Sonho?

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Já era noite eu não tinha conseguido dormir, nada me deixava dormir, eu não parava de pensar no Sebastian, em tudo que estava acontecendo, tinha dúvidas sobre ele.

- Porque tudo isso esta acontecendo? Só pode ser piada do destino... - falei comigo mesmo.

Virei para a janela e fitei a lua alta no céu, esta tudo tão confuso...

°°°

- Ciel? Ciel? Corda seu mauricinho engomadinho! - conheço essa voz.

Abri meus olhos com dificuldade e fitei o rosto sorridente de Alois, levantei rápido e pulei no pescoço do menor, ele sorriu e me abraçou com força.

- Seu desgraçado, porque me deixou?! Estou vinte vezes mais sozinho agora, sinto sua falta porque não fui com você?! Porque não foi eu em seu lugar?! - chorei.

- Hey Ciel, você não é assim, eu sempre estou com você, você sabe que estou. - sorriu e segurou minha mão. - Olha é o anel que te dei no dia que nos conhecemos, você usa ele até hoje. - sorriu limpando minhas lágrimas.

- C-claro que uso. - limpei o nariz. - Eu não fui o melhor amigo do mundo, mas eu não sei como viver sem você...

- Sabe sim, você esta se saindo bem, eu ouvi... Ouvi tudo me disse, no dia do acidente, eu também amo você e sempre vou amar. - sorriu selando nossos lábios.

Olhei em seus olhos e sorri de volta, pode não ser real, pode ser um sonho, uma ilusão, mas nunca me senti tão perto dele.

- E aquele mordomo? - perguntou.

- Mordomo? Não tenho mordomo.

- Como não? E aquele cara que vivi lá na casa com você? - falou.

- Ele é um demônio, um demônio frio e em sentimentos, eu vendi minha alma para ele, e ele conseguiu um lugar no céu para você.

- É não conhecia esse seu lado ousado... Você gosta dele. - me cutucou.

- Ah! sério Alois, ele é um monstro, não posso gostar de um monstro que só quer minha alma. - puxei seu cabelo.

- Ai, seu chato. - mostrou a língua. - Mas você gosta, pode mentir para si mesmo, mas nunca consegue mentir para mim. - sorriu vitorioso.

- Mas que porra, tinha esquecido como você é um saco. - mostrei o dedo do meio.

- Eu sei que você me ama, agora vem cá você tem que jogar o jogo dele, ele esta te seduzindo, te enrolando em uma teia que você não vai escapar, vai por mim eu sei como é enrolar alguém em uma teia e usa-la. - falou sério.

- O que quer que eu faça? Nunca namorei e nem seduzi ninguém... - falei cabisbaixo.

- Para isso meu amigo você tem a mim. - sorriu vitorioso. - Escuta você tem que saber usa-lo também, comece a seduzi-lo, mostra seu lado mais íntimo, mostra que você não é só um garotinho inocente, seja ousado. - falou. - Seja mais como eu.

- Quer que eu seja uma vadia? - brinquei.

- Haha, não seja burro Ciel, você não pode dar tudo que ele quer, não o deixe ficar no comando, eu sei que você já me observou muitas vezes com os garotos e as garotas da nossa escola, sei que você sabe como agir. - sorriu.

- Sim... Mas e se ele for mais forte? - perguntei tenso.

- Ciel, você é um homem forte, vai ver. - sorriu e beijou minha testa. - A gente se fala depois amigo.

°°°

Abri meus olhos de leve fitando o céu nublado, foi tudo um sonho? Foi tão bom... Levantei e me senti tão revigorado, estava calmo e sorridente, eu já sabia mais ou menos o que fazer com Sebastian, ele vai ver meu lado mais ousado, posso não ser o maior conquistador mas sei usar o que tenho.

Desci para o café e por incrível que pareça Sebastian não estava na cozinha, aproveitei e fiz meu café sozinho, primeiro passo não sou depende dele.
Fui para a mesa e comecei a comer, terminei e lavei a louça, o dia estava nublado, mas ainda abafado, me joguei no sofá e peguei um livro qualquer. Minutos se passaram e logo ouvi os passos de Sebastian.

- Pequeno mestre já tomou seu café. - falou surpreso.

- Sim, eu morava basicamente sozinho, sei cozinhar minha comida, agora Sebastian estou cansado de ficar trancado nessa casa, eu vou sair. - falei.

O maior estava surpreso com minhas atitudes, eu sabia que ele não mandava em mim, ou muito menos, estava cuidando de mim porque quer, então esta na hora do dono da alma tomar as rédeas dessa relação.

- Se você quiser ir comigo, bom, se não quiser, ótimo. - falei voltando a atenção para o livro.

Ele estava estático, como se fosse a primeira vez que nos víamos, mas dessa vez com os papéis invertidos.

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