Café da Manhã?

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Depois de toda aquela discussão com o homem chamado Sebastian, deitei e fiquei a pensar no que devo fazer, eu aceitei a atual situação do meu ser e vou ter que dar um jeito de sair disso, não é fácil vender sua alma e perder seu amigo no mesmo dia.

- Ah Alois o que devo fazer...? Aquele homem é perigoso eu sinto isso... - falei.

- Pequeno mestre o café da manhã esta pronto. - falou. - Tome um banho e vista-se com as roupas que estão no guarda-roupa, estou a esperar na sala. - falou pelo lado de fora do quarto.

- Ta. - foi tudo que disse.

Levantei com dificuldade e tomei um banho, a água fria levava meu sangue junto com ela para o ralo, sai do banho mais dolorido e com vários ferimentos ardendo.

- Tcs, como essas coisas doem...

Vesti uma calça leve e um moletom escuro, sai do quarto e vi aquele corredor enorme, era uma casa realmente grande, andei com dificuldade até o pé da escada.

Mas que droga uma escada. Me apoiei no corrimão e comecei a descer os degraus vez ou outra gemendo de dor, meu pé esquerdo estava inchado e muito dolorido, não estava aguentando.

- Sebastian! - gritei.

Como um passe de mágica ele apareceu atrás de mim.

- Pequeno mestre, esta tudo bem? - perguntou gentil.

Qual o problema dele? Estava todo rude e possessivo agora a pouco.

- Estou com muita dor, me ajude a descer, por favor. - era a primeira vez que eu pedia "por favor".

- Claro pequeno mestre. - curvou-se.

Com todo cuidado aquele demônio me pegou no colo estilo noiva e me desceu, levando-me até a mesa.

- Não me chame de mestre, sou o Ciel. - falei.

- Ciel... Eu prefiro mestre se não se importar. - sorriu.

Que porra de sorriso lindo.

- Não, tudo bem. - tentei sorrir também.

- Vamos comer, você precisa se alimentar para curar-se.

Mas o que está acontecendo? Ele não deve ser o mesmo homem de agora a pouco, não tem como... Guardei meus pensamentos e fitei aquela mesa cheia de comidas e guloseimas. Peguei algumas frutas e comecei a comer. Alguns minutos se passaram e Sebastian nem tocou na comida.

- Você não vai comer? - perguntei.

- Eu não como a comida humana pequeno mestre, até porque não sou humano. - falou sorrindo.

- Sim... É... Eu realmente morri para o mundo naquele acidente...? - perguntei.

- Sim, mas diferente do seu amigo você foi dado como morto carbonizado. - falou sem delongas.

Estava estático, não sabia o que pensar, posso não ser o melhor filho do mundo nem ter dado tanto crédito aos meus pais, mas não queria que eles pensassem que estou morto, doía.

- Sei... - uma lágrima correu pela minha bochecha.

- Não chore pequeno mestre, eu cuidarei bem de você. - falou gentilmente.

Não entendo, realmente não entendo esse homem. Ele não parece o mesmo homem de hoje cedo, o que aconteceu?

- Então eu ficarei aqui... - falei sem animação.

- Sim, e eu cuidarei de você. - sorriu.

Continuei de cabeça baixa, não conseguia entender bem tudo que estava acontecendo, foi tão rápido, levantei com dificuldade e sai da mesa indo em direção a janela que havia na cozinha.

- Onde eu estou? - perguntei.

- Na casa que seu amigo tinha alugado para vocês.

Ri sentindo mais lágrimas correrem em meu rosto, era realmente uma casa linda, em um lugar lindo, bem no estilo que eu gosto.

- Ah Alois, você realmente sabe me animar... - sorri mesmo triste.

- Bom, a casa é grande e tem vários cômodos e uma piscina na parte de trás, pode ir onde quiser a hora que quiser, só não tente fugir, nosso contrato não permite que se distancie muito de mim. - falou.

- Certo... Porque você está assim? Tão gentil... - perguntei curioso.

- Na verdade pequeno mestre eu sou assim, mas você me faz querer te maltratar e te matar para ter logo essa alma negra que tem dentro de você. - sorriu sacana.

- Ah... Bem espero que a gente se dê bem e que você não me mate, mas vá logo sabendo que eu vou sim dar um jeito de quebrar esse contrato. - falei confiante.

- Claro pequeno mestre. - riu.

Arfei sentindo meu corpo cambalear, estava cansado, respirei fundo e fui em direção a sala, tinha TV e vídeo game, pelo menos vou passar o tempo, sentei e relaxei meu corpo naquele local felpudo.

O que farei de agora em diante? 

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