virei o rosto e beijei seus cabelos, por um segundo tudo ficou mais lento e o carro estava no ar, não vi o que aconteceu, não vi em que eu tinha batido, não vi nada.

Quando abri meus olhos estava tudo invertido, estava de cabeça para baixo, e ao meu lado estava Alois, havia algo preso em sua garganta e sangue por toda parte.

Sim meu carro bateu em um caminhão que veio descontrolado, eu estava ferido mas nada muito grave, mas Alois... Havia uma tipo de engrenagem de ferro atravessado em seu pescoço, seus olhos já estavam escuros e sem vida.

Meu mundo caiu.

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