Pesadelo?

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Voltamos para o quarto, Sebastian estava ao lado da cama passaram-se alguns minutos até que senti o sono chegar e dormir.

°°°

Abri os olhos com dificuldade, estava escuro e o chão estava molhado.

- Onde estou? - perguntei levantando.

Andei alguns metros até que tropecei em algo, virei e arregalei os olhos era o corpo de Alois, estava ferido como no dia do acidente, dei alguns passo para trás tocando em outra coisa, dessa vez era Sebastian, estava sem um dos braços e muito ferido.

- M-mas... O que é isso?! - gritei.

Algo se ergueu das sombras, era aquele demônio, Griffin.

- Ele não vai protegê-lo. - falou.

Cai sentando no chão vendo porque o chão estava molhado, era sangue deles, aquela coisa pulou em cima de mim e enfiou uma das patas em meu peito, gritei sentindo aquela coisa quebrar meus ossos e puxar meu coração.

- É assim que você vai morrer, Phantomhive.

°°°

- Sebastian! Socorro! - gritei desesperando sentindo meu corpo ir de encontro o chão.

O mais velho entrou no quarto assustado, eu estava com a mão no peito apertando forte, arfava e suava bastante.

- Socorro essa coisa vai me matar! - gritei.

Não havia notado que não estava mais no sonho, nem notado que era um sonho, para mim aquele bicho estava puxando meu coração do meu peito.

- Pequeno mestre não a nada aqui. - falou calmo.

- É uma ordem mate esse bicho agora Sebastian! - gritei sentindo meu rosto molhado.

O mais velho correu em minha direção e me abraçou, relaxei em seus braços e notei que estava em meu quarto, que fora tudo um sonho.

- Griffin mexeu com você... Entanda Ciel ele nunca vai encosta em você, disso você pode ter certeza. - sorriu.

- Sebastian...

Me abracei mais forte nele e chorei, chorei como uma criança, não era do meu feitio ser fraco, mas eu estava com tanto medo, medo de morrer, medo de perder Sebastian.

- Acalme-se, respire. - falou mexendo em meu cabelo.

- Me beije. - falei.

- O-o que?

- É uma ordem. - disse firme.

Sem hesitar ele colou seus lábios nos meus, sua língua explorou minha boca, ele aprofundou o beijo e puxou meu pescoço e minha cintura, fazendo nossos corpos se colarem.

Porque dei essa ordem? Porque eu queria o beijo dele?

Nós separamos pela falta de ar, olhei para ele e me assustei com seus olhos estavam vermelhos e brilhantes, era lindo.

- M-Me desculpe por te dar essa ordem. - falei me soltando dos braços dele.

- Não se preocupe pequeno mestre, eu adorei. - sorriu.

Encarei suas orbis, o maior se levantou e me ajudou a levantar.

- Se arrume pequeno mestre, o café está na mesa. - sorriu gentil.

Ele deixou o recinto e eu estava totalmente estático, não sei porque me senti tão seguro e tão bem durante o beijo dele, será que eu gostava dele...?

Me arrumei a desci para o café, o mais velho estava no pé da escada me esperando com um sorriso doce.

- Bom dia. - sorri.

- Bom dia pequeno mestre, está melhor? - perguntou.

- Sim, obrigada. - respondi.

- Fico muito feliz. - sorri mostrando os dentes.

Fui para a mesa e comecei a comer, tentei parar de pensar no beijo ou no sonho, aquilo estava realmente me incomodando, mas não adianta eu ficar enchendo minha cabeça.

Terminei de comer e fui para a sala sentei no sofá, logo Sebastian sentou ao meu lado.

- Sebastian... Como é... Ser um demônio? - perguntei sem olha-lo.

- Bom é diferente, nos alimentamos de almas, mas apenas as almas que selam contratos, não podemos chegar em qualquer pessoa e devorar sua alma. - falou calmo.

- Acho que essa regra não se aplica a você, aquele mostro disse que você tinha comido a alma do contratante dele. - falei.

- Na verdade eu nunca segui as regras daquele mundo, por isso fui banido e vivo no mundo humano, não sei qual dos dois é o pior. - falou pensativo.

- O que você vai fazer comigo? Quando eu morrer. - perguntei receoso.

- Bom, de acordo com nosso contato eu irei devorar sua alma, você não poderá ir para o céu ou para o inferno. - falou fitando o teto.

- Estou perdido... - suspirei.

- Não tenha medo, você não sentirá nenhuma dor. - sorriu.

- Não é a dor que me assusta... Eu não sei bem o que me assusta mais, saber que no final de tudo eu vou simplesmente morrer ou saber que vários monstros como você podem tentar me matar... - suspirei.

- Eles não vou machuca-lo, nunca permitirei isso. - falou sério.

Olhei em seus olhos vendo um brilho cada vez mais vermelho, inconsciente me aproximei sentando em seu colo, uma perna de cada lado das suas.

- Porque você faz isso? Porque brinca assim comigo? Eu sou assim tão frágil e idiota? - falei triste.

- Eu... Eu não brinco com você Ciel. - ele falou meu nome. - Eu não sei porque, eu não consigo simplesmente mata-lo e sinto que tenho que protegê-lo.

- Por causa do contrato? - perguntei.

- Não, por mim mesmo, eu desejo muito a sua alma, mas ao mesmo tempo desejo seu corpo, seus sentimentos... - falou.

Que tipo de declaração é essa? Ele gosta de mim?

- Sebastian... Você gosta de mim? - porque estou perguntando isso?!

- Gostar? Eu já vivi muito entre os humanos, e posso dizer que sim, eu gosto de você. - olhou fundo em meus olhos.

Arregalei os olhos, meu rosto esquentou, como assim Sebastian gosta de mim? Como assim um demônio gosta de mim?

Sem pensar duas vezes saí de seu colo virando de costas para o maior.

- C-Como pode dizer essas coisas assim? - falei envergonhado.

- Estou falando a verdade. - respondeu logo atrás de mim.

- Eu sei... - pera como eu sei que é verdade?

- Então porque não olha para mim? - perguntou.

- Ninguém nunca se declarou assim para mim, e eu nunca me interessei por ninguém, eu não esperava que isso fosse acontecer com você...

- Está decepcionado? - senti tristeza em sua voz.

- Não. - não? - Eu não sei como reagir, eu... Eu também gosto de você... Mas eu não sei o que fazer... - falei.

- Eu sei o que deve fazer.

Virei para ele e logo senti seus lábios aos meus, não acredito que me declarei para ele.

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